Dados monitorados pela CDL Porto Alegre, com base na restrição de crédito e protestos de títulos e cheques não quitados (sim, o cheque ainda é usado nos pagamentos), mostram que os débitos vencidos e não saldados subiram em julho.
O Indicador de Inadimplência CDL-POA ficou em 31,07% (população acima de 18 anos) no Rio Grande do Sul, alta de 0,58 ponto percentual frente a junho, quando a taxa tinha ficado em 30,5%.
Minuto Varejo - Indicador de inadimplência - RS - CDL-POA julho - 2024 - consumo - atrasos - atrasados - consumidores pessoas físicas
CDL-POA/DIVULGAÇÃO/JC
Na Capital, o índice ficou em 32,38%, avanço de 0,31 ponto ante 32,1% do mês anterior.
Junho tinha sinalizado recuo dos atrasos pelo segundo mês seguido, ante um cenário de ascensão da taxa entre janeiro e abril (maior patamar).
Minuto Varejo - Indicador de inadimplência - Porto Alegre - CDL-POA julho - 2024 - consumo - atrasos - atrasados - consumidores pessoas físicas
CDL-POA/DIVULGAÇÃO/JC
Em nota, a CDL-POA apontou que
2,664 milhões de CPFs estão na base de dados da Equifax/Boa Vista no Estado e
348.073 em Porto Alegre.com restrição de acesso a crédito. A assessoria econômica da entidade esclarece que as estimativas ponderam informações do Censo de 2022, do IBGE.
O economista-chefe da entidade varejista e responsável pelo indicador, Oscar Frank, explica que as elevações recentes "devolvem apenas uma parcela da queda recorde acumulada ao longo do terceiro bimestre".
Frank lembra que os recuos de maio (31,7% no Estado e 33,6% em Porto Alegre) e junho (indicador citado acima), depois de pico de abril (32,6% no RS e 34,3% na Capital), representam "uma quebra na sequência da alta da inadimplência".
Um dos responsáveis pela trégua foi a suspensão por dois meses dos registros de devedores devido ao impacto da enchente. A medida foi proposta pela Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC). No mês passado, a rotina de lançar atrasados voltou à normalidade.
Como o registro de quem pagou as contas atrasadas se manteve, este fluxo "positivo" de pagamentos contribuiu também para amenizar ou segurar a inadimplência, avalia o economista. Parte da capacidade de saldar atrasados pode ter sido alimentada pelos recursos extras dos auxílios repassados pelo governo, além de liberação de saques do FGTS, cita ele.
"Em julho, teve crescimento (taxa), mas o indicador ainda está abaixo de abril, antes das cheias", compara Frank.