Filas em supermercados principalmente de clientes em busca de água marcam o fluxo em cidades atingidas pelas cheias neste domingo (5). Em Porto Alegre, as cenas foram flagradas em lojas da Companhia Zaffari. Também em lojas de redes da Região Metropolitana as filas se repetem. Além disso, prateleiras já indicam falta de produtos e reposição mais lenta, devido à alta procura.
A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) vai começar a monitorar neste domingo, por meio de um aplicativo, as unidades que estão fechados e em operação. A rede Zaffari, por exemplo, tem uma loja fechada, devido às cheias no Centro Histórico. É a loja da rua dos Andradas. As demais filiais também operam com horário restrito até as 20h. A medida é adotada principalmente pela mobilidade e porque muitos funcionários não conseguem trabalhar.
Entre itens que faltam ou tem mais escassez, estão carnes, ovos e hortigranjeiros. A paralisação de plantas de abates reduziu a oferta de carnes para diversas regiões. Além disso, muitas rodovias estão bloqueadas ou cidades inundas onde ficam os frigoríficos.
"As pessoas precisam estar cientes que o abastecimento é difícil. Mas temos 6,5 mil supermercados no Estado. Alguns enfrentam dificuldades de logística, pois estão com centros de distribuição (CDs) fechados ou não conseguem acessar as unidades para reabastecer", descreve o presidente da Agas, Antonio Cesa Longo.
Longo cita que também há falta de funcionários para fazer a reposição. "A dificuldade é de abastecer. Muitos fornecedores estão buscando rotas alternativas para suprir lojas", cita o dirigente. "Tem fornecedor que fazia rota de 120 quilômetros que está bloqueada e achou uma com 300 quilômetros para poder entregar mercadorias", exemplifica ele.
"O importante é o consumidor não entrar em desespero. Pode não encontrar todas as marcas que deseja ou pode ser que fique sem ovo uma semana ou alguns dias", previne o presidente da Agas.