O Rio Grande do Sul está mais perto de Nova York do que muita gente imagina. Por tabela, do mercado americano de itens para consumidor final. Exemplos de varejos que a coluna Minuto Varejo rastreou na Big Apple atestam a inserção de marcas gaúchas.
São eles a estreante Uultis, do grupo Herval, Josapar (com o arroz São João), erva-mate Ximango e quitutes da Guimarães e Volta Atelier, com bolsas e acessórios da designer de moda Fernanda Daudt. Os produtos estão em regiões bem diferentes na ilha de Manhattan, com pontos de muito fluxo ou focados em clientes especializados.
A Uultis, em latim é Desejo e com mobiliário de alto padrão da Herval, abriu show room em fim de setembro no New York Design Center, na avenida Lexington, 200, um dos complexos de venda com pegada contemporânea e que é muito buscado por profissionais da área.
"Os modelos e o perfil de design vêm atraindo muitos profissionais e estamos em uma região que é referência no setor", diz a diretora do show room, Nicole Kapit. A coluna foi ao prédio com diversos andares dedicados a mobiliários, decoração e outros componentes. A cadeira Velo, assinada pelo designer Sérgio
A Uultis faz parte da expansão nos Estados Unidos. A loja tem 230 metros quadrados. O vice-presidente da Herval Corporation, Rodrigo Seger, explica que a ideia é ter uma rede de lojas da marca nas principais cidades americanas.
"Nova York foi escolhida para a primeira loja por ser uma cidade que tem um mercado bastante grande para produtos como a da marca", observa Seger. A Uultis em Nova York é piloto para testar o mercado. "A partir disso, até 2025, projetamos abrir entre seis e oito lojas nos EUA."
Fernanda comanda a Volta Atelier e vende as coleções na Flying Solo, no Soho. Fotos: Patrícia Comunello/JC
Fernanda está com as coleções da Volta Atelier em uma das unidades da Flying Solo, no bairro do Soho, uma região lançadora de tendências e com os principais players do mercado fashion. A operação é colaborativa e reúne dezenas de marcas de diversos criadores do mundo. Há outras brasileiras como a gaúcha.
"Trabalhamos com o Centro de Atendimento ao Imigrante, em Caxias do Sul. Mulheres refugiadas do Haiti, por exemplo, recebem kits dos modelos de bolsas para fazer e assinam cada item que está à venda na Flying", conta ela. O projeto também envolve oficinas para as participantes aprenderem o ofício.
"A gente acredita que a sustentabilidade ambiental anda de mãos dadas com a social. O couro usado é buscado nas indústrias e não é transformado", explica Fernanda.
Arroz, erva-mate e pé-de-moça de marcas gaúchas estão no Brazilian Market, que recém abriu no Upper East Side
Outro ponto de varejo com marcas gaúchas é o Brazilian Market, que fica na rua 77, no Upper East Side, em Manhattan e que abriu em fim de setembro. O micromercado, porque tem dimensões bem pequenas, foca em produtos brasileiros.
Além da erva-mate, do arroz e pé de moça, os consumidores encontram pão de queijo, guaraná, esmalte, camisa da Seleção Brasileira e chocolates, como o bombom Sonho de Valsa e Bis. O Brazilian Market atrai clientes brasileiros, que residem na cidade ou estão de passagem, de outras nacionalidades e muitos americanos fãs dos produtos do Brasil.