As vendas do comércio gaúcho mostraram comportamento oposto ao do Brasil em setembro. Segundo dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (9). A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) registra queda de 1,2% no volume comercializado pelo varejo geral no Rio Grande do Sul, enquanto a média brasileira subiu 1,1% frente a agosto.
Já no recorte do varejo ampliado, que considera materiais de construção e veículos, os estabelecimentos gaúchos ficaram no positivo, com alta de 1,5%, puxado pelas negociações de automóveis, que enfrentaram quedas sucessivas devido aos impactos da pandemia, como parada de produção e menor oferta de unidades novas.
O desempenho de setembro acabou frustrando o setor que havia ficado no positivo em agosto, mesmo que quase imperceptível, com alta de 0,4%, depois de despencar 2,1% em julho. No confronto com setembro de 2021, ainda com sintomas da pandemia, o comércio tem alta de 10,2%.
Os segmentos que tiveram pior desempenho no varejo geral no Estado em setembro, considerando o peso no volume vendido, foram eletromóveis, com recuo de 7,2%, no sexto mês seguido no negativo. Setembro teve o menor percentual na sequência de quedas, mostra a série da PMC. Agosto ficou com -8,3%, julho com -21,5%, junho, com -9%, maio, -10,5%, e abril com -12,6%.
Também vestuário, tecidos e calçados vieram no negativo, com redução de 3,3% há dois meses, indicando já efeito da mudança de ciclo de coleções e fim de liquidações de inverno. Em agosto, o setor teve elevação de 6,1%, sentindo o impacto das promoções da estação. Mas julho já tinha vindo com desempenho ruim, com queda de 13,1%. Nos meses anteriores, as vendas tiveram elevação (10,1% em junho, 7,3% em maio, 24,3% em abril e 99,5% em março).
Segmentos como venda de combustíveis tiveram alta de 73,5%, captando o efeito das reduções de preços após os cortes das alíquotas de ICMS feitos pelo governo federal. Supermercados subiram 6,4% nas vendas, seguindo um ritmo de meses anteriores e já com a influência de desaceleração da inflação, mas ainda sentindo altas em segmentos de produtos.
Nos demais segmentos, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos tiveram alta de 4,1%, livros, jornais, revistas e papelaria, de 53,1%, e outros artigos de uso pessoal e doméstico tiveram alta leve de 0,9%.
Já equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação foram para o lado negativo, com forte queda de 21,3%.
No varejo ampliado, venda de veículos cresceu 14,1%, mas materiais de construção foram no lado oposto, com queda de 9,4% no comércio em setembro.
Brasil mostrou queda também em venda de eletromóveis
No País, as vendas gerais subiram 3,2% frente a setembro de 2021. No ano, o acumulado foi a 0,8% e, nos últimos doze meses, a -0,7%.
A exemplo do Estado, móveis e eletrodomésticos também não foram bem, com recuo leve de 0,1%. Também itens de uso pessoal e doméstico tiveram queda de 1%.
Seis atividades avançaram: livros, jornais, revistas e papelaria (2,5%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,7%), combustíveis e lubrificantes (1,3%), supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,2%), tecidos, vestuário e calçados (0,7%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, e de perfumaria (0,6%).
No comércio varejista ampliado, o volume de vendas cresceu 1,5% frente a agosto. O volume de vendas frente a setembro de 2021 cresceu 1,0%. O acumulado no ano foi de -0,6% e o nos últimos 12 meses, de -1,6%. Veículos e motos tiveram queda de -0,1% e material de construção ficou estável, sem queda ou avanço, em relação a setembro de 2021.