Pouco mais de 40 dias depois de ir à Justiça alegando passivo de quase R$ 2 bilhões, a operadora da cafeteria Starbucks no Brasil, a SouthRock, obteve sinal verde para seguir com a recuperação judicial (RJ). Em nota, o grupo, que também detém as marcas Eataly e TGI Fridays no País e controlava a Subway, comunicou, nesta terça-feira (12), que a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo aceitou o pedido. O Eataly entrou na RJ, mas depois foi retirado do processo.
"Com essa importante decisão, a companhia dará sequência ao processo de reestruturação de suas operações, já iniciado com o apoio de consultores externos e stakeholders, que tem como objetivo proteger as marcas que representa, os partners (colaboradores), os consumidores e as suas lojas", comenta a SouthRock, na mesma nota.
Na Capital, as quatro lojas remanescentes registram dificuldades (duas no aeroporto, uma no BarraShoppingSul e uma na Galeria Chaves, no Centro), como equipes reduzidas, devido a demissões, e até falta de bebidas e embalagens, segundo relato apurado pela coluna Minuto Varejo.
A loja do Centro chegou a fechar há dois finais de semana. A coluna apurou que não havia funcionário suficiente para funcionar. O ponto reabriu na segunda-feira (4). Desde a semana passada, a loja estaria fechando duas horas mais cedo para se adequar ao tamanho da escala. No Rio Grande do Sul, a crise gerou desistência da SouthRock de abrir lojas em dois shopping center: Praia de Belas, na Capital, e Villagio Caxias, na cidade da Serra. Os dois empreendimentos buscam alternativas para os espaços que haviam sido reservados à Starbucks.
A operadora diz ainda que buscou a RJ para se ajustar "à atual realidade econômica". Além disso, a nota sinaliza que o grupo vai trabalhar para cumprir as regras e prazos do processo e buscar aprovação do plano de recuperação judicial.
"Enquanto os ajustes estruturais são implementados e as etapas legais da Recuperação Judicial são seguidas, as marcas do portfólio SouthRock (Starbucks, TGI Fridays, e B.A.R. – Brazil Airport Restaurants) seguem operando normalmente", garante.
Na crise, a direção mundial da Starbucks, com sede nos Estados Unidos, notificou a operadora do fim do acordo para uso da marca. Mas a Starbucks International não comenta o caso. Isso ocorreu até mesmo antes do pedido de RJ. Já a Subway, que opera por franquias, diferentemente das demais marcas que são unidades da SouthRock, estaria tendo revisão pelo board sobre a titularidade da operação no Brasil, devido à crise da atual responsável.