“Expoagas da superação”, deu o tom o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, sobre a edição de 2024 de uma das feiras mais relevantes do setor do País.
A Expoagas vai de 20 a 22 de agosto no Centro de Eventos da Fiergs, na Zona Norte de Porto Alegre. Serão quase 500 expositores, com foco em novidades em produtos e também soluções de equipamentos e serviços. A meta é chegar a R$ 700 milhões em negócios, acima dos R$ 652,6 milhões da edição passada.
Longo também preveniu que vai ser uma
edição mais restrita em espaço físico. A instalação na
Fiergs ficou quase submersa na cheia histórica de maio. A direção da entidade acabou aceitando fazer a feira e providenciou a restauração de infraestrutura, de parte elétrica a outros segmentos, mas não com toda a capacidade dos pavilhões.
O dirigente varejista aposta que a 41ª Expoagas possa bater o recorde histórico de público e de negócios registrado no ano passado. A previsão é de receber 63 mil visitantes. Em 2023, a feira teve público de 62 mil pessoas. Longo diz que mais de 3 mil pessoas estão auxiliando na montagem. "Muitas pessoas do setor que perderam tudo estão juntos ajudando na montagem. O segredo é superação", reforçou ele.
Com menos espaço - este ano não estará ainda disponível o Teatro do Sesi, onde ocorriam as grandes conferências e a abertura da feira -, as palestras de maior projeção serão em um ambiente montado no estacionamento do Centro de Eventos, sob lonas. A capacidade será para 600 pessoas. "Mesmo sem o conforto do teatro, faremos uma programação à altura das mais qualificadas conferências que já realizamos em anos anteriores”, promete Longo.
A associação cita que a feira de negócios terá estrutura semelhante à das edições anteriores. O pavilhão principal terá o mesmo número de expositores de 2023. A associação só esclarece que haverá regras mais rígidos de peso, tamanho e estrutura. As medidas ocorrem devido às condições físicas, que ainda não estão ajustadas ao que seria o normal do local.
Empresas, entidades e personalidades que atuaram na retomada da economia gaúcha após as enchentes e que estão no projeto Ajuda Sul, deflagrado pela Agas - que alcançou recursos para auxiliar supermercados afetados -, serão homenageadas.
Mesmo com limitações de logística, como o fechamento do Aeroporto Salgado Filho para pousos - a previsão é voltar em outubro, mas não com força total -, as pré-inscrições indicam, diz a Agas, que a edição será recorde. "Buscamos repactuar os contratos de expositores que foram afetados pelas enchentes e estão com dificuldades. Apenas duas empresas desistiram de sua participação na feira", informa o dirigente.
A Expoagas também terá ações de apoio a empresas que sofreram mais com as cheias. O Ajuda Sul, um aplicativo para que os supermercadistas pudessem registrar suas dificuldades, somou mais de 300 lojas fechadas. No total, o app computou 380 unidades entre perdas totais e parciais. A associação vai repassar receita ao projeto baseada na arrecadação de ingressos. "Vamos dobrar o valor da bilheteria", adianta Longo.
A entrada vai de R$ 20,00 para varejistas a R$ 50,00 para visitantes em geral, para acesso à área de exposição nos três dias de feira. Associados da Agas são isentos. Para assistir às palestras, o tíquete custa R$ 50,00 para um dia e R$ 100,00 para três dias.
Longo avalia que 10% a 15% das empresas não vão reabrir todas as operações. Algumas fazem escolhas, mantendo uma unidade e desativando outra afetada.
O setor deve ver uma feira com muito foco em gestão de áreas e menos novidades em produtos. Com um ano que foi golpeado pelo evento climático, o presidente da Agas diz que o crescimento do setor fica no limite da inflação e muitas redes brigam para melhorar a receita praticando preços até abaixo dos custos.