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Carrefour já tem comprador para atacarejo que não ficou com Asun
Rede gaúcho recuou na compra da unidade porque teve liberação pelo dono do imóvel
Moradores da região de Viamão vem questionando a coluna Minuto Varejo sobre o destino do atacarejo que funcionava às margens da RS-040 e que pertencia ao ex-BIG, cujas bandeiras foram compradas pelo Carrefour Brasil. O ponto comercial que foi Maxxi Atacado foi vendido ao gaúcho Asun, que acabou desistindo e agora o grupo francês, maior varejista do País, diz que já tem outro comprador, sem revelar qual é a marca.
O Asun recuou do negócio por um motivo bem compreensível: o dono do imóvel não liberou o prédio para a rede instalar a sua bandeira de atacarejo, a Leve Mais.
No fim de fevereiro, como revelou a coluna nesse domingo (9), o grupo comunicou a decisão à gigante supermercadista. O prazo para a adotar medida estava vencendo dentro do contrato da compra, segundo o diretor financeiro, Valdecir Pressi.
O impasse foi gerado pelo dono do imóvel, a Allem Participações, que não liberou o prédio para a operação da rede gaúcha. Na região, estão outros estabelecimentos, como Atacadão e BIG. Na área, estão ainda a Havan e Cassol Centerlar. O prédio do Maxxi Atacado tem mais de 15 anos e foi erquido pela Allem para a operação que era, na época, do Walmart.
A coluna Minuto Varejo enviou mensagem por WhatsApp ao sócio-diretor da Allem, José Allem, mas não obteve retorno sobre o destino do empreendimento.
O grupo francês emitiu nota sobre o futuro do ponto. O Carrefour informou que já negociou a loja com outro comprador e que aguarda a aprovação do Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade), pois o contrato de locação do ativo faz parte do Ato de Concentração.
O Carrefour não informou qual seria a empresa da nova tratativa.
“O contrato de aluguel é transferido juntamente com a entrega da loja ao comprador”, esclareceu, na nota.
O Minuto Varejo enviou e-mail ao Cade para obter mais detalhes e identificação do candidato ao negócio.
Asun comprou quatro pontos do Carrefour
O negócio entre Asun, quinta maior rede do Estado, e Carrefour, o maior nos anos recentes do setor no Rio Grande do Sul, envolveu quatro unidades do ex-BIG que o grupo francês teve de se desfazer por ordem do Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade) para evitar concentração de mercado.
Foram três lojas do Maxxi Atacado e uma da bandeira Nacional, com valores que não foram revelados, mas com impacto na receita da bandeira gaúcha, estimado em R$ 250 milhões por ano, informou o presidente do Asun, Antonio Ortiz Romacho.
Três pontos reabriram em dezembro. Dois Maxxi viraram Leve Mais, novo atacarejo da rede, em Gravataí e Santa Maria, e o Nacional passou a ser Asun Supermercados, também em Gravataí.
“Apostamos quatro fichas e a número 1 não conseguimos”, lamenta Pressi. A loja de Viamão responderia por até 45% do faturamento esperado com a compra.
“Dependia do Carrefour entregar resolvido”, alega o diretor.
O Asun poderia ter mantido a compra, mas assumiria o risco de buscar um acerto com a Allem, que até fevereiro não deu chance para a rede gaúcha se instalar no imóvel.
A coluna vinha acompanhando a situação. Havia uma grande incompreensão sobre a atitude do proprietário. Nos demais imóveis que hoje estão operando com bandeiras do Asun, as negociações foram tranquilas e com rapidez para a virada de chave das unidades.
Cronologia do negócio entre Carrefour e Asun Supermercados:
2022
- Agosto: Asun compra de 3 lojas Maxxi Atacado e um Nacional do Carrefour, com aval do Cade.
- Dezembro: três lojas são abertas - Leve Mais e Asun, em Gravataí -, e Leve Mais, em Santa Maria.
2023
- Fevereiro: Asun desiste do Maxxi de Viamão, após 180 dias.
- Abril: Carrefour diz que vendeu ponto a outro grupo varejista.