Abril teve queda de no volume de vendas dos segmentos que mais movimentam o varejo no Rio Grande do Sul. A mais recente Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou recuo de 1% frente a março. Em relação a abril de 2023, houve alta de 2,1%. Mas a expectativa se volta agora para maio, com dados que saem em julho, devido aos já esperados impactos das inundações.
As cheias arrasaram cidades, fechando lojas em diversos segmentos, de pequenos a grandes varejistas.
Os dados de queda em abril se referem a segmentos de combustíveis, supermercados, farmácias, vestuário, eletrodomésticos e móveis, que compõem o varejo restrito. No Brasil, o comércio restrito teve leve alta de 0,9%. Em relação a abril do ano passado, houve elevação de 2,2%.
Já o chamado varejo ampliado, com construção civil, veículos e atacarejos, teve alta de 0,3% no mercado gaúcho, e, no Brasil, de 1%. Os dados se referem a abril em relação a março. Frente a abril de 2023, os estabelecimentos tiveram aumento de 9,4% no Estado e de 4,9% no cenário nacional.
Nos dados por segmentos, confrontando com o mesmo mês do ano passado, veículos tiveram melhor desempenho, com alta de 25,6% farmácias tiveram melhor desempenho, com alta de 12,6% nas vendas no Rio Grande do Sul.
Eletromóveis tiveram elevação de 1,4%. Supermercados subiram 3,9%. Já combustíveis e livros e papelaria tiveram queda de 4,9% e 8,9%, respetivamente.
No grupo do varejo ampliado, veículos registraram avanço de 27% nos negócios, materiais de construção, de 6,5%, e atacarejos, de 26,9%.
O economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank, avalia que os dados de abril mostram "uma acomodação natural, após o forte crescimento no primeiro trimestre". Frank lista que o varejo restrito avançou 4,8% em janeiro, 0,7% em fevereiro e 1,9% em março. "Dá uma alta acumulada de 7,5% no período", calcula o economista-chefe. "Particularmente, não encaro como um resultado ruim (a queda)."
A CDLPOA vem monitorando o impacto das cheias na economia e indica que o PIB gaúcho deve ter perda de R$ 7,4 bilhões em maio, frente ao mesmo mês de 2023. No ano, o recuo pode chegar a R$ 40,1 bilhões.
O maior prejuízo é apontado em serviços, que abrange também o comércio, que pode chegar a R$ 21,2 bilhões. Na agropecuária, são estimados R$ 7,3 bilhões e na indústria, R$ 11,6 bilhões. A apuração combina dados que sinalizam os canais de transmissão dos alagamentos para o Produto Interno Bruto. Para maio, Frank usou o Índice do Banco Central (IBC) e a arrecadação de ICMS.