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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 02 de Junho de 2024 às 20:10

Oito a cada 10 lojistas não têm seguro para cheias em Porto Alegre

Klein tem cobertura para vendaval e raio, mas não tem para inundação

Klein tem cobertura para vendaval e raio, mas não tem para inundação

/PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Patrícia Comunello
"Na minha apólice do seguro, tem (cobertura) para raio, explosão, queda de granizo, incêndio e vendaval. Inundação e cheias não", lista, desapontado, o varejista Carlos Klein, proprietário da rede de moda masculina Via Condotti. O drama não é só de Klein: quase oito em cada dez comerciantes de Porto Alegre, segundo pesquisa do Sindicato dos Lojistas da Capital (SindilojasPOA), vivem a mesma a situação.
"Na minha apólice do seguro, tem (cobertura) para raio, explosão, queda de granizo, incêndio e vendaval. Inundação e cheias não", lista, desapontado, o varejista Carlos Klein, proprietário da rede de moda masculina Via Condotti. O drama não é só de Klein: quase oito em cada dez comerciantes de Porto Alegre, segundo pesquisa do Sindicato dos Lojistas da Capital (SindilojasPOA), vivem a mesma a situação.
E não ter cobertura para o impacto da tragédia climática que abate o Rio Grande do Sul só complica mais a possibilidade e custo da recuperação de muitos varejistas. O dono da Via Condotti teve duas das nove unidades da rede inundadas, sendo uma, a do Centro da Capital, com perda total.
"A gente faz a contratação com a seguradora e imagina que vai ter cobertura ampla. Quando acontece o sinistro, descobre-se que teria de ter outras opções e tudo discriminado", lamenta Klein, que ainda não tinha terminado de pagar o investimento na loja onde perdeu tudo, aberta há pouco mais de um ano. 
A coluna Minuto Varejo tem ouvido relatos de outros lojistas: "O corretor me ofereceu um dia antes (da inundação) proteção para enchente, mas não renovei com isso. Não imaginava que a água fosse chegar onde chegou", conta Sérgio Rosa, da Banca do Holandês, com loja no Mercado Público.
O SindilojasPOA apontou ainda que apenas 13 % dos empreendedores do setor têm seguro que cobre os danos e quase 10% ainda não sabe se tem ou não a proteção
A pesquisa do Núcleo de Pesquisa do SindilojasPOA apurou ainda que 20% dos ouvidos tiveram o estabelecimento totalmente invadido pelas águas e 15,2% parcialmente. Entre os afetados, 69,4% já conseguiram acessar o ponto. Destes, 8,3% indicam que perderam tudo. Para pouco mais de 40%, os prejuízos ficam entre 50% e 75% da operação. Já quase 20% tiveram perda cima de 75%, e 5,6% de até 10%.
Outro assunto que também gerou muita preocupação e mobilização é a segurança, com muita unidade algo de ladrões. O levantamento revelou que 3,8% das lojas sofreram furtos, roubos ou saques. Já 11% dos ouvidos não têm como saber pois não voltaram aos estabelecimentos.
Para manutenção do negócio, os comerciantes já acionam medidas para equilibrar impactos e receitas. Antecipação de férias individuais já foi buscada por 50,8% deles, banco de horas (47,6%), demissão de funcionários (39,7%), acordos coletivos de trabalho (20,6%) e férias coletivas (9,5%). Mais de 55% dos lojistas vai recorrer aos auxílios do governo federal: os mais requisitados são Pronampe (70,9%), prorrogação do pagamento do Simples Nacional (58,2%) e Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (55,7%).

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