Combustíveis literalmente colocaram certo gás nas vendas do varejo no primeiro semestre do ano. No Rio Grande do Sul, o setor (varejo restrito) teve alta acumulada de 1,2% no volume comercializado no período, mostrou a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (9) pelo IBGE. Somente os postos venderam volume 11% maior no período.
O varejo ampliado, com automóveis e materiais de construção, avançou 3% no semestre, com veículos subindo 8,4%, enquanto o comércio ligado à construção recuou 4,7%. Atacarejos (estilo de supermercado com volume e preços de atacado), que entraram no indicador na largada do ano, ainda não tiveram a comparação.
No Brasil, a alta média foi de 14,5% no varejo restrito. Os segmentos de veículos e materiais subiram 4%. Os dados semestrais indicam que o saldo do varejo foi positivo de janeiro a junho em setores que sofrem mais influência de renda, consumo mais imediato e recuo da inflação.
Mas junho já mostra mais o momento do comércio. O volume de vendas no quadro restrito no Estado foi 0,6% acima de maio, mas teve queda de 1,7% em relação a junho do ano passado. No varejo ampliado, com veículos, materiais de construção e atacarejos, a alta foi de 1,7% no confronto mensal e de 2,1% em relação a junho de 2022 no mercado gaúcho.
Combustíveis tiveram queda de 6,7%, enquanto supermercados cresceram 3,4% - mas no semestre, o setor quase empatou em zero, com leve alta de 0,2%. Já tecido e vestuário, eletromóveis, livros e jornais (área editorial) e materiais para escritório tiveram quedas de 3,8%, 8,1%, 9% e 3,6%, respectivamente. Já farmácias e itens de beleza e higiene pessoal seguem no lado positivo, com avanço de 6,1%. Materiais de construção venderam 3,4% mais e atacarejos, 7,3%.
As vendas de automóveis tiveram elevação de 26,2% no desempenho anual (frente a junho de 2022), efeito do programa de descontos dos modelos com valor mais baixo, que já era esperado, observou à coluna Minuto Varejo o economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank. Sobre os demais segmentos, o economista aponta os efeitos da conjuntura macroeconômica:
"Especificamente sobre hiper e supermercados, pesou a deflação bem forte de alimentos e bebidas no período, tanto para Brasil quanto para o Rio Grande do Sul", associa Frank. A nova queda em tecidos e vestuário, menos intensa que a de maio no Estado, tem relação com o frio reduzido, que pesa negativamente, completa o economista-chefe da CDL-POA.
No Brasil, a PMC de junho ficou no 0 a 0, sem crescimento, com 0% de variação. O acumulado no primeiro semestre de 2023 é de alta de 1,3% com relação ao mesmo período de 2022. Em 12 meses, o setor fecha nono mês consecutivo no positivo, chegando a 0,9%. Na comparação de junho de 2022 com junho de 2023, o volume de vendas no comércio teve alta de 1,3%.
Ao analisar o período recente, o IBGE ponderou que janeiro abriu o ano com crescimento significativo no
volume de vendas, mas o desempenho de fevereiro a junho ficou próximo a zero. Segundo o órgão, o resultado de junho historicamente fica -3,3% abaixo do máximo da série, de outubro de 2020, e 3% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020).
volume de vendas, mas o desempenho de fevereiro a junho ficou próximo a zero. Segundo o órgão, o resultado de junho historicamente fica -3,3% abaixo do máximo da série, de outubro de 2020, e 3% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020).
"O primeiro semestre fecha em alta muito por conta do crescimento concentrado em janeiro, quando foi de 4,1%. Depois de janeiro, os resultados são mais tímidos, com variações mais próximas a 0%”, comentaogerente da pesquisa, Cristiano Santos,no site do IBGE. As atividades que mais tiveram influência sob o resultado foram tecidos, vestuário e calçados e hipermercados e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.
Quatro atividades fecharam o primeiro semestre em alta. Um dos principais responsáveis pelo crescimento nas vendas do comércio varejista foi o setor de combustíveis e lubrificantes. Nos primeiros seis meses de 2023, a atividade acumula 14,5% de ganho em relação ao mesmo período de 2022, com crescimento de 21,1% nos últimos 12 meses no País. "Este cenário de expansão é bem definido por conta da mudança da política de preços no ano passado, e continuou esse ano", diz Santos.
Hipers, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo puxaram a taxa para cima também. O setor acumula crescimento de 2,6% no ano em junho, com destaque para o resultado de abril, quando registrou alta de 3,6%. Para o pesquisador, entretanto, o cenário ainda é bastante contrário à perspectiva de consumo no varejo. “Sobretudo com relação ao crédito e a taxa de juros”, ressalta o gerente.
Hipers, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo puxaram a taxa para cima também. O setor acumula crescimento de 2,6% no ano em junho, com destaque para o resultado de abril, quando registrou alta de 3,6%. Para o pesquisador, entretanto, o cenário ainda é bastante contrário à perspectiva de consumo no varejo. “Sobretudo com relação ao crédito e a taxa de juros”, ressalta o gerente.