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Patricia Knebel

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Publicada em 23 de Outubro de 2024 às 10:13

Fintechs brasileiras apostam em tecnologias e crescimento sustentável

Marcondes diz que startups de finanças estão adotando abordagens mais cautelosas

Marcondes diz que startups de finanças estão adotando abordagens mais cautelosas

PwC Brasil/Divulgação/JC
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As fintechs brasileiras estão em um momento de consolidação e estabilidade, após enfrentarem um período de desaceleração no crescimento, de acordo com a pesquisa Fintech Deep Dive, realizada pela PwC Brasil em parceria com a ABFintechs.
As fintechs brasileiras estão em um momento de consolidação e estabilidade, após enfrentarem um período de desaceleração no crescimento, de acordo com a pesquisa Fintech Deep Dive, realizada pela PwC Brasil em parceria com a ABFintechs.
A busca por sustentabilidade financeira e otimização de recursos são prioridades apontadas pelo estudo. A automação, a inteligência artificial (IA) e o blockchain estão no centro das estratégias dessas empresas para aumentar a competitividade e a eficiência no mercado.
O levantamento também indica que o mercado B2B (business-to-business) ganhou força, representando 64% das operações, contra 40% no ano anterior. O aumento reflete uma tendência de foco no atendimento a empresas, especialmente pequenas e médias, com destaque para as áreas de crédito e meios de pagamento.
Embora 73% das fintechs participantes tenham menos de cinco anos de fundação e dois terços contem com equipes de até 20 colaboradores, mais da metade (51%) já alcançou o ponto de equilíbrio financeiro e apresenta um percentual moderado de crescimento, entre 1% e 50%. Isso indica que o ambiente econômico está mais estável, sem fortes oscilações, mas também demonstra que as estratégias de negócios estão mais moderadas.
“Observamos que as fintechs estão adotando naturalmente uma abordagem ainda cautelosa de crescimento e captação de investimentos”, avalia Willer Marcondes, sócio da Strategy& e líder de consultoria em serviços financeiros da PwC.
“As empresas mais jovens, em especial, estão ainda em um processo de amadurecimento, em que o crescimento não é apenas uma meta, mas uma jornada cuidadosamente gerenciada para mitigar riscos das suas mais diversas origens”, acrescenta.
A pesquisa também aponta uma mudança no perfil de financiamento dessas startups. Em 2023, 38% das fintechs dependiam de investimentos externos, principalmente fundos de capital de risco. Neste ano, esse percentual caiu para 15%, refletindo uma busca por maior autonomia financeira. O capital próprio, agora, representa 69% das fontes de financiamento.
A pesquisa revela que os empreendedores estão otimistas com os resultados para 2024: mais da metade das fintechs (55%) preveem crescimento superior a 100%, ante 41% no ano anterior. A projeção reforça a confiança das empresas na recuperação econômica e no fortalecimento do setor.
Entre os desafios destacados pelo estudo, a falta de visibilidade da marca é um obstáculo apontado por 46% dos entrevistados (em 2023, apenas 26% das fintechs citavam essa dificuldade). Além disso, a concorrência, que no ano anterior preocupava apenas 4% das empresas, agora é mencionada por 32%. Por outro lado, a crise econômica e política, que em 2023 era uma preocupação para 52% das fintechs, caiu para 25% neste ano.
Para Diego Perez, presidente da ABFintechs, as startups do setor financeiro têm demonstrado resiliência e capacidade de adaptação. "As fintechs brasileiras se adaptaram bem ao cenário recente de incerteza econômica e restrição de capital, ajustando suas operações para serem mais enxutas e sustentáveis”, comenta.

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