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Minuto Varejo/Vídeo

- Publicada em 11 de Julho de 2022 às 18:22

Ex-dono da Multisom investe em franquia de frutos do mar e sorvete servido na casca

Contêiner da operação está em postos de combustíveis em diversos pontos da Capital

Contêiner da operação está em postos de combustíveis em diversos pontos da Capital


Luiza Prado/JC
Patrícia Comunello
O ex-dono da Multisom, vendida em 2019 para uma rede de Santa Catarina, e mais conhecido pela atuação como dirigente de futebol, Francisco Novelletto Neto, atual vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), entrou para outro time nos negócios que em nada lembra venda de discos, CDs e eletroeletrônicos, segmentos da sua antiga loja.
O ex-dono da Multisom, vendida em 2019 para uma rede de Santa Catarina, e mais conhecido pela atuação como dirigente de futebol, Francisco Novelletto Neto, atual vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), entrou para outro time nos negócios que em nada lembra venda de discos, CDs e eletroeletrônicos, segmentos da sua antiga loja.
Um dos novos negócios é a franquia Letto, que tem como carro-chefe pratos congelados prontos à base de frutos do mar assinados pelo chef Mauricio Fernandes, que atuou no restaurante Marco's. A outra aposta é um sorvete servido de um jeito irreverente, na própria casca da fruta, que se chama Tropicatto.

VÍDEO: Conheça a operação da Letto Container

Para sustentar as duas vertentes, foram investidos R$ 21 milhões, boa parte de financiamentos, em duas bases de produção. 
A Letto, cujo nome saiu das últimas cinco letras de Novelletto, tem dois formatos que já operam em Porto Alegre. Um deles é facilmente avistado por quem passa por dois postos de combustíveis e duas avenidas movimentadas da Capital.
A franquia utiliza contêiner de 15 metros quadrados ou 20 pés, com uma fisionomia que lembra quiosque à beira-mar. O toldo e detalhes do layout externo reforçam mais a pegada do cardápio. Foi por isso que a coluna descobriu o tipo de loja, que pode ser avistado em áreas de postos de combustíveis, como na avenida Ipiranga e na Carlos Gomes. 
"Só faltou a areia e chegamos a pensar em colocar", admite a filha de Novelletto, que atua como diretora de marketing da nova aposta do pai, Aline Novelletto. 
Aline conta que a ideia de migrar para outro ramo de atividade surgiu em 2020, um ano após a venda da Multisom, que foi em 2019.
"Meu pai convidou outros gerentes que atuavam nas lojas e mais o Mauricio para estudar o modelo de negócio e lançar os pratos", descreve a diretora.
Depois de estudos e da montagem da estrutura de produção, no prédio do antigo estoque da loja de CDs, na Zona Norte da Capital, o primeiro ponto foi aberto no posto na rua Casemiro de Abreu, 1210, no bairro Bela Vista, mas como loja convencional. 
Logo depois, veio a versão da Letto Container que estreou em um posto na rua Anita Garibaldi, no bairro Boa Vista. As duas unidades seguintes do "quiosque de praia" foram inauguradas no fim de junho em mais dois postos (avenidas Ipiranga e Carlos Gomes).
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Nos 15 metros quadrados do contêiner, estão, além de congelados, bebidas e temperos, compotas e azeite da marca. Foto: Luiza Prado/JC 
A rede chegou à quinta operação na semana passada em espaço no pequeno mall (galeria comercial) na avenida Nilópolis, em frente à Praça da Encol e ao lado do futuro Zaffari Bela Vista, que está sendo instalado na área onde era um Nacional.
No cardápio da Letto Sea Food, há opções e preços para diversos bolsos e paladares: camarão a catupiry ou bobó de camarão a R$ 99,00, bacalhau às natas por R$ 129,00 e camarão Letto a R$ R$ 139,00. Os pratos premium têm 800 gramas e servem duas pessoas.
Já uma porção de petiscos de camarão crocante com cream cheese sai por R$ 89,00 e versões executivas de refeição para uma pessoa, estilo prato feito, custa a partir de R$ 33,00.
Além disso, os pontos de varejo têm bebidas, como vinhos que combinam com o cardápio, massas e outras opções de ingredientes para acompanhar e ainda uma farta seleção de produtos com a marca Letto, com origem na produção gaúcha, desde azeite (o Rio Grande do Sul é disparado o maior produtor nacional e com marcas premiadas internacionalmente), temperos, compotas e geleias.

Meta é chegar a 10 lojas em 2022

A meta este ano é chegar a 10 lojas até dezembro, a maioria de franqueados. Hoje duas ainda são próprias, mas a intenção é repassar a franqueados. O investimento inicial é de R$ 140 mil, em média. Para impulsionar a expansão, os empreendedores isentam a taxa de franquia até alcançar a décima unidade.
"A ideia é acelerar a expansão e levar a outras cidades gaúchas, pois muitas têm potencial para aumentar o consumo de peixes e frutos do mar", comenta a diretora, citando que a empresa participa de projeto com o Sebrae-RS para desenvolver o modelo. 
Os sorvetes entram como uma diversificação do cardápio e de mercado. A inovação é usara casca para encher com o creme. São cinco sabores: chocolate é apresentado na casca do cacau, o abacaxi na casca da fruta, o de coco, limão siciliano e laranja também.
O produto não usa gordura hidrogenada. O segmento também entrou em programa do Sebrae-RS para acompanhamento. formação de produto e preço e busca de mercado.
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Aline mostra o cardápio de sorvete que é servido na casca da fruta e que é produzido em Linhares. Foto: Patrícia Comunello/JC       
"Hoje temos os sorvetes nas lojas da Letto e em supermercados do Zaffari em Porto Alegre, mas estamos conversando com redes como Carrefour", adianta Aline. A rede francesa deve abrir espaço também em suas novas bandeiras, como Sam's Club no Brasil, ex-BIG. Outro destino são gôndolas de delicatessem. 

Investimentos e duas fábricas para abastecer varejos

Atrás do ponto de venda, existem duas operações que sustentam os congelados da Letto e do Tropicatto. O grupo empreendedor montou duas fábricas em dois estados para suprir os varejos.
Os pratos de frutos do mar são elaborados na fábrica situada no Quarto Distrito em Porto Alegre. A estrutura mobiliza hoje 15 trabalhadores. O investimento foi de R$ 5 milhões, com financiamento do Badesul, na área de 400 metros quadrados.
Já a produção do gelato fica na cidade de Linhares, no Espírito Santo. O aporte lá foi R$ 16 milhões, em área de 1,2 mil metros quadrados, com 50 trabalhadores que atuam na produção. 
Aline comenta que a empresa chegou a cogitar instalar a produção na Capital, mas não teria obtido incentivos como os existentes no governo do Espírito Santo. Mas o que pediu mesmo foi a posição logística, já que os donos pretendem cobrir o mercado nacional. Além disso, a proximidade com a oferta de frutas, como cacau, coco e abacaxi pesou.
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