Atende pelo nome de Jaci um robô de desinfecção 100% nacional desenvolvido pela Instor para garantir a alta performance na desinfecção de ambientes fechados, como uma sala de UTI, que possam estar contaminados por vírus e bactérias.
Como? Por meio de um sistema de ventilação que gera ozônio de forma controlada e irradia raios ultravioleta (UV) por meio de potentes emissores, capazes de atingir distâncias de até 3,5m. “O robô é capaz de eliminar mais do 90% dos vírus e bactérias presentes nos ambientes, o que o torna essencial na eliminação e controle de propagação infecciosa durante epidemias ou pandemias como a Covid-19”, aponta o CEO da empresa, Miguel Serrano.
A Instor está instalada no Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) em Viamão e tem larga experiência na área de robótica, desenvolvendo soluções para os segmentos de petróleo e gás e mineração – a Vale é uma das clientes. Assim que o mundo foi assolado pelo coronavírus, a decisão foi de usar esse conhecimento para ajudar.
“Foi uma correria. Começamos o desenvolvimento da Jaci em fevereiro e agora já estamos produzindo a primeira unidade, que deverá estar pronta em duas semanas”, conta. O produto será enviado para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que realizará alguns testes para comparar o robô com outros métodos e avaliar a eficácia e em que situações usar. A segunda unidade será disponibilizada para testes e um centro de reciclagem de Viamão. A meta é começar em breve a produção em massa.
Serrano que foram avaliados diversos robôs de desinfecção similares pelo mundo, como os usados na Dinamarca, China e Estados Unidos. Desde o início, a decisão foi a de não fazer uma simples cópia, mas inovar – tanto deu certo que a Instor já solicitou patente para a Jaci. “Focamos na criatividade. O nosso robô é o único que combina o UV com o ozônio. A maioria usa apenas UV”, explica.
Segundo, o uso de UV na área de saúde para matar bactérias e vírus é clinicamente comprovado através de estudos e testes já realizados em laboratórios do mundo todo. A capacidade é de erradicar 99,99% dos microrganismos incluindo bactérias, vírus e patógenos em um raio de 3,5 metros em 20 minutos de forma estática. O UV germicida (254nm UVC) é capaz de matar e inativar micro organismos destruindo ácidos nucleicos e perturbando o DNA ou RNA, deixando-os incapazes de se replicar e recuperar.
Já o ozônio pode matar diversos micro-organismos como bactérias, vírus e fungos. Isso ocorre devido ao seu alto poder oxidante. O mecanismo de ação do ozônio contra bactérias e fungos, por exemplo, ocorre de fora para dentro. O ozônio destrói a parede celular desses micro-organismos, via reações químicas de oxidação, até penetrar ao interior do micro-organismo danificando também agentes vitais para sua vida.
A Jaci é versátil a ponto de, dependendo da situação, acionar apenas o ozônio, e sempre em proporções admissíveis para a saúde. Isso porque, a luz UV é perigosa se direcionada diretamente para os humanos. “Os robôs usados em outros países só podem desinfetar ambientes sem a presença de pessoas. Já o nosso pode ser utilizado mesmo em salas como uma UTI, pois nesses casos ele aciona apenas o ozônio”, relata. Outra opção é ligar apenas as luminárias UV que estão apontadas para o piso, para irem desinfetando o chão, sem risco de afetar os indivíduos.
Além de hospitais, o robô pode ser usado em aeroportos, aviões, ônibus, rodoviárias, escritórios, indústrias, shoppings, centros comerciais, escolas e universidades. O acionamento e o comando são feitos remotamente, via aplicativo. O sistema possui detectores de movimento para prevenir exposição acidental de pessoas no ambiente. Quando a Jaci opera, alertas sonoros e luminosos são ligados, como forma de manter a segurança.
O nome Jaci é inspirado na Deusa Lua dos tupi-guaranis, que cuidava deles com sua luz a noite.