O
Quarto Distrito, ex-zona industrial de
Porto Alegre e região emergente na atração de investimentos e novos empreendimentos, pode experimentar a reconversão por que passaram áreas urbanas de regiões como a ilha de
Manhattan, em Nova York? A construtora que erguerá no 4º Distrito o prédio mais alto da Capital, o
4D Complex, com 130 metros de altura, acredita que sim.
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Um dos bairros que sofreu mais impacto na ilha foi o Chelsea, onde ficam o Chelsea Market, o traçado do High Line, antigo trilho férreo revitalizado e que foi transformado em passeio e foco de refit de prédios e novos pontos de cultura, e tem na vizinhança escritórios de bigtechs, virou referência.
A ABF Developments, que tem projetos na Capital que associam serviços de alimentação, com complexo do Grupo Press, e terá varejos e mais operações para atender residentes, espera valorização dos ativos associando empreendimentos à arte popular, como grafites. O CEO da ABF, Eduardo Fonseca, explica melhor como os dois elementos funcionam juntos:
Minuto Varejo- Quanto a arte pode valorizar o empreendimento?
Eduardo Fonseca - A arte como agregadora de empreendimentos imobiliários é algo recente no Brasil, mas comum em outros países. Para a ABF, o mural do Kobra, cue pintou Paixão Côrtes, não foi a primeira iniciativa de valorizar os imóveis com arte. No Capítulo 1, empreendimento entregue recentemente no bairro Três Figueiras, já tínhamos a galeria do artista Luca Benites. No 4D Complex, apostamos na arte urbana, com um artista brasileiro renomado, porque entendemos que contribui para valorizar o imóvel. Isso já aconteceu em outros lugares do mundo, como em Nova York e Miami, que tem o Wynwood. No caso dos bairros norte-americanos, os preços dos imóveis foram incrementados, até dobraram com a associação da arte e revitalização do local.
MV - O que precisa melhorar na infraestrutura da região para gerar a valorização?
Fonseca - O High Line foi nossa referência para argumentar com a prefeitura da Capital para o projeto de revitalização da área do 4D. O boulevard que ligará a região até o Moinhos de Vento será uma contrapartida da obra e já foi aprovado. Recuperamos a fábrica de vidro de 100 anos e criaremos um mercado aos moldes do que existe em Madri, geridas pelo Grupo Press. Este trecho do empreendimento terá um conceito de rua acalmada, com o passeio nivelado com a rua, onde priorizamos os pedestres.
MV - O projeto prevê comércio e quanto operações de varejo são decisivas para impactos futuros na reconversão da região?
Fonseca - O interesse do comércio em regiões valorizadas e revitalizadas é algo natural. O Press começa a operar no começo de 2025. Na segunda fase do 4D Complex House, temos previsão de ter lojas. Serão segmentos de serviços para privilegiar os moradores, mas também abriremos para outros nichos de interesse na oportunidade. A segunda fase, que envolve as lojas, será lançada até o quarto trimestre de 2024.