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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 14 de Fevereiro de 2024 às 19:14

Inadimplência dispara no RS com dados de atrasos em conta de luz

Acréscimo de dados de débitos com energia reaqueceu patamar de atrasados no Estado

Acréscimo de dados de débitos com energia reaqueceu patamar de atrasados no Estado

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Patrícia Comunello
A torcida é grande do varejo para o recuo das taxas de inadimplência em 2024, mas o ano largou com quadro pior para pessoas físicas no Rio Grande do Sul. O Indicador de Inadimplência CDL Porto Alegre de janeiro bateu em 32,1% no Estado e em 34,3% em Porto Alegre. Segundo a entidade, os números são recordes da série que começou em março de 2022.
A torcida é grande do varejo para o recuo das taxas de inadimplência em 2024, mas o ano largou com quadro pior para pessoas físicas no Rio Grande do Sul. O Indicador de Inadimplência CDL Porto Alegre de janeiro bateu em 32,1% no Estado e em 34,3% em Porto Alegre. Segundo a entidade, os números são recordes da série que começou em março de 2022.
No sentido inverso, empresas registram recuo nos atrasos em financiamentos e outros compromissos que geram restrições no crédito, ficando em 14,41% nas operações estaduais e, em 15,53%, nas operações na Capital no mês passado. 
Mas o reaquecimento na inadimplência de consumidores, que vinha experimentando uma certa estabilidade mesmo que em nível preocupante, foi gerado, desta vez, por um motivo menos corriqueiro, influenciado menos por fatores da conjuntura macroeconômica, como juros e renda menor.
O economista-chefe da CDL-POA, Oscar Frank, explica, em nota, nesta quarta-feira (14), que "a incorporação de novos dados de agentes credores ao SCPC da Boa Vista/Equifax do ramo de energia elétrica" pesou no indicador. Claro, que os débitos em serviços públicos concedidos, como a conta da luz, também estão no contexto de dificuldades alimentadas pela conjuntura recente. Os juros básicos engrenaram sequência de corte somente a partir de agosto do ano passado.   
"O volume de notificações subiu em boa parcela do Estado e nas demais unidades da Federação, ou seja, trata-se de um movimento generalizado”, disse Frank, na nota. No Rio Grande do Sul, essa inclusão colaborou para uma alta de 1,5 ponto percentual no quadro estadual e de 1,1 ponto para pessoas acima de 18 anos na na Capital frente à situação em dezembro de 2023. Em dezembro, o indicador estava em 30,7% na população geral, e 33,2% entre porto-alegrenses.  
Sobre a maior base de dados, Frank avalia que aprimora o "processo de análise e concessão do crédito das empresas". A entidade estima que 2,756 milhões de residentes estavam negativados em janeiro no Estado (127,8 mil a mais) e 368,9 mil em Porto Alegre (12,3 mil registros a mais).
Para empresas, houve recuo de 0,07 ponto percentual em relação ao último mês de 2023 no Estado, e de 0,02 ponto no recorte na Capital. A estimativa é que 198,5 mil estabelecimentos estavam negativados no mercado gaúcho, e 34,4 mil na Capital. Para o economista-chefe da CDL-POA, há "evidências de quebra da tendência de alta" dos atrasos que se mantinha desde o segundo semestre de 2022. Mesmo que haja interrupção da alta, Frank alerta que o indicador se mantém em "patamares elevados". O economista recomenda "cautela" para contrair novos investimentos pelas empresas.

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