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Asun vai faturar 20% mais com ex-lojas do Carrefour: 'Elas caíram do céu', diz presidente
Diretor explica estratégia para atacarejos e diz que vai abrir mais lojas do formato
Uma das maiores redes de supermercado do Rio Grande do Sul foi às compras. Na hora de passar pelo checkout (caixa), recebeu a conta a pagar, cujo valor não é revelado, mas que terá um bônus pelas aquisições feitas do Carrefour Brasil: três atacarejos Maxxi Atacado e um supermercado Nacional.
As quatro lojas vão representar 20% do faturamento da rede, revela o presidente, Antonio Ortiz Romacho.
Dá para resumir assim o que foi a maior transação nos últimos anos no varejo supermercadista gaúcho - já que as últimas negociações até envolviam operações locais, mas estavam atreladas a gigantes, entre eles Walmart e Carrefour, que comprou em 2021 os ativos do ex-grupo BIG (fundo Advent), mesma seleção arrematada do Walmart em 2019.
O negócio envolveu Maxxi Atacado de Gravataí, Santa Maria e Viamão, além do Nacional de Gravataí.
Nada mal para uma marca que nasceu na praia de Quintão em 1975 e hoje ocupa a quinta posição no ranking da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas).
Além disso, o negócio também é um teste, pois a rede é mais posicionada em lojas de bairro e vai encarar com mais peso a gestão de atacarejos, modelo que mais cresce em número e volume de investimentos no Estado e no Brasil.
Com as aquisições, vai dar para subir no ranking dos maiores do segmento? Romacho considera a ascensão mais difícil porque a concorrência não está parada.
Na quarta posição, o Imec, de Lajeado, dono do atacarejo Desco, também está abrindo filiais. Detalhe: o Imec ocupa lugar que foi do Asun até 2019. Pelos dados da Agas, a diferença em 2021 estava em menos de R$ 100 milhões - Imec faturou R$ 1,062 bilhão, e o Asun, R$ 972 milhões.
Com a aquisição da lojas como a de Viamão (foto), Maxxi Atacado vai virar Leve Mais. Foto: Asun/Divulgação
MV - Com isso, o Asun vai subir no ranking de supermercados?
Romacho - Ainda não. O Imec, que está em quarto lugar, está abrindo bastante atacarejo. Também expandimos, mas mais no Litoral com loja de conveniência.
MV - A ideia de colocar mais gente nos atacarejos não elevará o custo?
Romacho - O maior número vai ser no Nacional, mas mesmo os Maxxi precisam de mais gente nos caixas. Não é gente abastecendo ou em outras frentes, porque não tem açougue nem padaria. A lógica das lojas era trabalhar com o mínimo possível. Vamos triplicar o espaço do açougue, ter mais opções de congelados e preços bons. O mix deve passar de 4 mil e devemos ir a 5 mil.
MV - A gestão dos atacarejos e supermercados será separada?
Romacho - Até agora era tudo junto. Com a aquisição, criamos uma nova empresa, a Leve Mais Atacado, para administrar este segmento, com equipe e compras separadas. É o melhor caminho para ser verdadeiro com os fornecedores para eles venderem por um preço melhor.
MV - A rede vinha migrando o atacarejo Leve Mais para supermercado. Como fica agora?
Romacho - Sim, tanto que a loja de Capão da Canoa vai atuar como Asun, depois de uma reforma no ponto que foi do antigo Febernati. Será uma loja muito moderna, deve ser a melhor da cidade. Aumentamos em mais de mil metros quadrados de área de venda, serão 20 checkouts. Fica pronta até de 10 de dezembro. Tem muita concorrência entrando em Capão. Se forem mais supermercados para a praia, vai ter mais oferta de produto e mais gente vai ser treinada, que é uma dificuldade hoje. A concorrência não nos assusta, e a população aumentou na região. O que me assusta são os ambulantes que vão vender porta a porta e não pagam impostos.
MV - Como ficam os planos de expansão da rede depois desse bloco de aquisição?
Romacho - Estamos prospectando terreno em tudo que é lugar. A ideia é crescer. Vou confessar: essas quatro lojas caíram meio do céu. Queremos ter mais lojas em Porto Alegre e Grande Porto Alegre, como Viamão, Alvorada e entrar em Novo Hamburgo, São Leopoldo e Sapiranga. Lojas com pelo menos 3 mil metros mais estacionamento. A ideia é expandir com atacarejo. É a vez deste formato, pois o cliente pode entrar e ter a certeza que vai encontrar produtos com boa qualidade e preços mais acessíveis. Por isso, tanto sucesso. O lucro bruto do supermercado é de 25% e o do atacarejo, de 18%. Mas o líquido é perto de 1% a 1,5%. É muito apertado.