Com a missão de democratizar o acesso das mulheres ao mercado financeiro, o Instituto Mulheres no Mercado Financeiro (MMF) chega ao mercado com a expectativa é ofertar 5 mil bolsas de estudos até dezembro de 2025. O foco são as certificações mais exigidas pelo mercado, como a CPA-20 e a CEA.
Cerca de 60% dessas bolsas serão destinadas a mulheres negras.
“Quando olhamos para a área financeira, não vemos praticamente mulheres em cargos de alta liderança, e nem ganhando dinheiro com isso. Na verdade, o desafio começa antes, com as barreiras para entrar nesse mercado”, analisa Nathália Rodrigues, conhecida como Nath Finanças, e fundadora do MMF.
Um dos desafios é obter as certificações necessárias para atuar nesse mercado, o que inclui custos desde os cursos preparatórios até da própria acreditação.
“Queremos facilitar o acesso dessas mulheres a isso”, comenta destaca ela, que está entre as 50 maiores líderes globais pela Fortune (2021) e foi reconhecida entre as 500 personalidades mais influentes da América Latina pela Bloomberg Línea.
Ao seu lado nesse projeto estão a gaúcha Andreza Rocha, diretora executiva, e Priscila Salgado, líder do Comitê de Estratégia.
Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) apontam que é mulheres que investem são apenas 28% e os homens são 34%. Enquanto 64% das brasileiras não guardam dinheiro de jeito nenhum, entre os homens o percentual cai para 58%.
O MMF vai oferecer cursos especializados em finanças e investimentos mais acessíveis, incluindo pós-graduações, para preparar as mulheres para o mercado de trabalho. Até novembro de 2025, o projeto vai oferecer uma pós-graduação em Gestão Financeira e Mercado de Capitais.
O foco será nas competências técnicas e práticas, alinhadas ao mercado financeiro e negócios, cobrindo planejamento financeiro, investimentos e gestão de riscos.
Além disso, a ideia é apoiar mulheres de outras áreas através de Clubes de Investimentos, onde elas vão poder trocar ideias e fazer networking, promovendo uma maior compreensão do mercado financeiro.
Para personalizar o conteúdo para as alunas será usada Inteligência Artificial e o aplicativo Nath Play, plataforma que irá hospedar os cursos e pós-graduações.
O valor da assinatura Premium será de R$ 32,90/mês, podendo ser pagos semestralmente (R$ 197,40) ou anualmente (R$ 394,80). “Esperamos não apenas capacitar, mas inspirar e engajar mulheres a se tornarem protagonistas em suas carreiras no mercado financeiro”, afirma Nath.
Para o início das ações foram escolhidas cinco regiões do país para a apresentação do instituto: Rio de Janeiro, Salvador (Bahia), Brasília, Belém (Pará) e Porto Alegre (Rio Grande do Sul).
A iniciativa busca ainda uma maior conscientização do mercado sobre a importância da ampliação das oportunidades para todos. Nos últimos dois anos, diversas empresas globais anunciaram a redução dos esforços e investimentos nos projetos de diversidade e inclusão.
“Esse desinvestimento já está acontecendo há um tempo. As empresas que apenas surfaram a onda hype desse tema, tanto do ponto de vista do marketing como dos recursos disponíveis, e não conseguiram provar o seu valor com projetos robustos, não tiveram os benefícios que poderiam do impacto que isso gera”, destaca Andreza, que é diretora do AfrOya Tech Hub e com mais de 20 anos de experiência em tecnologia, inclusão e inovação.