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Lojas Aldo entra em recuperação judicial para reverter dificuldades
Rede registra passivo de R$ 24 milhões associado a dificuldades pós-pandemia
A Justiça gaúcha deferiu pedido de processo de recuperação judicial (RJ) da varejista de vestuário Lojas Aldo, com unidades em Porto Alegre e na Região Metropolitana. É mais uma marca do comércio do Estado que busca este tipo de medida para enfrentar dificuldades associadas à pandemia de Covid-19 e à queda em demanda de consumo, além de custo operacional mais elevado devido à alta da taxa de juros da economia.
As redes de comércio do Rio Grande do Sul a seguirem mais recentemente pelo mesmo caminho da Aldo foram Rabusch, de moda feminina, e CR Diementz, com sede em Portão.
A decisão favorável ao pedido para dar início ao processo foi da juíza da Vara Regional Empresarial de Porto Alegre Giovana Farenzena, proferida nessa terça-feira (2) e publicada nesta quarta-feira (3). O pedido para abrir o processo de RJ foi feito na quinta-feira passada, dia 27 de abril, pela varejista.
A varejista terá 60 dias para elaborar o plano de recuperação, indicando como reverterá a situação. A proposta precisa ser validada pelos credores.
No despacho, a juíza determinou ainda que seja apresentada a lista de credores em 15 dias. Além disso, Giovana atendeu ao pedido para liberação de recebíveis de cartão de crédito e determinou que "os credores se abstenham de declarar o vencimento antecipado dos contratos".
A rede, com oito pontos físicos - dois na Capital e os demais em Alvorada, Gravataí, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Viamão -, alega passivo total sujeito à RJ de R$ 24 milhões, a maior parte com instituições financeiras e fornecedores de médio e grande porte, que teria sido gerado por queda em vendas nos anos recentes, com impactos também da pandemia de Covid-19.
As dívidas envolvem ainda cerca de R$ 4,5 milhões devidos a fornecedores de micro e pequeno porte e R$ 150 mil na área trabalhista. Há tributos em atraso que estão sendo renegociados, mas que não entram na recuperação judicial, lembra o advogado Daniel Báril, do Silveiro Advogados.
Báril acredita que a rede tenha condições de superar as dificuldades. "A empresa precisou se socorrer da RJ para se reerguer, mas se organizou bem para este momento. Entrou sabendo como conduzir o processo", garante o advogado.
A receita anual da varejista é estimada em R$ 50 milhões. Com razão social Magazine Santa Catarina, a rede opera há 20 anos e soma 120 funcionários.