Chocolatarias gaúchas projetam alta de até 30% nas vendas da Páscoa

Marcas apostam em diferentes canais de venda, das lojas a feiras com preço menor

Por Patrícia Comunello

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A Páscoa das chocolatarias artesanais gaúchas não é a mesma do varejo geral no Estado, que oferta ovos e outros itens de grandes marcas e que trabalha com números mais acanhados de vendas, abaixo de 10% de elevação, na temporada que termina no domingo (9).
A coluna Minuto Varejo conversou com três marcas de Gramado, capital da produção artesanal nacional no segmento, que projetam fechar o período com receita média de 15% a 30% maior que a da campanha de 2022, desempenho alimentado por um ritmo de produção crescente. 
O avanço de Lugano, Chocolataria Gramado e DeCacau descola, por exemplo, da média esperada pela Associação da Indústria e Comércio de Chocolates de Gramado (Achoco), que espera alta de 10% na atual temporada na cidade, com produção de 600 toneladas.
As chocolatarias combinam fábricas próprias, feiras com descontos e varejos em expansão, além da antecipação da programação da produção, feita há quase um ano - logo depois da última Páscoa -, para sustentar o atual momento e ter mais previsibilidade e gestão sobre custos e preços para o consumidor final.
"A Lugano pensa em Páscoa com um ano de antecedência e fizemos boas negociações com fornecedores de cacau e insumos para segurar preços. Seria inviável repassar as altas", observa o diretor de marketing e operações da chocolataria, Jonas Esteves.
A data responde por 30% da receita e produção da indústria. Este ano são 100 toneladas de chocolate para a campanha em torno do coelho.
Em Gramado, a marca espera vender 10% mais, seguindo a Achoco, mas em diversos mercados pelo País, como Nordeste e Sudeste, as altas chegam a 50%, indica Esteves. A expectativa é avançar 30% no fluxo de venda frente a 2022.  
A força está mesmo na rede, que chegou a 150 pontos físicos em todo o País. Mais de 40 franquias abriram desde janeiro.
"A safra de lojas antecede as datas mais importantes", valida Esteves, lembrando que, no segundo semestre, tem a temporada voltada ao Natal. "Que começa cada vez mais cedo e mais perto da Páscoa", observa o diretor da Lugano.
A marca, que tem como mascote o urso Luguito, também recorre cada vez mais à tecnologia de informação para ter precisão antes de ir ao mercado. O executivo cita que o uso de recursos do Business Intelligent (BI), centrado em dados robusto e inteligência de análise, permite entender o fluxo de venda e melhor oportunidade. 
"Os indicadores de inteligência ajudam a acertar mais a tendência. Olhamos a venda dia a dia e na véspera da data para ver o que mais vendeu e tomar a decisão de preços e exposição de produtos" exemplifica.