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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 09 de Junho de 2024 às 23:25

Marca de alfajores atingida pela cheia paga salários com pré-venda solidária

Scheid e equipe em frente à fábrica na Zona Norte: acesso feito com bote devido à inundação

Scheid e equipe em frente à fábrica na Zona Norte: acesso feito com bote devido à inundação

ALFAJORES ODARA/DIVULGAÇÃO/JC
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Patrícia Comunello
Uma das marcas gaúchas de alfajores mais conhecidas, cuja a fábrica foi arrasada pela inundação na Zona Norte de Porto Alegre, conseguiu pagar os salários de maio dos 60 funcionários com o dinheiro de uma campanha de pré-venda solidária. 
Uma das marcas gaúchas de alfajores mais conhecidas, cuja a fábrica foi arrasada pela inundação na Zona Norte de Porto Alegre, conseguiu pagar os salários de maio dos 60 funcionários com o dinheiro de uma campanha de pré-venda solidária. 
Sem máquinas e com quase R$ 1,8 milhão de prejuízo com a cheia, a Alfajores Odara arrecadou mais de R$ 300 mil de encomendas feitas por 2,5 mil pessoas. A entrega é prevista para agosto, mas pode ser antecipada.
O dinheiro entrou por meio da ação "Um novo horizonte Odara" e foi decisivo para cobrir a conta de R$ 350 mil com os trabalhadores. Aliviado com o resultado e a folha quitada, o fundador da Odara, Jeison Scheid, confessa que não esperava tanta adesão:
"Sempre sentimos que a marca  era bem quista, mas não imaginávamos tanto apoio", confessa Scheid, feliz pela ajuda e já acelerando a estratégia para retomar a produção e priorizar a entrega dos 30 mil alfajores da pré-venda.
Se tivesse a condição da produção pré-enchente, a marca atenderia o pedido que salvou a folha de salários em três horas: "Nossa capacidade produtiva era de 10 mil alfajores por hora", conta o fundador.
A intenção é antecipar a promessa feita de entregar em agosto a pré-venda. Scheid informa que já está vendo uma alternativa de maquinário para produzir em julho, enquanto reconstroem a fábrica.
"Trabalhamos feito loucos para limpar tudo. Todo mundo pegou junto", valoriza o empreendedor. E olha que as dificuldades foram de toda sorte. A água tomou conta de acessos, e eles tiveram de usar bote para chegar à sede.  
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Dentro da fábrica, embalagens foram encontradas em meio á lama, com perda de R$ 580 mil. Foto: Alfajores Odara/Divulgação  
Do período anterior ao 4 de maio, quando a água subiu, sobraram embalagens em meio a muito barro e lama. Os prejuízos somam até agora R$ 1,8 milhão, considerando apenas estoques, sem contabilizar equipamentos e produção que para e gera ruptura em ponto de venda.
Só em chocolate para cobertura, a fábrica perdeu R$ 600 mil; em embalagens foram mais R$ 580 mil, em biscoitos outros R$ 266 mil, R$ 230 mil em doce de leite e outros recheios e R$ 104,2 mil em produtos prontos.  
A Odara foi criada em 2013 por Scheid, como forma de ter renda no veraneio no litoral catarinense. O fundador diz que a marca está em mais de 5 mil pontos de venda situados no Rio Grande do Sul, em São Paulo, em Santa Catarina e no Espírito Santo
A marca trabalha com diversos distribuidores, entre grandes operações e pequenas. Um deles, que está desde o começo da marca, é a Santa Fé, no Quarto Distrito de Porto Alegre, que foi completamente inundada. "Ela é muito importante para a gente porque foca no nosso produto", comenta Scheid.
O caso dos Alfajores Odara não é único na saga de retomada. Dois desafios rondam negócios arrasados pelas cheias de maio: voltar a funcionar depois de ter tudo comprometido e pagar os salários. 

Coluna conta história na "Série Recomeçar" 

A história do Carnetti faz parte dos varejos da série Recomeçar, que mostra aqui na coluna exemplos de negócios que estão recompondo a operação, após a água devastar unidades, planos, pessoas e colocar novo cenário daqui para frente. O que já rolou: Lebes, TaQi e Carnetti Supermercados.  

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