Pittol aposta em modelo de loja "self-service" e busca mais pontos no RS

Rede de Santa Catarina vem com novo modelo de loja, que mudou pós-pandemia

Por Patrícia Comunello

Minuto Varejo - Pittol Calçados loja rede santa catarina - Marco Pittol - sócio-diretor - centro de Porto Alegre - rua Doutor Flores - sapatos
Um dos sócios-diretores da rede catarinense Pittol Marco Pittol revela que a primeira filial de Porto Alegre que abre dia 16 de novembro é só o começo. A marca já está olhando espaços em shopping centers e quer abrir mais três lojas em 2024 no Estado.

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Além da Capital, a rede olha cidades como Lajeado e Santa Cruz do Sul e tenta há 20 anos entrar em Caxias do Sul, mas até hoje não conseguiu ponto com tamanho físico e localização em área com grande fluxo, como na avenida Júlio de Castilhos, conta o sócio-diretor da varejista.   
Minuto Varejo - O que significa a chegada da Pittol a Porto Alegre?
Marco Pittol - É um desafio. Não conhecemos muito a cidade, é algo diferente no nosso dia a dia. Estamos apostando muito no mercado aqui porque vemos que o nosso modelo se aplica muito para o tipo de público que não tem muito tempo para ficar experimentando modelos. Para quem gosta de rapidez, nossa loja atende. Vejo muitas pessoas caminhando na frente (do ponto, na rua Doutor Flores) na rua, todo mundo com muita pressa. Copiamos este modelo de outros países, basicamente da Europa e dos Estados Unidos. Além de os clientes não terem tempo, também não tem mão de obra para atender. O cliente que é mal atendido sai da loja aborrecido. Aqui não tem este problema. É só escolher o sapato e ir no caixa pagar. 
MV - Quando mudou o modelo de loja?
Pittol - Foi na pandemia, devido à dificuldade do atendimento presencial. Resolvemos refazer o modelo de loja em 2020. Temos muita dificuldade em conseguir pessoal para trabalhar, o que é comum nos três estados do Sul. Hoje temos de contratar quem vem do Nordeste ou da fronteira. O modelo reduz a necessidade de quadro. Antes da Covid-19, tínhamos 1.150 funcionários e, agora, com seis lojas a mais e grandes (com mais de 2 mil a 3 mil metros quadrados), temos 900 empregados. Reduzimos o quadro em quase 200 pessoas e aumentamos de tamanho. 
MV - Qual é o segredo para sustentar lojas deste porte?
Pittol - É a agilidade e não ter mercadoria velha. Fazemos liquidações para limpar a coleção antiga. O cliente sempre vai encontrar mercadoria renovada, o que atrai principalmente as mulheres. São mais de 600 modelos para o setor feminino. Oferta de modelos na medida que o cliente gosta dá agilidade na venda.   
MV - O varejo de calçados ainda sofre com vendas em baixa. Qual é o desempenho da rede?
Pittol - Nossos principais concorrentes ainda estão com dificuldades exatamente porque não se adaptaram à nova realidade, ao novo modelo de loja. As pessoas podem comprar pelo digital (na Pittol, o e-commerce é menos de 5% da receita), mas este meio ainda não decolou porque o cliente ainda quer experimentar o calçado. Esperamos fechar o ano com alta de 25% no faturamento bruto frente a 2022 nas mesmas lojas. 
MV - Vai ter mais lojas no RS?
Pittol - Em Porto Alegre, estamos olhando shopping centers. Gosto muito do Iguatemi e Praia de Belas. A gente abriu na pandemia lojas em shoppings e gostamos, pois o nosso modelo se aplica bem a esses empreendimentos. Temos olheiros que estão buscando lugares com áreas de 1,2 mil metros quadrados, como a da loja do Centro da Capital. Nosso problema hoje é achar espaço. Não nos serve que fique escondido. Queremos entrar também em cidades com mais de 100 mil habitantes no interior. Gosto muito de Lajeado e Santa Cruz do Sul. Já estamos namorando Caxias do Sul há pelo menos 20 anos. Queremos espaço na avenida Júlio de Castilhos, mas as opões são pequenas. Ms somos exigentes, precisamos de pontos com fluxo. A meta é abrir três lojas em 2024 e de preferência no Rio Grande do Sul. A nossa expansão é aqui (no Rio Grande do Sul).