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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 09 de Junho de 2024 às 16:14

Carnetti reabre loja no Sarandi: "Já tinha cliente esperando na porta"

Loja na rua Pandiá Calógeras ficou com água até dois metros e voltou a funcionar

Loja na rua Pandiá Calógeras ficou com água até dois metros e voltou a funcionar

PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Patrícia Comunello
Como foi a hora em que reabriu a loja depois de quase um mês inundada? Pergunta a coluna Minuto Varejo a Itamar Lorenzatto, um dos proprietários do Carnetti, uma das redes de supermercados com forte atuação na Zona Norte de Porto Alegre, com duas lojas no bairro Sarandi, um dos mais impactados pelas cheias históricas no Rio Grande do Sul:
Como foi a hora em que reabriu a loja depois de quase um mês inundada? Pergunta a coluna Minuto Varejo a Itamar Lorenzatto, um dos proprietários do Carnetti, uma das redes de supermercados com forte atuação na Zona Norte de Porto Alegre, com duas lojas no bairro Sarandi, um dos mais impactados pelas cheias históricas no Rio Grande do Sul:
"Foi muito legal. Quando a gente reabriu, já tinha cliente esperando. Muitos clientes mandaram mensagem na véspera avisando: "Amanhã vamos estar aí"".
E como foi reencontrá-los na filial da rua Pandiá Calógeras, 220?
"Muito bom, a gente cria uma relação de carinho", descreve Lorenzatto, abrindoum sorriso, que alivia um pouco o semblante cansado do varejista, após um mês tendo de ver duas lojas da rede tomadas pela água. A outra é na avenida dos Gaúchos, também no Sarandi, ainda não reaberta.
Não foi inauguração, mas Lorenzatto fez questão de dar o tom, com promoção na volta da loja, mas com a limpeza ainda a mil no lado de fora da loja para tirar as marcas da inundação, que chegou a dois metros no prédio no bairro Sarandi, um dos mais atingidos na Capital.
Mas algumas marcas da cheia não devem ser apagadas. Lorenzatto lamenta a falta de sensibilidade de fornecedores e conta que decidiu segurar a expansão com aporte de R$ 20 milhões:

Coluna conta história na "Série Recomeçar" 

A história do Carnetti faz parte dos varejos da série Recomeçar, que mostra aqui na coluna exemplos de negócios que estão recompondo a operação, após a água devastar unidades, planos, pessoas e colocar novo cenário daqui para frente. O que já rolou: Lebes, TaQi e Alfajores Odara.  

Varejista recorda de inundação e fala do futuro da rede

"Saímos correndo": A água vinha subindo pela rua. Ela estava forte mesmo. Chegou na altura do meu nariz dentro da loja. Na rua, deu dis metros. Quando entramos, as mercadorias estavam todas no chão. A água chegou na última prateleira. Só salvou o que ficou na última gôndola. Chegamos a tirar até a terceira prateleira, porque a gente achava que estaria seguro para cima. Aliás, me chamaram de louco porque nem era para tirar até onde se removeu. Os balcões todos viraram e flutuaram. Algumas portas de vidro quebraram. Conseguimos colocar em operação, mas trocamos muita coisa de parte elétrica. Para reabrir, trouxemos mobiliário de outras lojas, improvisamos. Em uma semana, limpamos tudo. Cinquenta pessoas mobilizadas. Importante era abrir para sobrevivência.
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Lorenzatto mostra produto de um dos raros fornecedores que repôs mercadorias perdidas na cheia. Foto: Patrícia Comunello/JC
"Quase um faturamento mensal": Estimamos em mais de R$ 5 milhões, vai depender do valor dos equipamentos entre as duas lojas. Só em mercadorias jogamos fora mais de R$ 2 milhões entre esta loja e a da avenida dos Gaúchos, que teve muito mais danos. As duas lojas juntas geram receita bruta mensal de R$ 7 milhões. Na parte de pessoas, mais de 30 pessoas foram afastadas porque tiveram suas casas atingidas.
"Não sei de nada": Pedimos indenização pelos produtos perdidos. Conseguimos adiamento de prazo de pagamento com algumas empresas, como a Femsa, que teve a fábrica da Cola-Cola inundada em Porto Alegre. Eles foram atingidos e ainda assim nos ajudaram. Mas teve fornecedor que não fez absolutamente nada, a maioria grandes marcas. Grandes fornecedores de fora do Estado que agiram como quem diz: "Não sei de nada". E tem ainda outros que dizem: "Estamos vendo". A inundação já tem mais de 30 dias, tempo suficiente para ter pensando, né? Este tipo de resposta é só para ganhar tempo para dizer que "não". Estamos trabalhando com a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) para ter mais força de negociação. Tive apenas um fornecedor que falou: "Vou pagar a mercadoria fabricada pela gente que tu teve prejuízo". Foi a Neilar, de Santa Catarina. Quem não está disposto a nos ajudar em um momento tão difícil vamos tentar substituir dentro do possível.
"Precisamos do dique": Não dá para dizer que a gente não vai ficar onde teve loja inundada, mas avaliamos porque precisamos ter segurança. As obras do dique da Zona Norte são prometidas há muitos anos. O dique da Federação das Indústrias do RS (Fiergs) é uma vergonha. Não é obra cara e tem urgência. O governo tem responsabilidade de dar esta segurança. A gente espera isso para voltar a investir forte no Sarandi. Hoje é muito risco.
"Não falamos em expansão": Esta palavra está fora do dicionário para o momento. Abrimos loja nova em Alvorada e tinha projeto de um atacarejo na cidade. Agora está adiado. O investimento era de R$ 20 milhões.

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