Mercado Público terá obra no telhado antecipada devido à inundação

Parte de lojas do pregão desta segunda fica em área com problema na cobertura

Por Patrícia Comunello

Parte que gerou problemas fica no lado voltado ao largo Glênio Peres
Após a inundação no Mercado Público de Porto Alegre durante um forte temporal na semana passada, a prefeitura decidiu antecipar as obras do telhado previstas para contratação apenas em 2023. A Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio fez vistoria na parte da cobertura que precisará de reforma e onde foi flagrada uma verdadeira cachoeira interna na chuva do dia 12.
Nesta segunda-feira (19), tem pregão para decidir empresas que poderão ocupar 10 lojas desocupadas do empreendimento
A estrutura da cobertura que apresenta problemas fica na parte voltada ao Largo Glênio Peres, no Centro Histórico. Quando houve a liberação do segundo andar, em julho passado e após nove anos fechado devido aos danos causados pelo incêndio de 2013 e demora nas obras, a prefeitura indicou que as ações seguintes incluíam melhorias na cobertura.
Vistoria técnica nas instalações foi feita na semana passada. Técnicos listaram as medidas e calcularam os custos das obras. Segundo a pasta, o processo que deve ser de contratação emergencial, que costuma ter prazos mais curtos, devido à urgência, foi montado e enviado à análise da Secretaria Municipal da Fazenda, responsável pelo aval dos recursos.
A intenção é lançar o edital para buscar a empresa que executará os serviços ainda este ano, apurou a coluna Minuto Varejo.
Além da pressão feita há meses pela Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc) para agilizar a reforma, outra razão para sanar a precariedade é o pregão eletrônico marcado para a manhã desta segunda-feira (19), às 9h.
Algumas bancas incluídas na licitação ficam na área atingida. No último episódio, estabelecimentos em operação tiveram áreas internas alagadas e houve temor sobre riscos à parte elétrica do prédio. A Ascomepc enviou nota cobrando novamente as melhorias, que cabem ao gestor municipal.
O secretário do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Vicente Perrone, cuja área coordena a concorrência pelos espaços, confirmou que algumas lojas incluídas no pregão ficam na área onde foi verificada a inundação. A água entrou em áreas comuns do prédio centenário e atingiu os pontos comerciais.
Perrone prometeu resolver o "problema o quanto antes". 
O Desenvolvimento Econômico não está mais à frente da administração do Mercado. A partir de outubro, a pasta de Administração passou a ser a responsável, o que envolve desde a manutenção diária (limpeza, segurança e redes elétrica e água e esgoto) a obras na estrutura.
Hoje os comerciantes pagam condomínio, taxa que passou a ser cobrada em abril deste ano, com a regulamentação das mudanças na lei que rege o empreendimento. A principal fonte de recursos para melhorias, que incluem o conserto atual, é o Fundo Municipal do Patrimônio Público, novo nome do Funmercado.
Por mês, ingressam cerca de R$ 430 mil das outorgas, espécie de aluguel de uso e R$ 250 mil de condomínio, segundo a pasta de Desenvolvimento.
Pelos dados da execução orçamentária da Secretaria da Fazenda, o antigo Funmercado (nome que continua a ser usado no site da pasta) tinha orçamento de R$ 3.565.76 em 2022 - a previsão chegou a ser de R$ 5,07 milhões, como consta na tabela. Até novembro, haviam sido empenhados para gastos R$ 2.580.617,96. O saldo era de R$ 985.145,83 até o mês passado.
Os valores definidos para a outorga inicial no pregão, valor pago uma vez só, teve acréscimo de 100% sobre o custo mensal já praticado. Os preços mínimos previstos vão de R$ 2,3 mil (loja 24, no segundo piso) a R$ 13,1 mil. O maior lance leva o espaço. Cada CNPJ pode disputar até duas operações.