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"Temos oportunidade e fôlego para fazer a reestruturação", afirma diretor da Lojas Aldo
Rede de vestuário gaúcha entrou em recuperação judical com dívida de R$ 24 milhões
"O momento vai ser para repensar a operação e ver o que pode ser melhor e o que é possível", resume o diretor executivo da Lojas Aldo, Bruno Marquetti de Araujo. A rede com oito lojas, sendo duas em Porto Alegre e as demais em cidades da Região Metropolitana, entrou, desde a semana passada, em recuperação judicial.
"De um lado, tem a complexidade do processo e o desgaste, e, de outro, temos a oportunidade e o fôlego para conseguir fazer a reestruturação necessária."
Desde 2021 no posto de comando, Araujo diz que já faz movimentos de conversas com fornecedores e que a maioria vem sendo sensível ao momento da Aldo, que tem 20 anos de mercado. Além disso, o diretor diz que será crucial ouvir muito "o time" (as equipes da rede), o mercado e os clientes, "para saber o que estão percebendo e como a rede pode melhorar o atendimento".
Um apoio crucial já veio, diz ele. "Os fornecedores, por respeito à nossa reputação, vão manter produtos", comenta. "Tivemos uma pequena vitória (que foi a abertura do processo), mas tem muita coisa para fazer", projeta Araujo.
O executivo cita que agora vem a fase para elaborar o plano de resolução das dívidas, estimadas em R$ 24 milhões, que deve ser apresentado em 60 dias, e depois virá a negociação com os credores. "Já estamos tendo muitas conversas com parceiros e fornecedores. Estamos comunicando para todo mundo e tendo muito apoio da maioria", observa. "Eles sabem da nossa trajetória, transparência e como fazemos negócio", cita.
Para Araujo, o que está acontecendo com a Aldo não é caso único. Desde o começo do ano, outras redes entraram em recuperação, uma delas de moda, a Rabusch. Também a CR Diementz, de eletrodomésticos, seguiu o mesmo caminho.
"Todos sabem da dificuldade hoje do varejo. Isso tem efeito em cadeia para o ano. Minha percepção de varejista é que vem mais notícia de fechamento de lojas e corte de pessoas infelizmente."
O pedido da Aldo deu entrada no fim de abril na Vara Regional Empresarial de Porto Alegre, da Justiça estadual, que deferiu a medida em 2 de maio. A empresa buscou o recurso alegando dificuldades geradas na pandemia, como queda em vendas e maior custo operacional.
A varejista tem receita anual de R$ 50 milhões, cerca de 120 funcionários hoje e já tinha feito redução de 30% no quadro na crise sanitária.