Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora
Minuto Varejo

Alguns dos nossos patrocinadores

Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 25 de Maio de 2024 às 20:11

Livraria perde 80 mil livros nas cheias e estima prejuízo de R$ 1,3 milhão

Montanha de livros molhados e inutilizados chamou a atenção em calçada no Quarto Distrito

Montanha de livros molhados e inutilizados chamou a atenção em calçada no Quarto Distrito

LIVRARIA SANTOS/DIVULGAÇÃO/JC
Compartilhe:
Patrícia Comunello
A cena é chocante. Uma montanha de livros na calçada em frente à Livraria Santos, no Quarto Distrito, na Zona Norte de Porto Alegre. Se não fosse a inundação que aflige regiões da Capital e milhares de negócios, os livros antes "novos" deveriam estar nas prateleiras, à espera dos leitores:
A cena é chocante. Uma montanha de livros na calçada em frente à Livraria Santos, no Quarto Distrito, na Zona Norte de Porto Alegre. Se não fosse a inundação que aflige regiões da Capital e milhares de negócios, os livros antes "novos" deveriam estar nas prateleiras, à espera dos leitores:
"Perdi 80 mil livros. Eles não estão mais à venda, pois ficaram muito tempo em contato com a lama e o esgoto, sem condições de consumo", descreve o proprietário da rede com 17 unidades em diversas cidades gaúchas, Jonatas Santos: "Livro quando molha um pouco incha e inviabiliza a leitura. No nosso depósito, entrou mistura de lodo com lama, e os livros ficaram 15 dias sob a água".
A situação das empresas e expectativa pela liberação de recursos suficientes à reconstrução e retomada mobilizam empresários do Quarto Distrito, onde fica a livraria.
"Monitorávamos todos os dias para tentar entrar, mas a água não baixava. Foi muito agoniante isso", acrescenta ele. 
Pelo menos duas foram as mais afetadas, com inundação: a da avenida Brasil, na Capital (da montanha de livros na calçada) e do Canoas Shopping, que reabriu neste sábado (25), após ficar 20 dias fechado. O shopping foca no bairro Mathias Velho, o maior da cidade e que foi arrasado pelas cheias. Santos conta ainda que a filial do Pontal Shopping, na orla do Guaíba, em Porto Alegre, fechou por uma semana.
O livreiro ainda está contabilizando as perdas, mas passou à coluna Minuto Varejo o que é efeito direto das cheias (danos materiais). Segundo ele, são R$ 850 mil em livros (duas lojas) e R$ 450 mil em móveis e estrutura física. O prejuízo total entre livros e estrutura soma R$ 1,3 milhão
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2024/05/25/206x137/1_minuto_varejo_canoas_shopping_lojas_inundacao_jornal_do_comercio-10576668.jpeg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'6652169860960', 'cd_midia':10576668, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2024/05/25/minuto_varejo_canoas_shopping_lojas_inundacao_jornal_do_comercio-10576668.jpeg', 'ds_midia': 'Minuto Varejo - Inundação - cheias - impactos - Canoas Shopping - corredores - impactos - comércio', 'ds_midia_credi': 'LIVRARIA SANTOS/DIVULGAÇÃO/JC', 'ds_midia_titlo': 'Minuto Varejo - Inundação - cheias - impactos - Canoas Shopping - corredores - impactos - comércio', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '600', 'align': 'Left'}
Em shopping, estantes em frente à loja e livros foram danificados pela cheia. Foto: Livraria Santos/Divulgação 
Mas a perda financeira também é gerada em outra frente, inserida no contexto geral da atual tragédia climática:
"Todas as lojas foram afetadas pela baixa venda, muitas ficaram fechadas ou tiveram horários reduzido e funcionários tiveram perdas", lista Santos.
A expectativa agora é por recursos dos governos, tanto federal como estadual.
"Acompanhamos todos dizendo que não faltaria ajuda para reconstrução das empresas, que teria Pronampe, como na pandemia", cita o livreiro.
Mas o que acabou de ser anunciado para operação de crédito por meio da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil não agradou em nada Santos
"Para nosso desespero, a informação é que o limite máximo seria de R$ 150 mil. Este valor é irrisório, é uma vergonha, diante das perdas que a maioria das empresas teve. Entendemos que seria até 60% do faturamento. Se o teto é o Simples Nacional, que é o meu caso, seria cerca de R$ 2,8 milhões", estima o proprietário da rede. 
"O que eu vou fazer com R$ 150 mil? Com este dinheiro, não faço nem os meus móveis. A indignação dos empresários é muito grande. O governo federal tem dinheiro para muitas coisas e agora que o Rio Grande do Sul está precisando oferecem esta palhaçada", revolta-se o livreiro:
"Era uma coisa e o que está vindo é outra. O recurso tem de ser compatível com a realidade do que vamos precisar".  

Notícias relacionadas