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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 12 de Março de 2024 às 17:07

Varejo projeta melhora, mas espera que inadimplência ceda

"O comércio espera recuperação do desempenho este ano", observou Vilson Noer

"O comércio espera recuperação do desempenho este ano", observou Vilson Noer

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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O ano de 2024 vai ser melhor para o varejo do que o ano passado, mas a inadimplência em níveis elevados e que resiste a ceder é a pedra no sapato de uma recuperação com mais vitalidade. O cenário foi destacado por entidades e analistas que estiveram no Marcas de Quem Decide, no Teatro do Sesi, no complexo de eventos da Federação das Indústrias do RS (Fiergs).
O ano de 2024 vai ser melhor para o varejo do que o ano passado, mas a inadimplência em níveis elevados e que resiste a ceder é a pedra no sapato de uma recuperação com mais vitalidade. O cenário foi destacado por entidades e analistas que estiveram no Marcas de Quem Decide, no Teatro do Sesi, no complexo de eventos da Federação das Indústrias do RS (Fiergs).
"O comércio espera recuperação do desempenho este ano!", observou Vilson Noer, presidente da Federação das Associações Gaúchas do Varejo (FAGV), entidade recém lançada. "O setor ainda passa por dificuldades, mas os sinais macroeconômicos estão melhores, com mais demanda", assinala Noer. "A confiança é necessária para consumir, além de emprego, renda e crédito", resumiu.
Suzana Vellinho, presidente da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), assinalou que o comércio ainda está com freio puxado devido à insegurança em relação às vendas e à oferta e ao custo do crédito. "O mercado financeiro está mais atrativo que o de consumo", lamentou ela.
Depois do verão e Carnaval, Vitor Koch, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL-RS), avisa que o ano começou para valer, com expectativa de juros baixando mais, além de inflação também sob controle. "As pessoas podem recuperar o poder de compra", aposta Koch.
O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antonio Cesa Longo, cita que o ano mostra que o cliente está cada vez mais atento e pesquisando mais preços, o que é facilitado por mais lojas no formato de atacarejos, com foco em volume e preço.
O setor também vive apreensão do fim da isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para os produtos da cesta básica, prevista em decreto estadual, dentro da revisão de benefícios aos setores, que entidades ligadas à agricultura, indústria e comércio, tentam convencer o governador Eduardo Leite a suspender e rediscutir o alcance da revisão, adotada após a tentativa frustrada de elevar o ICMS de 17% para 19,5%, a partir deste ano.   
O ritmo ainda está lento no terceiro mês do ano, avalia Arcione Piva, presidente do Sindilojas POA. "Mas deve melhorar, com um maior recuo de juros. A perspectiva é de um segundo semestre bem melhor", acena Piva. Ivonei Pioner, presidente da Federação Varejista do RS, cita indicadores positivos, como o aumento da renda per capita da população economicamente ativa, que ajuda a puxar a atividade econômica: "O varejo está ansioso por este avanço". 
Elisa Simão, sócia da PwC Brasil, cita que o setor financeiro vem melhorando controles ante o contexto de atrasos elevados de consumidores e preveniu que a situação ainda dá sinais de recuo: "O setor financeiro reage ao que ocorre em outros setores. Os controles ajudam a manter sob controle a evolução da inadimplência, mas ainda não se pode dizer quando vai ter redução de taxas."

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