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Rede de moda feminina gaúcha pede recuperação judicial
Marca listou débitos de R$ 23,3 milhões, maior parte com contratos com shoppings
Uma das redes de moda feminina gaúchas mais conhecidas em Porto Alegre entrou com pedido de recuperação judicial. A Rabusch ingressou nesta terça-feira (5) com a ação na Vara de Direito Empresarial, Recuperação de Empresas e Falências do fórum da Capital.
"Nosso pedido é até singelo. Precisamos de um prazo para nos organizamos e não fecharmos lojas e demitir. Não quero demitir", resumiu o diretor-presidente da rede, Alcides Debus, que tem a marca há 35 anos. A Rabusch tem 30 lojas físicas, quatro delas são franquias, uma das quais situada no Rio Grande do Norte.
Segundo a rede, a dívida declarada é de R$ 23,3 milhões, sendo a maior parte de classe 3, de R$ 19,4 milhões com credores quirografários, entre eles empreendimentos, como shopping centers. A maior conta é vinculada a atrasos de aluguéis com centros comerciais. Da classe 1, que é de passivo trabalhista, o valor lançado é de R$ 2,8 milhões. Debus garante que os salários estão em dia e que não há risco de atrasos, diz que tem equilíbrio no fluxo de caixa para tocar o dia a dia da empresa. A rede tem cerca de 200 funcionários.
Segundo o diretor-presidente, as dificuldades cresceram com a dificuldade de cobrir as locações durante a pandemia e também com a falta de flexibilidade pra negociar os valores. Três lojas que geram 25% da receita da marca ficam em shoppings. Para evitar a perda dos pontos, que ele prefere não indicar quais, a medida judicial é necessária.
Debus também informou que a intenção é seguir com a abertura de novas filiais. Duas estão confirmadas. Em maio, abre loja em centro comercial na avenida Edgar Pires de Castro, no bairro Hípica, na Zona Sul da Capital. A outra será um novo endereço para a loja em Tramandaí.
O lojista disse que a decisão de ingressar com o pedido foi tomada na sexta-feira passada. "Passamos o fim de semana em reuniões preparando documentos", citou ele. A expectativa é que a Justiça aceite o pedido, para que a varejista possa trabalhar no plano de recuperação. A maior preocupação é com o impacto para a marca.
"O mais difícil foi ver a marca exposta após o pedido de recuperação judicial. Mas confio no trabalho de 35 anos. Precisamos de um tempinho para manter a estrutura, com equilíbrio saudável. Mas tivemos de assumir este pequeno desgaste da marca, que não é mácula alguma", depõe o empresário, que foi presidente da CDL Porto Alegre.