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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 14 de Maio de 2024 às 18:46

Carros de luxo estão submersos em maior polo de revendas do RS

Rua Edu Chaves é um dos corredores de lojas de veículos que estão inundadas em Porto Alegre

Rua Edu Chaves é um dos corredores de lojas de veículos que estão inundadas em Porto Alegre

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Quer comprar o último modelo elétrico da chinesa BYD, que recém abriu loja em Porto Alegre? Está sob a água. Quem sabe outro chinês, desta vez da GWM? Tudo debaixo da água. O maior polo de concessionárias de carros da Capital, e certamente do Rio Grande do Sul, muitas de modelos de luxo, está com as estruturas inundadas na Zona Norte.
Quer comprar o último modelo elétrico da chinesa BYD, que recém abriu loja em Porto Alegre? Está sob a água. Quem sabe outro chinês, desta vez da GWM? Tudo debaixo da água. O maior polo de concessionárias de carros da Capital, e certamente do Rio Grande do Sul, muitas de modelos de luxo, está com as estruturas inundadas na Zona Norte.

VÍDEO: Água toma conta de lojas na Zona Norte de Porto Alegre

A coluna Minuto Varejo percorreu a região pela primeira vez e constatou o quadro dramático dos negócios na região. Os prejuízos são incalculáveis ainda. Muitas unidades ficaram sob a água porque as marcas não tiveram tempo de transferir para outros locais
"A maioria (empresas) conseguiu retirar boa parte dos carros, mas ficaram muitas unidades para trás", descreve Jefferson Fürstenau, presidente do Concessionárias e Distribuidores de Veículos do RS (Sincodiv/Fenabrave-RS).
"O aviso para sair começou a correr ao meio-dia de 3 de maio e, de noite, não se tirava mais nada", recorda Fürstenau, que uma das suas duas revendas da Kia/Suzuki com quase todo prédio submerso. O 3 de maio é um divisor, ironicamente, de águas no atual e histórico evento climático que arrasa boa parte do Rio Grande do Sul.
Nesse dia também, o Aeroporto Internacional Salgado Filho, ao lado do polo de concessionarias, foi fechado. Nos dias ques se seguiram, o nível do Guaíba subiu ao seu maior patamar, superando a enchente de 1941. Onde antes se trafegava ou pisava na pavimentação, agora é só água, que chega a dois metros de altura, nos pontos mais altos da inundação.
Para conferir a situação na porção onde correm as avenidas Ceará e Sertório e rua Edu Chaves, além de outras laterais, onde as revendas se enfileiram, o Minuto Varejo subiu em um pequeno barco locado por 30 empresas do setor de veículos com lojas na região. O polo tem abrangência maior e com mais alagamentos, indo até a avenida Farrapos. 
A embarcação virou instrumento de trabalho: transporta pessoal das revendas que se revezam na vigilância das lojas. "Muitas operações foram saqueadas", lamenta Fürstenau. Em operações com dois pisos, materiais e equipamentos e até carros foram deslocados para serem protegidos. Mas assaltantes tentaram e muitos conseguiram levar objetos. 
As concessionárias e suas marcas vão se apresentando no percurso lento pela Edu Chaves, Ceará e outras ruas internas: Iesa (Renault, Nissan, chinesas GWM e BYD, Fiat, Jeep, Harley-Davidson), Fórmula Motors, Studio F Motors, Honda, Sun Motors (Kia e Suzuki), Lyon (Pegeot/Citroën), Stuttgart Porsche, Guaibacar VW, Via Porto Fiat, Savarauto (Mercedes-Benz), Motoryama, Fox (Mitsubishi) e Kaizen Honda, Caoa Chery, JAC, Top Car (Audi, Jaguar e Land Rover). 
Na elevada no fim da avenida Ceará, que leva à BR-448, uma cena dramática. Dezenas de carros foram estacionados no ponto mais alto na tentativa das lojas de salvar o que fosse possível, diz Fürstenau. Abaixo, na avenida, um ônibus está quase submerso. Tudo indica que foi arrastado até o local. Em uma loja, um caminhão também está quase todo tapado pela água.
No trajeto, a pressa é inimiga do fluxo no novo ambiente. "Tem de andar devagar para não fazer ondas, que é o que quebra e danifica as estruturas dos prédios", orienta o dirigente. Muitas fachadas estão sem vidros, que romperam pela força da água. Até estruturas que separavam lojas foram arrancadas.
A relevância da região ganhou maior grau desde 2023, quando mais marcas desembarcaram em pontos do polo. Entre elas, estão a BYD, BWM, nova sede da Audi e Savarauto, que migrou da avenida Nilo Peçanha para a Edu Chaves em maio de 2023.  
No Estado, são mais de 300 concessionárias de modelos novos afetadas que não conseguem operar. O setor tem mais de 700 empresas apenas no segmento de zero quilômetro. Se forem incluídos de usados e seminovos, o número sobe a cerca de 2 mil pontos comerciais, segundo o Sincodiv/Fenabrave-RS. 
Mesmo as lojas que conseguem abrir e vender, enfrentam outro obstáculo: falta de sistema do Detran-RS para fazer emplacamentos.
"Há dez dias o faturamento é zero", resume o dirigente. A entidade busca desesperadamente com Detran-RS e Secretaria da Fazenda uma alternativa para sobrepor este obstáculo, porque p das águas ainda não é possível saber quando será possível.

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