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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 01 de Julho de 2024 às 18:23

Marca de alfajores retoma produção e antecipa entrega de pré-venda que pagou salários

Bolachas voltaram a ser "cimentadas" por doce de leite para depois virar o Alfajores Odara

Bolachas voltaram a ser "cimentadas" por doce de leite para depois virar o Alfajores Odara

ALFAJORES ODARA/DIVULGAÇÃO/JC
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Patrícia Comunello
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As bolachas em diversas camadas voltaram a receber recheio de doce de leite depois de uma parada obrigatória de quase dois meses devido à inundação que atingiu Porto Alegre. Em breve, as unidades da Alfajores Odara, que esgotaram no mercado, vão chegar aos fãs da marca gaúcha. A fábrica, localizada na Zona Norte da Capital, voltou a operar nesta segunda-feira (1º).
As bolachas em diversas camadas voltaram a receber recheio de doce de leite depois de uma parada obrigatória de quase dois meses devido à inundação que atingiu Porto Alegre. Em breve, as unidades da Alfajores Odara, que esgotaram no mercado, vão chegar aos fãs da marca gaúcha. A fábrica, localizada na Zona Norte da Capital, voltou a operar nesta segunda-feira (1º).

VÍDEO: Minuto Varejo mostra a volta dos Alfajores Odara

A história da Odara pós-inundação, contada pela coluna Minuto Varejo, gerou grande repercussão. Com a arrecadação de recursos em pré-venda de alfajores, os donos conseguiram pagar os salários de maio dos funcionários.   
"Até o fim de semana, os alfajores vão estar nas lojas", avisa o fundador da marca, Jeison Scheid. Hoje são 5 mil pontos de venda situados no Rio Grande do Sul, em São Paulo, em Santa Catarina e no Espírito Santo. 
E outra boa notícia: os alfajores da pré-venda que seriam entregues em agosto vão ser antecipados para este mês. A venda de mais de 32 mil unidades, salvou emergencialmente as finanças da Odara, desde que a enchente destruiu estoques e parou máquinas. O prejuízo foi de R$ 1,8 milhão.
Scheid informa que as primeiras levas serão dos sabores tradicionais preto e branco. "Até a metade do mês, vamos ter as sete variações: clássicos (meio amargo, branco e dark), bocadito (minialfajor) e alfacroc (avelã, milk e paçoca).
Para religar as máquinas, foi uma corrida contra o tempo, conta Scheid. O prédio e os equipamentos ficaram sob a água. Até agora foram R$ 500 mil para compra de novas máquinas e recuperação de partes das engrenagens que montam os biscoitos.
"Até o fim de semana, teremos mais de 50 mil unidades prontas", projeta ele. Claro que fica muito, muito longe do que era a realidade antes da enchente. A capacidade da fábrica é de montar 10 mil unidades por hora. 
Produção na fábrica na Zona Norte da Capital foi retomada pela equipe de funcionários | ALFAJORES ODARA/DIVULGAÇÃO/JC
Produção na fábrica na Zona Norte da Capital foi retomada pela equipe de funcionários ALFAJORES ODARA/DIVULGAÇÃO/JC
À medida que o parque de produção consegue operar em ritmo mais normal, a capacidade vai ser rapidamente recuperada, adianta o fundador. Hoje são 57 funcionários envolvidos na produção.
E o que muitos fãs da marca devem estar querendo saber: como vai ser o fluxo de abastecimento?
"Começaremos a mandar para os pontos de venda desabastecidos na quinta-feira e, sem seguida, para quem comprou na pré-venda. A entrega da compra antecipada era agosto, mas vai ser antes", informa Scheid.
A captação em troca de produtos já se encerrou e os números surpreenderam o time da Odara. Foram mais de 6 mil caixas compradas, somando 32 mil alfajores ou quase R$ 550 mil arrecadados. No começo de junho, o valor estava em R$ 300 mil e garantiu o pagamento de 100% da folha.
Ainda tem mais R$ 90,2 mil de financiamento coletivo, ligado a outras entregas. Com isso, a marca obteve R$ 638 mil em recursos para as demandas da retomada, entre despesa com salários e gastos com limpeza e recomposição da fábrica. 
"Já havia comentado aqui que a gente sabia que a marca era bem quista, mas foi impressionante a adesão!", emociona-se Scheid. 
Até engatar, a produção será ainda bem menor. "Mas, em breve, vamos produzir mais do que fazíamos antes da enchente", aposta o fundador.
Tudo porque a Odara voltou diferente e melhor, garante o empreendedor. 
Os maquinários novos permitem mais autonomia para trocar recheios. "As máquinas mais antigas eram mais engessadas neste processo. Compramos novas e aproveitamos algumas coisas dos equipamentos que tínhamos, como motores, que conseguimos recuperar", comemora ele.  
Pare das decisões de fazer a atualização são fruto do aprendizado em 11 anos de existência da marca,  que surgiu em 2013 como uma alternativa de Scheid para gerar renda em temporadas de verão em praias de Santa Catarina. 
Bolachas que são base para aplicar recheios e cobertura são produzidas por indústria gaúcha | ALFAJORES ODARA/DIVULGAÇÃO/JC
Bolachas que são base para aplicar recheios e cobertura são produzidas por indústria gaúcha ALFAJORES ODARA/DIVULGAÇÃO/JC
Outra vantagem na retomada é que o maquinário agora tem mais flexibilidade na operação, como a limpeza mais profunda feita uma vez por semana. "Antes levaria quatro horas e agora será de uma hora", compara. Com isso, as horas em que antes a produção tinha de ficar parada agora serão de atividade.  
Outra novidade é que vai ter insumos de novos fabricantes, como o doce de leite. Como não foi possível negociar condições para a retomada com o antigo fornecedor, com sede no Rio Grande do Sul, a Odara buscou fabricantes em Santa Catarina e na Argentina para dar conta da matéria-prima. 
Tem uma curiosidade do produto que chega ao consumidor. As bolachas ou biscoitos (que lembram a bolacha Maria) da base dos alfajores são feitos por uma indústria de alimentos gaúcha, seguindo a receita desenvolvida por Scheid e equipe. Claro, um dos segredos da fama da marca.
A Mosmann, com sede em Parobé, região calçadista, elabora a matéria-prima que onde é "cimentado" o recheio e depois aplicada a cobertura.
"Isso nos dá mais flexibilidade e podemos focar em outras áreas", diz o fundador. Na atual situação, uma vantagem é que a Mosmann não foi atingida pelas cheias. Portanto, os biscoitos estavam apenas esperando para voltarem a receber o recheio e a cobertura na casa na Zona Norte de Porto Alegre. Os fãs da Odara mega agradecem.

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