Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Minuto Varejo

South Summit

- Publicada em 29 de Março de 2023 às 18:30

Luiza Trajano avisa: 'Não pagar imposto é negócio da China'

'Os juros têm de baixar, têm de baixar', repetiu a empresária, sobre medida para aliviar varejo

'Os juros têm de baixar, têm de baixar', repetiu a empresária, sobre medida para aliviar varejo


LUIZA PRADO/JC
"Não pagar imposto é um negócio da China." Com a frase que tem sido usada por varejistas brasileiros em mobilização coordenada para taxar importados, a empresária Luiza Trajano, que comandou por muito tempo a Magazine Luiza, deu o tom sobre um dos temas que preocupam o setor no País. Luiza foi atração em um dos primeiros painéis do South Summit Brazil que abriu nesta quarta-feira (29), no Cais Mauá, em Porto Alegre, com lotação de espaços.
"Não pagar imposto é um negócio da China." Com a frase que tem sido usada por varejistas brasileiros em mobilização coordenada para taxar importados, a empresária Luiza Trajano, que comandou por muito tempo a Magazine Luiza, deu o tom sobre um dos temas que preocupam o setor no País. Luiza foi atração em um dos primeiros painéis do South Summit Brazil que abriu nesta quarta-feira (29), no Cais Mauá, em Porto Alegre, com lotação de espaços.
Luiza também deu conselhos sobre a sedução do metaverso, advertindo sobre o nível de gastos para implementar as plataformas.
"Estamos muito simples, inclusive na digitalização. Vamos fazer o básico e, de repente, vai chegar nos outros", recomendou a empresária.
O evento vai até sexta-feira (31), em sua segunda edição, depois da estreia em 2022. Mais de 20 mil pessoas circulam pelos armazéns transformados em arenas de conferências, mostra de inovações e encontros de negócios.  
Sobre a concorrência de produtos ligados a grupos como a Shein, em confecções, mas há mais players e não só chineses, Luiza admitiu que os consumidores falam que pagam menos pelos produtos, mas lembrou que a disparidade fiscal vem gerando desemprego.
"O público é muito contra taxar, mas não sabe que estamos perdendo empregos. Não mando taxar, mas que tenhamos as mesmas vantagens que eles têm." Ela citou que há mobilização do setor junto ao governo sobre medidas.
"Precisa ter lei para todo mundo para continuar a gerar emprego. Não tem jeito de competir se você paga 37% de imposto e os outros (importados) não pagam nada", confrontou Luiza.
Além de acentuar o embate com marketplaces chineses, principalmente, a empresária fez outro apelo:
"Os juros têm de baixar, têm de baixar", repetiu.
O corte da taxa básica Selic, que se mantém em 13,75% ao ano e foi renovada recentemente pelo Banco Central, provocando mais reação da equipe econômica do ministro Fernando Haddad e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é considerada crucial por Luiza para evitar mais danos ao varejo. Segmentos como o de móveis, eletrodomésticos e materiais de construção, dependentes de crédito, fecharam 2022 com queda no volume comercializado no Brasil e no Rio Grande do Sul, segundo o IBGE.
"Se não vende, não tem renda e não tem pagamento de imposto",associou.
Com nome citado para compor o Conselho de Desenvolvimento que Lula está recriando, Luiza diz que "sempre está com os governos que fazem as coisas bem feitas" e pontuou que uma exigência é estar focado em desenvolvimento.
 

Luiza Trajano conquista plateia com simplicidade e bom humor

Luiza conquistou a plateia da Arena Stage lotada com a simplicidade e até humor e descontração com que desfila suas opiniões. Ela citou que já se acostumou a ser alvo de memes e o que mais gostou foi um em que ela aparecia experimentando um tênis e logo depois a Magazine anunciou a compra do maior marketplace nacional no segmento, a Netshoes.   
Referência de ações de impacto para alavancar o empreendedorismo feminino, a empresária pontuou a conferência com um discurso de defesa do fim das desigualdades sociais e de renda no Brasil. Ela chegou a chamar a desigualdade de câncer do Brasil.
"Temos de gerar emprego e menos desigualdade social", listou a empresária, que é presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza. 
A empresária chamou de ultrapassada a metodologia de credit score usada por birôs de análise de liberação de financiamentos e pediu menos burocracia no setor para ampliar o acesso aos recursos. A varejista lembrou que o tamanho da população brasileira e citou que apenas 15% dos lares tem máquina de lavar roupa automática, indicando o espaço de venda de eletrodomésticos.
Ao ser questionada sobre a possibilidade de mais empresas varejistas, como o caso da Americanas e outras marcas, apresentarem dificuldades financeiras, ela preferiu não comentar. "Não conheço a situação da Americanas", disse. Sobre novas aquisições pela companhia, a resposta da varejista foi:
"Agora estamos consolidando as 20 (empresas) que compramos".
Em mais uma passagem por Porto Alegre, a empresária disse que fica impressionada com o que os gaúchos estão fazendo com inovação, elogiando a conquista e realização do South Summit. Luiza confessou ainda que admira uma virtude local, que é a disciplina:
"Aprendo muito com a disciplina de vocês".