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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 12 de Agosto de 2024 às 17:56

Crédito e logística limitam velocidade da retomada no RS, alerta varejo

"Mais de 340 estabelecimentos foram afetados (cheia), sendo 162 comerciais", diz Bruxel

"Mais de 340 estabelecimentos foram afetados (cheia), sendo 162 comerciais", diz Bruxel

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Putinga, Sinimbu, Arroio do Meio. Três das cidades mais arrasadas pelas cheias de fim de abril e maio de 2024 na região de vales como Rio Pardo e Taquari, no Rio Grande do Sul, e que descrevem as mesmas dificuldades. 
Putinga, Sinimbu, Arroio do Meio. Três das cidades mais arrasadas pelas cheias de fim de abril e maio de 2024 na região de vales como Rio Pardo e Taquari, no Rio Grande do Sul, e que descrevem as mesmas dificuldades. 
Acesso a recursos (crédito e dinheiro a fundo perdido) e logística precária, com gargalos viários graves devido a danos das águas, dominaram os relatos de dirigentes varejistas que lotaram a plateia do I Fórum Estadual do Comércio, nesta segunda-feira (12), em Porto Alegre
"A maioria das lojas fica no Centro da cidade, que foi o mais afetado. A inundação levou tudo. Sobraram apenas as salas. Até caderninhos com anotações das compras dos clientes foram perdidos", descreve Edgar Meneghetti Junior, tesoureiro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Putinga, com pouco mais de 3 mil habitantes.
Meneghetti diz que a água levou até os caderninhos de anotação de compras dos clientes | PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Meneghetti diz que a água levou até os caderninhos de anotação de compras dos clientes PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
"Mais de 50 empresas, de indústrias ao comércio, foram afetadas. Os comércios foram reabertos e precisam de mais recursos para pagar mercadoria que foi perdida e para repor estoques", lista Meneghetti Junior.
Em Sinimbu, no vale do Rio Pardo e arrasada pelo rio Pardinho, Gilberto Eidt, que é vice-presidente da CDL de Santa Cruz do Sul, dono de lojas e supermercado, diz que o bloqueio de uma ponte que conecta o interior e áreas urbanas ao Centro da cidade afeta as vendas de quem votou a operar. 
"As pessoas não conseguem acessar ruas e também têm de ir a Santa Cruz do Sul para sacar o dinheiro em bancos, porque nem todas as agências voltaram a funcionar na cidade. Com isso, acabam gastando o dinheiro lá", lamenta Eidt. 
Em Arroio do Meio, onde estão unidades de grandes empresas como BRF (agroindústria), Girando Sol (limpeza) e Neugebauer (chocolates), o drama é logístico. Ponte que liga a cidade a Lajeado, para escoar a produção e fazer abastecimento foi afetada.
Minuto Varejo - I Fórum Estadual do Comércio - Porto Alegre - demandas empresas - lojistas após as enchentes - evento climático - clima - cheias - Gilberto Eidt - vice-presidente CDL Santa Cruz do Sul  | PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Minuto Varejo - I Fórum Estadual do Comércio - Porto Alegre - demandas empresas - lojistas após as enchentes - evento climático - clima - cheias - Gilberto Eidt - vice-presidente CDL Santa Cruz do Sul PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
"A promessa do governo (estadual) é fazer a obra para restabelecer a conexão, até dezembro", angustia-se Fabio Bruxel, presidente da CDL da cidade.
"A cheia destruiu boa parte da cidade. Mais de 340 estabelecimentos foram afetados, sendo 162 comerciais. Dez empresas já deixaram Arroio do Meio. O comércio ainda volta aos poucos", descreve Bruxel. Além de falta de ponte, outro gargalo é recurso financeiro. O dirigente da CDL cita que as empresas precisam de dinheiro a fundo perdido.
"Tem muito negócio que ainda está pagando financiamento da pandemia e da cheia de 2023. Não consegue mais contrair financiamento. A prorrogação do pagamento de tributos também é essencial", adverte Bruxel. 

Federação Varejista define temas para mobilizar comunidades

O presidente da Federação Varejista do RS, Ivonei Pioner, destaca que os relatos reforçam medidas que precisam ser rapidamente acionadas. Além disso, Pioner cita que a unificação das ações nas comunidades para pressionar autoridades influencia o ritmo das soluções.
A entidade definiu pautas que devem mobilizar o setor. Um dos itens é ter projetos que possam ser rapidamente executados. "Isso vale para logística, concessão de crédito ou planejamento para a reconstrução", relaciona o presidente da federação. "Desburocratização dos processos de obras em estradas e acesso a crédito são dois pontos que vamos ter em nosso documento", destaca Pioner.
"Entregamos ao governador Eduardo Leite algumas demandas. Uma delas, que é a ponte sobre o rio Caí já teve começo de execução nesta segunda. Isso é efeito da força do setor privado e dos segmentos de governo. É o que buscamos", completa o dirigente varejista.
Leite esteve no fórum no começo da tarde. Pela manhã e em painéis da tarde, deputados estaduais e federais gaúchos e representantes de municípios também analisaram o ritmo e as demandas da reconstrução do Estado pós evento climático histórico. 

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