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Patrícia Comunello

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Publicada em 16 de Junho de 2024 às 19:45

Dallasanta tem alta em vendas e projeta mall onde Havan desistiu de ter loja

Cristiano Caetano espera que empresas busquem áreas que não estão em zonas inundadas

Cristiano Caetano espera que empresas busquem áreas que não estão em zonas inundadas

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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O pós-inundação já mexe com o mercado de ativos imobiliários, seja para operações comerciais ou novos projetos. A seção Entrevista da coluna Minuto Varejo conversou com Cristiano Caetano, CEO do grupo Dallasanta, com ativos alugados ou na mira de muitos varejistas.
O pós-inundação já mexe com o mercado de ativos imobiliários, seja para operações comerciais ou novos projetos. A seção Entrevista da coluna Minuto Varejo conversou com Cristiano Caetano, CEO do grupo Dallasanta, com ativos alugados ou na mira de muitos varejistas.
O grupo já teve alta na venda de terrenos em loteamentos no Litoral e na Região Metropolitana, onde a água não chegou, como Gravataí e Guaíba. Caetano cita que comércios em malls (pequenos centros comerciais) do grupo buscam renegociar aluguel devido à desaceleração das vendas, também influenciada pelos eventos climáticos.
A Dallasanta terá abertura de novo empreendimento em Porto Alegre, na avenida Ipiranga, e vai construir mall (centro comercial de rua) onde a rede Havan desistiu de erguer loja, na Zona Leste da Capital. Caetano diz ainda que a direção da Havan, varejista de Santa Catarina, reativou a instalação em Canoas, em terreno do grupo imobiliário ao lado do ParkShopping Canoas e Fort Atacadista, outra marca catarinense. A área está reservada para a rede de lojas. 
Minuto Varejo - Qual foi o impacto das inundações para a operação?
Cristiano Caetano - Fomos pouco afetados, apenas um imóvel perto do Aeroporto Salgado Filo e a nossa sede, que fica no Quarto Distrito, mas não atingiu os escritórios. O que ocorreu foi a melhoria nas vendas no nosso braço imobiliário. Aumentou a demanda por opções que não tenham problema com água. No Litoral, em Gravataí e Guaíba, as vendas elevaram de terrenos em loteamentos, com alta entre 10% a 20% na procura. Na praia, quando o normal é não fechar negócio no inverno, eles estão acontecendo. Como o Litoral não foi atingido, voltou a ganhar força até para moradia. Temos um novo condomínio, com 420 lotes, na ligação de Capão da Canoa e Xangri-Lá, que cogitamos segurar, mas decidimos lançar. Áreas de varejo, como onde vai ter Havan e tem o Fort, em Canoas, não foram atingidas. 
MV - E a Havan vai se instalar?
Caetano - Não posso responder por eles. Já começaram a pedir novos instrumentos. Houve sinalização há dois meses de que podem voltar a falar sobre erguer a loja no terreno. O Luciano (Hang), presidente da rede, esteve no terreno. O atacarejo do grupo Pereira está bem feliz com a operação (ao lado do que pode ser a futura Havan). Os dois grupos são catarinenses e trocam bastante informações. 
MV - As cheias afetaram as vendas dos centros comerciais do grupo?  
Caetano - Temos recebido pedidos de renegociação de aluguel afetados pela desaceleração da economia. Quem foi afetado diretamente pela cheia, estamos tratando caso a caso, com desconto de aluguel por uns meses. A reversão desse quadro depende também da velocidade das medidas do governo e acesso. O problema não é o imóvel, que sou o dono, mas o conteúdo. Financiamento é fundamental, como a ajuda para pagamento de salários. Chegamos a ceder áreas nossas para ajudar prefeituras no apoio às populações atingidas. 
MV - Como está a implantação de novos malls?
Caetano - Temos o da avenida Ipiranga, quase rua Múcio Teixeira, que não foi afetado e não tinha sido aberto. Estamos tendo procura agora para locar. Falta uma posição. Já locamos para varejo de festas, motos e uma sorveteria, que está assinando. Devemos abrir ali até julho. Quem está em áreas alagadas também está buscando outras localizações.
MV - Como estão novos projetos?
Caetano - Quando acontece um negócio deste tamanho (tragédia climática e seus efeitos), a gente está olhando para o caixa e não está ousado em trazer negócio novo. Fizemos até um investimento fora do Estado, no Rio de Janeiro, com o grupo que comprou a rede Leonardo da Vinci. Estamos cuidando aqui do Litoral. Além do loteamento, compramos o Hotel Bassani porque apostamos que a região vai continuar ganhando força como opção para se viver. Temos 90% dos nossos negócios em Porto Alegre. Na incorporadora Woss, estamos acelerando e preparando lançamentos. Sobre compra de imóveis pela Dallasanta, precisa ser muito bom. Áreas fora das inundações estamos avaliando como colocar no mercado. Antes de novos investimentos, preciso entender como vai se comportar a economia daqui para frente. 
MV - Na Zona Leste, o terreno que teria Havan, vai ter empreendimento?
Caetano - Ali é uma área alta na avenida Protásio Alves (onde ia ter loja da Havan). Vamos ter um ponto comercial e pode ser acelerado. Vamos investir para fazer algo como fizemos na Ipiranga, mas ali é bem maior, com área de mais de 3 mil metros quadrados de terreno e previsão de mais de 11 mil metros quadrados de área construída. Pode ser este ano, mas depende do movimento do mercado. O projeto já está com uma cara boa. Devemos buscar parceiros para locar os espaços. Mas se ficar muito bom e tiver demanda comercial podemos lançar este ano. Vão ser lojas, com supermercado, petshop e farmácia. É no estilo de mall de rua que a gente gosta de fazer, com estacionamento aberto.  

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