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Patrícia Comunello

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Publicada em 16 de Julho de 2024 às 18:23

Mais de um terço dos negócios afetados pela cheia não reabriu

Lojas no Centro de Porto Alegre de diferentes tamanhos ainda estão com portas fechadas

Lojas no Centro de Porto Alegre de diferentes tamanhos ainda estão com portas fechadas

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Mais de um terço dos negócios que foram fechados pelas cheias históricas de maio no Rio Grande do Sul ainda não voltaram à ativa. O quadro preocupante está na pesquisa mais recente sobre os impactos da enchente que acaba de ser atualizada pelo Sebrae-RS. Além disso, alguns dados do levantamento emitem um alertas a gestores públicos e segmentos empresariais.
Mais de um terço dos negócios que foram fechados pelas cheias históricas de maio no Rio Grande do Sul ainda não voltaram à ativa. O quadro preocupante está na pesquisa mais recente sobre os impactos da enchente que acaba de ser atualizada pelo Sebrae-RS. Além disso, alguns dados do levantamento emitem um alertas a gestores públicos e segmentos empresariais.
Quase 30% das empresas deve levar de três a seis meses para reabrir e 28,6% de um a três meses, 82% precisam de crédito para a retomada e 77% desconhecem as linhas disponíveis. Mas um alento que pode ser resolvido por medidas que vêm sendo acionadas. Quase 70% dos empreendimentos necessitam até R$ 50 mil para se reerguer. O governo estadual lançou Pronampe gaúcho e ainda valor de R$ 1,5 mil para Microempreendedor Individual (MEI). 
Em recente entrevista à coluna Minuto Varejo, o diretor-superintendente do Sebrae-RS, Ariel Fernando Berti, advertiu que MEI, micro e pequenas empresas necessitam de recursos a fundo perdido, que é diferente de financiamento, que carrega custos de juros e acaba também comprometendo capacidade de contrair crédito futuro devido ao limite de captação.
O monitoramento captou a condição de 16.816 negócios em cidades que foram atingidas pelas cheias. Mais de 85% da base vai de MEI a Empresa de Pequeno Porte (EPP). Cerca de 4,5 mil ficam em Porto Alegre, seguidas por quase 2 mil em Canoas e mil em São Leopoldo.
O mapa, que é montado com base em respostas voluntárias de empreendedores, traça um panorama de diferentes regiões afetadas. Mais de 50% são operações que faturam até 80 mil
"O cenário é muito complexo e desafiador e qualquer ajuda pode representar a diferença entre retomar ou fechar o negócio. Apoios tais como o do Sebrae, do governo do Estado, das instituições financeiras, do governo federal precisam ser somados para enfrentamento da crise", defende Berti.
O Serviço de Apoio à Pequena e Microempresa montou um programa emergencial com recursos a fundo perdido. O Sebraetec já repassou R$ 100 milhões. Pelo menos 11,5 mil empreendedores já buscaram o organismo para ter consultoria e o auxílio de até R$ 15 mil para recolocar o negócio em pé ou em condição de reabrir as portas ou voltar a girar o caixa - são R$ 3 mil para MEI, R$ 10 mil para microempresa e R$ 15 mil para pequenas.
A meta é repassar R$ 160 milhões, mas a entidade busca mais fontes para suportar a demanda.
Pela pesquisa, metade das empresas tem até 10 empregados e 32% nenhum contratados, o que indica perfil de MEI. Mesmo na situação, a maioria, 63,4%, não pretende fazer suspensão de contratos de trabalho.
Questionados sobre a prioridade máxima, os empreendedores elencaram na primeira posição o acesso a crédito, seguido por postergação de impostos e dívidas, renegociação de créditos e melhoria na gestão e operação. Sobre recursos, quase 40% disseram que necessitam de R$ 10 mil a R$ 50 mil para reativar as atividades. O prejuízo que 73% das empresas tiveram vai até R$ 50 mil. 

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