Produtos com diversas
alterações nas embalagens e sinais de degradação e ferrugem associados à inundação foram apreendidos pelo Procon de Porto Alegre em uma das
principais bandeiras de atacarejo e supermercado do Rio Grande do Sul. A ação ocorreu na loja do
Vantajão, do grupo Andreazza, perto do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na Zona Norte da Capital. A loja foi
aberta em novembro de 2023.
A filial que fica na rua Vilela Tavares, 55, foi atingida pela cheia e foi fechada, o que também ocorreu com diversas empresas do polo de concessionárias de veículos do entorno.
É a única unidade porto-alegrense do grupo com sede em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. A loja foi reaberta em junho, após 40 dias sem funcionar, segundo a rede, para passar por medidas de limpeza e recuperação devido à cheia.
A coluna Minuto Varejo fez contato com a rede para obter esclarecimento sobre a apreensão. O Andreazza informou que vai emitir nota sobre a ação do Procon.
A fiscalização que reuniu Procon Municipal e Ministério Público do Estado ocorreu após denúncia. A apreensão foi na terça-feira (18).
"O supermercado estava comercializando mercadorias alimentícias, entre outros produtos, que ficaram submersos na água da enchente. A equipe do Procon registrou auto de infração e aplicou multa", informou o órgão, em nota. "Encontramos embalagens danificadas, sujas e até furadas”, descreve, na nota, o diretor do órgão de defesa do consumidor, Rafael Gonçalves.
Sobre a multa, o diretor do órgão diz que pode ir de R$ 1 mil a R$ 15 milhões, baseado na Unidade Financeira Municipal (UFM). "Não vai ser multa pequena pelo tamanho do estabelecimento e gravidade da situação. Deve ser de R$ 100 mil", adianta Gonçalves, citando ainda que chamou a atenção o fato de muitos dos itens danificados estavam em área de promoção, com desconto.
Após a ocorrência, o órgão recebeu mais 10 denúncias de situações semelhantes em outros supermercados em áreas que tiveram inundação. O Procon vai fazer as fiscalizações dos caso até sexta-feira (21).
Foi a primeira inspeção desse tipo de irregularidade, após as inundações. Desde maio, o Procon faz fiscalizações sobre preços praticados em supermercados, para verificar se há abusos em meio aos impactos das enchentes.
Em nota assinada pela direção, a rede cita que o Procon fez a fiscalização e, "dentre os mais de 5 mil itens comercializados, encontrou 4 latas de cerveja, 5 latas de ervilha, 3 garrafas de suco, 3 sachês de molho, 1 saco de bombom, 3 baldes de doces e 17 embalagens plásticas de produtos de limpeza amassados e/ou com manchas de ferrugem". Ao mesmo tempo, a rede diz que "nenhum produto perecível ou que teve contato com as águas da enchente ficaram na loja para venda".
A rede esclarece que recolheu mais de 20 caminhões de produtos inutilizados pela cheia e também assegura que "procedimentos adotados garantam a saúde da população". O grupo afirma ainda que tem controle de qualidade e que monitora nas lojas produtos danificados ou impróprios para consumo. Para reforçar o processo de desinfecção que a unidade passou, a rede enviou à coluna laudos das empresas prestadoras do serviço.
Sobre os itens que foram apreendidos com problemas, a empresa comenta que seriam "vistos na sequência das inspeções do programa de controle de qualidade".