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Minuto Varejo

- Publicada em 26 de Outubro de 2022 às 21:22

Center Kan é 'único' na Restinga, diz maior empreendedor do bairro de Porto Alegre

Santos defende que empresas que atuam no bairro invistam para criar empregos na região

Santos defende que empresas que atuam no bairro invistam para criar empregos na região


PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
"Quem ganha é o cliente", resume Marcos dos Santos, o maior empreendedor da Restinga, bairro mais populoso de Porto Alegre, que podia ser uma cidade, ao comentar sobre a coincidência de estreias de novas lojas de supermercado na Capital. A semana registra três novos supermercados, um deles atacarejo, no mercado gaúcho. 
"Quem ganha é o cliente", resume Marcos dos Santos, o maior empreendedor da Restinga, bairro mais populoso de Porto Alegre, que podia ser uma cidade, ao comentar sobre a coincidência de estreias de novas lojas de supermercado na Capital. A semana registra três novos supermercados, um deles atacarejo, no mercado gaúcho. 
Santos abre às 8h desta quinta-feira (27) o seu Center Kan, primeiro shopping do bairro no Extremo Sul porto-alegrense e com uma nova bandeira da rede Super Kan. Duas horas depois, às 10h, a Companhia Zaffari, líder do varejo de alimentos do Estado, coloca a 39ª loja em operação, no bairro de classe média alta, Mont'Serrat, onde a bandeira se instala no local em que funcionava um Nacional.
O Center Kan fica em 20 mil metros quadrados, deve gerar 400 empregos entre supermercado, centro de distribuição e mais de 20 lojas. O empreendedor garante:
"Fizemos um investimento fora da curva para a nossa comunidade. Único na região."
JC - O que este complexo representa para o senhor que chegou guri na Restinga?
Santos - Sempre tive coragem para empreender. O pessoal da Restinga é só elogio (ao Center Kan). Vim morar na comunidade com 15 anos, sem nenhuma estrutura familiar, com mãe empregada doméstica e sem pai. Conseguir entregar esta obra é uma satisfação indescritível.
JC - Era o plano fazer deste tamanho?
Santos - Sempre quis fazer coisas maiores. O que ganhei de dinheiro na Restinga investi aqui e se transforma em emprego e crescimento da comunidade. Se não investirmos aqui, a comunidade não cresce. Quem pode fazer isso? Quem tem comércio. Queria fazer algo maior, mas o único terreno era este. Em 2015, a empresa de ônibus Trevo colocou à venda os dois hectares. Comprei em 2016 e comecei o projeto de um centro comercial com lojas. O Center Kan tem boa infraestrutura, 300 vagas para estacionar, é fechado e seguro. Dá tranquilidade aos clientes que vão poder fazer tudo num lugar só.
JC - Como é o supermercado do Center Kan?
Santos - Temos as duas opções para os clientes, serviço de super e de atacado. Vai ter balconista e açougueiro para dar melhor atendimento, pois as pessoas querem ter um funcionário para orientar. No setor de atacado, vai ter as opções com este perfil. Nosso foco é o atendimento ao cliente.
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Loja do novo Kan Super & Atacado combina visual moderno, novas cores e ambientes. Foto: Patrícia Comunello/JC  
JC - Como ficou o layout da loja?
Santos - Contratamos um escritório de arquitetura para desenvolver o layout, mas nos envolvemos em tudo. Pensamos em fazer algo que ficasse muito bom. A Restinga merece coisas de qualidade, loja ampla e bonita para se sentir valorizada. Faço sempre para os outros o que faria para mim. Se gosto de uma coisa boa, por que vou fazer algo ruim para o nosso cliente, que é quem paga o meu salário? Sempre digo: faz o feijão com arroz bem feito que não tem como dar errado.
JC - Mas a loja ficou muito mais que um feijão com arroz ...
Santos - Realmente, fizemos um investimento fora da curva na nossa comunidade. Mas isso é valorizar o nosso povo. Não é porque as pessoas são humildes que não merecem ser valorizadas, e o povo gosta de ir a locais bons e bonitos. O cliente vai entrar aqui e dizer: "Olha que legal o que foi entregue para a gente usufruir". Claro que a gente faz um empreendimento para ter retorno, mas poucos têm coragem de fazer isso.
JC - É uma provocação para quem está aqui ou quem é de fora deveria olhar mais para cá? 
Santos - Muitos que estão aqui no bairro e que ganharam dinheiro aqui não investiram na Restinga, mas em outros lugares. Estamos criando empregos para que os moradores não precisem ir ao Centro comprar o que precisam. Trabalhando aqui as pessoas têm mais qualidade de vida. Quanto mais empreendedores vierem para a Restinga é mais trabalho e qualidade de vida. Já veio a Lebes, agora a Casa Maria, vieram bancos. 
JC - Como é a concorrência no entorno?
Santos - Tudo que vem soma em qualidade. Não é uma concorrência. Sempre digo que trabalhar ao lado do Asun (na frente do Center Kan) ou do lado do Zaffari é trabalhar bem, não precisa queimar preço, pois o foco é o mesmo: trabalhar para fazer mais mercados. A concorrência está boa. Prefiro ficar ao lado do Asun e do Zaffari do que dos pequeninhos que parecem trabalhar de dia para comer de noite. 
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