Ainda não há prazo para os trens metropolitanos voltarem a atracar no Centro de Porto Alegre, o que é essencial para se pensar em retomada do comércio com maior intensidade, e em outras estações da Trensurb na Capital e Canoas. Mas tem uma boa notícia para quem utiliza o transporte nos trechos em operação emergencial.
A partir desta quinta-feira (13), o número de viagens vai aumentar e o intervalo entre elas vai reduzir, informa a estatal à coluna Minuto Varejo. Os equipamentos de bilhetagem não estão funcionando devido aos danos. Com isso, os usuários não estão pagando passagem.
Segundo a Trensurb, a melhoria no transporte, principal meio na conexão metropolitana e que está sendo ofertado apenas entre Novo Hamburgo e a estação Mathias Velho, em Canoas, será possível porque serão colocados mais trens em funcionamento.
Até esta quarta-feira (12), são apenas oito unidades em operação. Nesta quinta, mais trens da frota de 40 começam a rodar nas estações abertas. O tempo entre as viagens vai cair de 35 minutos para 20 minutos, garante a estatal, que diz que avisou a Metropolan, que faz a gestão do transporte na região, sobre a maior capacidade. Empresas de ônibus podem ter de ampliar a oferta de veículos e viagens.
Trens da estatal foram mantidos em elevada em Novo Hamburgo, evitando danos aos veículos. Fotos: Trensurb/Divulgação
A operação emergencial tem capacidade até esta quarta-feira para atender 30 mil pessoas por dia. "Com o aumento da frota, passaremos para 45 mil pessoas por dia", diz a empresa. O número que pode ser transportado subirá 50%. Antes da tragédia climática, a empresa transportava, em média, 110 mil passageiros em dias úteis.
Tem um detalhe que a Trensurb vem destacando: nenhum trem foi danificado pelas inundações, pois os conjuntos de máquinas foram levados até a elevada em Novo Hamburgo, onde a cheia não chegou. Mas o restante da estrutura do sistema ferroviário - trilhos, parte elétrica e estações, incluindo a bilhetagem, foram afetados e é o que impede que o transporte seja integralmente restabelecido.
Danos, drenagem e limpeza de estações
A estatal esclarece que o tamanho dos danos e prejuízos ainda estão sendo dimensionados. Parte dessa avaliação vai ser possível após terminar a drenagem das estações, fazer a limpeza e acessar equipamentos.
Acesso à Estação Mercado estava cheio de lixo na superfície e passou por drenagem, mas falta retirar resíduos do subsolo
A estatal lembra ainda que a
reativação completa do serviço estará vinculada à
garantia de segurança dos usuários e compara com a situação do
Aeroporto Internacional Salgado Filho, fechado desde 3 de maio e com previsão (ainda dependente dos danos e resolução dos problemas) de
reabrir apenas no fim de dezembro. Hoje voos, em número bem limitado,
são feitos na Base Aérea de Canoas (Baco).
Até agora, uma Medida Provisória (MP) do governo federal assegurou R$ 174 milhões para cobrir despesas da estatal com a recuperação do sistema.
Depois de finalizar a retirada da água na operação do Mercado, as equipes, que contam com apoio da Petrobras e do Dmae, vão começar a fazer o mesmo serviço na Estação Rodoviária.