Um número chamou a atenção na recente Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE para o Rio Grande do Sul. Enquanto supermercados tiveram alta de 4,1% no volume de vendas em 2023, os atacarejos, modelo que mais abre lojas, amargaram queda de 8,4%. O que pode explicar desempenhos em sentido contrário em formatos que atuam com os mesmos itens: alimentos e limpeza?
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A economista da Fecomércio-RS Giovana Menegotto lista dois motivos:
1. Sabemos que parte do negócio é o diferencial competitivo de preço com volume. Quando a inflação estava alta, os atacarejos tinham muita atração. Mas a desinflação em 2023, desde agosto, levou à queda do custo dos alimentos. Com isso, a percepção de vantagem pelos consumidores pode ter reduzido. As famílias podem ter voltado a comprar em lojas menores, afetando o segmento.
2. A inflação também elevou o custo dos estoques. As redes pagaram mais para ter as mercadorias e tiveram de vender por preços menores que os esperados depois. Este dois fatores penalizaram a receita.
Como isso afeta o dado final do volume de vendas dos atacarejos?
Entenda o cálculo: O indicador é calculado a partir da receita bruta para duas variáveis: receita nominal de vendas e volume de vendas, que resulta da deflação dos valores nominais correntes por índices de preços específicos. Em 2024, o cenário para os atacarejos deve ser melhor, pois a inflação já mostra aumento e vai ser difícil se repetir a deflação".
Redes programam expansões
Mesmo com o ano passado que tudo indica não foi de festa para os ataracejos - e a PMC capta o desempenho de médias e grandes empresas-, as redes seguem expansões para 2024.
Novas lojas estão sendo abertas do Stok Center, da Comercial Zaffari, Via Atacadista, do grupo catarinense Passarela, e Fort, do grupo Pereira, também do estado vizinho. Outros grupos estão erguendo lojas, como o Grupo Zaffari, com sua marca Cestto, e Unidasul, dono do Macromix.