Vendas do comércio gaúcho caem mais que a média no Brasil em novembro

Varejo geral e ampliado(veículos e materiais de construção) recuaram 1,1%

Por Patrícia Comunello

Comércio de rua em Porto Alegre pode funcionar até as 19h no sábado, véspera de Natal
As vendas do varejo mantiveram desempenho nada animador antes de fechar 2022. A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (11), mostrou queda no setor no Rio Grande do Sul e na média do Brasil.
O varejo gaúcho caiu mais que a cena geral brasileira na comparação com outubro do ano passado. O Estado teve recuo de 1,1% tanto no varejo geral como no ampliado, que inclui o comércio de veículos e materiais de construção. Em outubro de 2022, também houve queda.
No Brasil, a redução nas duas dimensões também foi a mesma, de 0,6% no confronto mensal.
O varejo vem tentando melhorar o caixa, com promoções de mega descontos, que estão nas lojas de rua e em shopping centers. Mas nem a Black Friday, que foi em novembro, ajudou a melhorar o desempenho.   
Na análise frente ao mesmo mês de 2021, a PMC tem alta de 6,4% nas vendas no Estado no comércio geral e de 3,3% no ampliado. No Pais, a média neste indicador registrou leve alta de 1,5% no geral, mas queda de 1,4% em veículos e materiais de construção.  
No 10º mês do ano, o indicador tinha virado positivo, com avanço leve de 0,3%. A média móvel trimestral variou 0,3% em novembro, após alta de 0,5% em outubro, informa o IBGE. Na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista avançou 1,5% frente a novembro de 2021. O acumulado do ano chegou a 1,1% e o acumulado nos últimos 12 meses, a 0,6%.
A PMC aponta que 20 das 27 unidades da federação tiveram queda. Os maiores recuos foram de Amapá (-5,6%), Alagoas (-3,9%) e Maranhão (-2,7%).
O volume de vendas caiu em seis das oito atividades pesquisadas: Combustíveis e lubrificantes (-5,4%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,4%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,7%), Tecidos, vestuário e calçados (-0,8%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,3%), e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,2%).
O comércio ampliado, que abrange venda de veículos e materiais de construção, também ficou com redução de 0,6% em novembro. A média móvel avançou 0,3%. Nos primeiros 11 meses de 2022, o acumulado é de -0,6%, e em 12 meses, de -0,8%.
Segundo o órgão estatístico, a queda de novembro, na variação mensal, é a primeira desde junho de 2022 (sem considerar a variação de -0,2% em julho), diz o IBGE. "Com isso, o varejo brasileiro se situa, em novembro, no mesmo patamar que junho de 2022, e 3,6% abaixo do recorde da série, ocorrido em novembro de 2020", comenta a coordenação da pesquisa, em nota.

Combustíveis voltam a ter escalada, enquanto eletromóveis e confecções recuam

Por setores, tem-se comportamentos bem distintos no Rio Grande do Sul.
A venda de combustíveis mantém uma escalada na taxa, com alta 40,5% em relação a novembro de 2021. A comparação por setor não é feita em relação ao mês anterior. 
Este nível de elevação, que se verifica desde meados do ano logo após a redução de tributos, como ICMS, vem sendo questionado por entidades lojistas e do comércio gaúcho, como a Fecomércio-RS e a CDL-POA, devido ao descompasso com o fluxo de notas eletrônicas que está na base da Fazenda estadual e que não sustentaria a alta no volume de vendas apontado pelo IBGE.
Livros, jornais, revistas e papelaria chegam a avanço de 22,2%, segundo maior dos segmentos. Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos tiveram alta de 5,6% no volume vendido.
Hipermercados e supermercados registraram elevação de 3%. Tecidos, vestuário e calçados variaram positivamente apenas 0,9%, confirmando que é um dos segmentos lojistas que mais têm dificuldade de recompor fluxo frente à pandemia.
No campo negativo, estão móveis e eletrodomésticos, com queda de 1,1%, sob efeito da queda de renda e inflação. Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação apresentaram queda de 25,1%.
No comércio ampliado, veículos, motocicletas, partes e peças registram leve aumento no volume, de 1,%, enquanto materiais de construção reforçam temporada de queda nas vendas, com fluxo 13,6% menor do que em novembro de 2021.