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Patricia Knebel

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Publicada em 18 de Novembro de 2024 às 19:29

Capital relacional é potência para empreendedores, aponta Theo Braga

Investidor aporta capital e smart money em pelo menos 30 startups

Investidor aporta capital e smart money em pelo menos 30 startups

Torin Zanette/Divulgação/JC
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Ele quer ajudar a transformar a juventude e formar novas lideranças, por meio de conhecimento, investimento e conexões de negócios. Theo Braga, 25 anos, é uma das maiores autoridades jovens do Brasil. Multinegócios, lidera e investe em empresas das áreas de tecnologia ao mundo da educação e entretenimento. É o fundador e CEO da SME Educação Corporativa, está à frente do pool de investimentos Brasil Smart e é sócio da HB Capital. É o idealizador do Réveillon Arcanjos, uma das mais disputadas festas de Ano Novo de Maceió.
Ele quer ajudar a transformar a juventude e formar novas lideranças, por meio de conhecimento, investimento e conexões de negócios. Theo Braga, 25 anos, é uma das maiores autoridades jovens do Brasil. Multinegócios, lidera e investe em empresas das áreas de tecnologia ao mundo da educação e entretenimento. É o fundador e CEO da SME Educação Corporativa, está à frente do pool de investimentos Brasil Smart e é sócio da HB Capital. É o idealizador do Réveillon Arcanjos, uma das mais disputadas festas de Ano Novo de Maceió.
Filho de João Kepler, criador da Bossa Nova, hoje Bossa Invest, e um dos maiores investidores de risco do Brasil, Theo nunca quis ficar à sombra do pai. “Existe uma grande diferença entre ser herdeiro e sucessor. Herdeiro é quem vai usufruir do que alguém um dia conquistou, e sucessor é quem vai transformar aquilo em algo muito maior ou criar seu próprio negócio, honrando sempre o passado. Quero ser uma evolução do meu pai”, comenta.
Alinhado com essa visão, criou o Conselho, iniciativa que reúne jovens sucessores do País, que costumam se reunir para discutir sobre o futuro e gerar novas oportunidades de negócios. “O Conselho surgiu para impactar essa nova geração de líderes jovens, engajados, interessados em gerar impacto e com muita vontade de se relacionar para, assim, crescerem juntos em busca de novos desafios”, comenta.

Mercado Digital – O ecossistema de inovação brasileiro está em um processo de amadurecimento e, o que vemos hoje, é um olhar maior do empreendedor para o apoio que os investidores podem dar e que vai além do dinheiro. Como você tem percebido essa mudança?
Theo Braga – De fato, de uns tempos para cá, os empreendedores passaram a ver mais valor em um capital muito maior do que qualquer dinheiro possa comprar, que é o smart money. O capital intelectual e o relacional são fundamentais para que eles possam ir do ponto A para o ponto B. Nós investimos muito em negócios nos quais a nossa contribuição vai além do recurso financeiro. São empresas que a gente sabe que, se gerarmos valor via relacionamento, direcionamento, conselho ou alguma porta que pudermos abrir, vão destravar o crescimento.
Mercado Digital – Qual o seu envolvimento com um negócio depois de fazer aporte?
Theo Braga – Na nossa tese, nós não somos sócios, somos investidores. Não vamos ficar perguntando porque o empreendedor demitiu uma pessoa e contratou outra. O nosso papel é muito mais de ajudar, dar as ferramentas e gerar as conexões do que de ficar cobrando. Tem muito empreendedor que tem medo de trazer parceiros para o negócio por medo deles interferirem na operação e, assim, eles perderem celeridade e controle. Na minha visão, o empreendedor deve ter autonomia, senão a startup vira um navio, com muita gente tomando decisões.
Mercado Digital – Onde entra a SME nesse processo?
Theo Braga - Queremos transformar a SME no maior ecossistema de negócios da nova economia. A nossa missão é, justamente, ajudar os empreendedores na construção de uma visão mais ampliada das suas empresas, colaborar com a busca de parceiros estratégicos e pessoas que possam agregar, levando esses negócios ao próximo nível. E, como eu disse, não só com o dinheiro.
Muitas vezes, o que o empreendedor está precisando de outras coisas para gerar o próprio recurso dele. Tem negócios que colocamos um pouco de capital financeiro e muito capital intelectual e relacional. É o poder de você trazer pessoas que irão aportar muito valor pela inteligência que trarão para o negócio. A SME também é muito responsável por ajudar nessa disseminação da busca ampliada de oportunidades. De ajudar uma empresa contábil, por exemplo, a entender que se ela já tem 1 mil clientes, porque não vender outras coisas para esses 1 mil clientes?
Mercado Digital – Os empreendedores precisam ampliar a visão e perceber as oportunidades além do óbvio.
Theo Braga – Exatamente. Existe um ponto cego muito grande nas empresas, já que a tendência das pessoas é olhar para aquilo que elas sabem fazer. Mas, quando você foca só no seu motor 1 e você não cria motores 2, 3 e 4, você passa, muitas vezes, a ficar desatualizado. E aí vem alguma coisa mais nova, mais moderna e que ultrapassa o seu serviço. Então, todo empresário deve estar dia, tarde e noite pensando em como criar novos negócios que podem, inclusive, matar o seu próprio negócio, e não ter medo disso. E aí entra a nova economia, entra o jogo do equity. Como que a gente consegue escalar os negócios? Criar um ecossistema ao redor dele. Toda empresa pode ser uma empresa também de serviços. Um exemplo é a AB InBev, com o Zé Delivery (aplicativo criado para ser a unidade de venda direta da multinacional e que passou de 1 milhão de pedidos em 2019 para 1 milhão de pedidos em apenas uma semana durante a pandemia da Covid-19). Eles passaram a ter um serviço para entregar produtos direto na casa das pessoas.
Mercado Digital – Como mudar essa mentalidade?
Theo Braga - É importante ter uma visão ampliada do negócio, e não apenas tática e operacional. Aliás, um dos grandes problemas hoje dos empreendedores é focar no operacional e não olhar para aquilo que realmente pode transformar o negócio deles. Esse é um desafio diário que precisamos enfrentar. Se não fizermos isso, podemos ficar cegos para o futuro. É isso que fazemos todos os dias aqui na SME, com os empreendedores que estão conectados conosco.
Mercado Digital - Como começou sua história empreendedora e investidora?
Theo Braga – Eu comecei a empreender cedo, com 13 anos de idade, vendendo ingressos na escola, em Maceió, Alagoas. Depois, entrei como sócio de algumas agências de artistas, criei o Réveillon Arcanjos e hoje eu sou CEO e fundador da SME. Já o meu lado investidor surgiu de enxergar oportunidades em pessoas que eu admirava e que eu sabia que poderiam ter um potencial muito maior. Hoje eu já invisto junto com a Bossa Invest, que é o nosso fundo de investimentos em venture capital, em 20 startups. Na minha pessoa física invisto em mais 10 startups, e também estou abrindo agora um novo veículo de investimento que é muito voltado para investimentos em negócios também tradicionais, mas inovadores. As oportunidades são gigantes para quem está disposto a escalar.

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