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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 06 de Junho de 2024 às 19:24

Comércio diz que ação de Lula para emprego é insuficiente e prevê demissões

Lojas no centro de Porto Alegre fazem limpeza para reabrir após inundação histórica

Lojas no centro de Porto Alegre fazem limpeza para reabrir após inundação histórica

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Patrícia Comunello
O programa anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar demissões em empresas atingidas pelas cheias, direta ou indiretamente, teve recepção inicial positiva do varejo, mas ressalvas em relação a prazo e valores.
O programa anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar demissões em empresas atingidas pelas cheias, direta ou indiretamente, teve recepção inicial positiva do varejo, mas ressalvas em relação a prazo e valores.
Depois de saber mais detalhes, dirigentes de sindicato e entidade patronais e de comerciários acabaram esmorecendo e criticando o alcance e valores. 
O temor que ronda o setor são as demissões por empresas com caixa zerado por estarem fechadas em meio ou ainda neste começo de junho.
A coluna Minuto Varejo questionou se vai ter demissão, mesmo com o programa que prevê o pagamento de um salário-mínimo mensal por dois meses e estabilidade de emprego por quatro meses.
"A previsão é de que sim, porque não resolve o problema só protela", avisa o presidente do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre, Nilton Souza, o Neco Souza.
"Empresas que ficaram 30 dias debaixo d’água, sem receber nada no caixa, como fazem, se o salário for maior que o mínimo e não têm dinheiro pra completar?", devolve a indagação o sindicalista.
O SindecPOA previa, antes do anúncio de Lula, que o setor pode chegar a 10 mil demitidos na Capital, que soma vem mil empregado no setor e 30 mil estabelecimentos comerciais. 
Arcione Piva, presidente do Sindicato dos Lojistas (SindilojasPOA), avalia que "toda ajuda é muito bem-vinda". "Este tipo de ajuda é o que vínhamos lutando desde o primeiro dia das enchentes, mas não é suficiente", mas Piva dá a real:
"Têm muitos lojistas que não faturaram nada ainda, como vão ter recursos para completar esse valor?".
As duas entidades já firmaram convenção coletiva prevendo medidas para lojistas, como suspensão de contrato e até redução de salário, além de banco de horas e antecipação de férias e férias coletivas
O presidente da Federação das Associações Gaúchas do Varejo (FAGV), Vilson Noer, cita que a dificuldade de caixa para honrar salários já bateu à porta de 70% dos negócios atingidos, principalmente aqueles com operações inundadas, que não teriam conseguido pagar os funcionários.
"Sabemos há um mês isso. Sem caixa e sem vendas, o que poderiam fazer? Já tínhamos retorno de muitos lojistas de que iriam dar início a demissões", adverte Noer. Sobre o programa lançado, o presidente da FAGV avalia que a medida é um começo para "fechar o dique de demissões no Estado". Sobre as medidas anunciadas nesta quinta-feira, ele observa:  
"Falamos com lojistas que estão analisando os valores a serem pagos, para tomar a decisão de manter (empregos) ou demitir. (o programa) vale para quem paga pouco ou salário-mínimo". Noer acredita que pode ocorrer ampliação da ajuda: "Poderão estender. Tinha que fechar a sangria já!".

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