Sabe aquela expressão "renascer das cinzas"? Esta é a história de uma marca de varejo com quase 50 anos de história que teve perda total da única loja em um incêndio há quase dois anos. A Zimmer Pet Store acaba de ressurgir em um novo ponto e em um dos complexos mais populares e emblemáticos do Centro Histórico de Porto Alegre.
A varejista, com foco em medicamentos veterinários e aquários, além de produtos para animais de estimação, abriu no Mercado Público, dentro da nova safra de bancas que está chegando ao complexo.
"Hoje é um marco para a Zimmer, empresa tradicional e bem vista pelos porto-alegrenses", descreveu Roberto Zimmer, um dos proprietários, na quarta-feira (10), na estreia em novo endereço.
A operação não ficou muito longe daque foi consumida pelo fogo. A empresa familiar existe desde 1976. O ponto anterior ficava na esquina da avenida Júlio de Castilhos com a rua Vigário José Inácio. Agora a posição da Zimmer é na esquina da Júlio de Castilhos com a avenida Borges de Medeiros.
"Saímos de 300 metros de área de venda e mais de 300 de estoque para uma loja tem 40 metros quadrados de loja. Mas é um novo momento, e a família está unida e forte para ir para frente", avisou Zimmer.
"Vai dar tudo certo", aposta Zimmer, que teve de redimensionar o mix para ajustar ao novo espaço. A venda de animais silvestres criados em cativeiro era uma das marcas. "Éramos uma das poucas ou talvez a única licenciada para atuar neste setor", recorda o varejista.
Aquários estão na nova loja, dando seguimento a uma das tradições da operação de varejo. Foto: Zimmer/Divulgação
Agora o foco da Zimmer segue em uma das suas referências: aquarismo e produtos veterinários. O ponto também comercializa acessórios e outros itens para pets.
Madrugada de julho de 2022 encerrou ciclo da Zimmer
O proprietário não esquece o 12 de julho de 2022, quando o fogo colocou a chama final ao negócio que funcionava pertinho do Mercado Público.
"Foi perda total e infelizmente não tínhamos seguro. Não tínhamos mais empresa, o prédio também era alugado. Foi um baque para a família", conta Zimmer, na semana que uma nova fase da loja teve início. "Dali saía toda a nossa receita", diz ele, sobre a dimensão do impacto.
Após o sinistro, a família teve de correr atrás de recursos para pagar indenizações de quase 30 funcionários e compras feitas de fornecedores. Na antiga loja, estava o estoque da operação. Foram vendidos imóveis para gerar caixa.
"Não ficou ninguém pendente. Temos crédito perfeito no mercado", alivia-se o varejista.
Para recomeçar, também precisariam de cerca de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões, cita Zimmer:
"Foi um momento muito difícil. Tínhamos uma forma boa de viver, desde planos de saúde e planos de viagens, tudo fruto do nosso trabalho. Este baque fez a gente reavaliar toda a nossa vida."
Com a conta do incêndio zerada, a família voltou a olhar para a volta ao comércio.
O leilão das áreas fechadas do Mercado Público foi a oportunidade, e a Zimmer se habilitou. "Tivemos a alegria de participar e vender a disputa", comemora o dono. A loja estava fechada há mais de 10 anos e sem condição de uso, de hidráulica e piso, descreve.
A família reuniu recursos para poder pagar outorga, exigência para estar no complexo, e ainda montar a nova operação.
"Somos uma empresa tradicional de comércio em nossos segmentos e vamos dar continuidade a essa trajetória aqui no Mercado Público", projeta o proprietário.