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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 13 de Junho de 2024 às 14:39

Aeroporto de Porto Alegre fechado provoca demissões em rede de fast-food

Uma das quarto unidades da rede Casa do Pão de Queijo fica na praça da alimentação

Uma das quarto unidades da rede Casa do Pão de Queijo fica na praça da alimentação

MINUTO VAREJO/ESPECIAL/JC
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O fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, já provoca baixas, além do grande impacto à economia geral do Rio Grande do Sul. Demissões já estão ocorrendo em operações comerciais no terminal de passageiros. Uma rede de fast-food com quatro lojas dispensou quase todo o quadro e promete voltar a contratar quando o aeroporto reabrir. 
fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, já provoca baixas, além do grande impacto à economia geral do Rio Grande do Sul. Demissões já estão ocorrendo em operações comerciais no terminal de passageiros. Uma rede de fast-food com quatro lojas dispensou quase todo o quadro e promete voltar a contratar quando o aeroporto reabrir
A Casa do Pão de Queijo (CPQ), com cerca de 200 lojas no País, dispensou quase todos os cerca de 30 empregados que atuavam nas unidades. Nenhum dos pontos chegou a ser inundado, pois estão em andares onde a água não alcançou - segundo piso, praça de alimentação e embarque.
"Ninguém gosta de ouvir a notícia de demissão e não gosto de dar a noticia. A demissão é horrível, é triste, mas não tem como manter no nosso tipo de negócio de conveniência, que depende do passageiro que passa e come", esclarece o diretor de marketing da marca, Mario Carneiro Neto.
"A gente quer os colaboradores de volta quando reabrir", garante ele, projetando o retorno. O contrato com a concessionária Fraport Brasil foi mantido e já tinha sido renovado.   
A cheia levou à paralisação completa do complexo na noite de 3 de maio. A Fraport Brasil mantém oficialmente a "suspensão por prazo indeterminado"
A coluna Minuto Varejo solicitou à concessionaria informações sobre este movimento de cortes nas operações comerciais, devido à paralisação do complexo, e como está procedendo em relação à cobrança de locações.
São mais de 80 estabelecimentos de comércio e serviços no terminal. Novas marcas estavam se preparando para abrir, como o Bob's e Living Heineken. A livraria Cameron, que foi inundada no térreo, junto com a unidade da Starbucks e outras operações, deslocou pessoal para outras filiais.  
As demissões na CPQ foram comunicadas no dia 3 de junho aos empregados. O diretor de marketing diz que a decisão foi repassada pessoalmente à parte do quadro e por mensagem em grupo de WhatsApp para quem não conseguiu comparecer. Apenas três funcionários foram mantidos para ficar na interface com a concessionária.  
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Livraria Cameron teve uma das unidades do terminal inundada e deslocou funcionários a outras filiais. Foto: Tânia Meinerz/JC
Carneiro Neto justifica que "pesou" para o encaminhamento "não saber quando ia voltar (a operação do aeroporto)". Coincidentemente, no mesmo dia, a direção da concessionária repassou ao governo federal a primeira expectativa de reabertura: apenas no fim de dezembro. Mas o prazo ainda é condicionado à avaliação sobre impactos à pista e a equipamentos e tempo para recompor tudo.
No grupo dos demitidos, há pessoas que tiveram as residências inundadas. O diretor de marketing diz que a empresa estava acompanhando os casos e deu apoio com doações. Uma vaquinha com ajuda de empregados obteve R$ 40 mil, com pagamento de R$ 1,5 mil por funcionários que atuava no aeroporto.
"Antes das demissões, fizemos de tudo para ajudar: antecipamos 13º e férias, até para quem não tinha direito ainda", lista o diretor, lembrando que não foi possível esperar o programa do governo federal.  "Demorou", avisa ele. Medida Provisória foi publicada em 7 de junho, prevendo pagamento de um salário-mínimo por dois meses para cada empregado de empresa atingida no Estado.
Segundo Carneiro Neto, a rede teria dificuldade de cobrir a despesa, sem operação, pois ainda acumula passivo herdado da pandemia de Covid-19, que afetou em cheio os serviços de alimentação, incluindo as marcas em aeroportos.
"A situação da empresa não permite que tenhamos pessoas empregadas sem faturamento", reforça o executivo, citando que o aeroporto de Porto Alegre é a terceira maior praça em faturamento entre as unidades próprias situadas em terminais.
"São R$ 1 milhão ao mês", contabiliza Carneiro. A marca tem 23 a 25 lojas próprias. As demais são franquias, algumas também em terminais.
Além de não ter a receita devido ao fechamento, a rede teve prejuízo avaliado em R$ 250 mil com estoques e equipamentos de refrigeração que estavam em uma sala locada no andar térreo do Salgado Filho, que foi atingido pela inundação.
Com o fechamento do terminal, a CPQ teve desconto de 90% do aluguel. Na operação normal, o lojista pode optar por valor de locação ou com base na receita. Outros custos como energia não estão sendo cobrados. "A Fraport é muito parceira. Já tínhamos antecipado a renovação do contrato. Tínhamos intenção de abrir uma quinta loja, mas agora vamos avaliar", adianta Carneiro.

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