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Patricia Knebel

Patricia Knebel

Publicada em 26 de Maio de 2024 às 21:55

Pacto Alegre cria grupo internacional e lança desafio por cultura de resiliência

Iniciativa também reúne representantes de New Orleans, Rotterdam e da ONU

Iniciativa também reúne representantes de New Orleans, Rotterdam e da ONU

Pacto Alegre/Divulgação/JC
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Com seis projetos desenhados para uma atuação que vai desde as medidas emergências até de longo prazo para criar uma comunidade mais resiliente às tragédias como a que acontece no Rio Grande do Sul, o Pacto Alegre lança o Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente. A iniciativa também reúne representantes de New Orleans (EUA), Rotterdam (Holanda) e da ONU.
Com seis projetos desenhados para uma atuação que vai desde as medidas emergências até de longo prazo para criar uma comunidade mais resiliente às tragédias como a que acontece no Rio Grande do Sul, o Pacto Alegre lança o Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente. A iniciativa também reúne representantes de New Orleans (EUA), Rotterdam (Holanda) e da ONU.
Os esforços nascem no contexto da Aliança para Inovação de Porto Alegre, que reúne as universidades Ufrgs, Pucrs e Unisinos.
O lançamento oficial foi feito na semana passada, em uma apresentação que reuniu cerca de 150 pessoas.
O projeto também foi apresentado ao prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, e ao governador do RS, Eduardo Leite.
Precisamos, com urgência, consolidar uma cultura de resiliência na nossa comunidade, entendendo importância de a cidade ter estruturada organizada, com liderança pública ativa para não acontecer o que aconteceu dessa vez. O trabalho dos voluntários é fantástico, mas precisamos de governança”, alerta Jorge Audy, representante da Pucrs no Pacto Alegre.
Dos seis projetos, cinco estão em operação há duas semanas: Escuta que faz bem; Abrigos e Habitação; Hospital Veterinário de campanha; Comunicação Resiliente e Limpeza Solidária.
O Estratégia de Resposta Climática e Resiliência, iniciativa de maior abrangência e de longo prazo, tem como foco monitorar de dados naturais contínuos, desenvolver sistema de alertas, acompanhar o desenvolvimento de infraestrutura básica de água, energia e urbanismo e comunicar de forma adequada, direta e centralizada a sociedade.
Audy explica que logo que aconteceu a tragédia, as ações do Pacto Alegre estiveram intensamente focadas nas medidas emergenciais, de mais curto prazo, como gestão de voluntários, abrigos, limpeza e ajuda humanitária aos desabrigados e animais atingidos.
“Uns dias depois, quando começamos a respirar, desenhamos esse projeto de longo prazo, que traz uma articulação com os principais centros de pesquisa que temos no Rio Grande do Sul, o primeiro projeto do Pacto Alegre, nestes cinco anos, que extrapola Porto Alegre e foca no Rio Grande do Sul”, comenta.
Um dos facilitadores dessa articulação é o fato de que boa parte dos gestores de cada iniciativa parceira está abrigada com suas instituições no Tecnopuc – Parque Científico e Tecnológico da Pucrs, onde fica a base do Pacto Alegre.
Estão ali temporariamente a secretaria de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, a secretaria de Inovação de Porto Alegre, o Comitê de Crise, de além de diferentes hubs de inovação. “Todos vieram para cá, nos envolvemos muito em todas as esferas de resolução”, conta Audy.
Um grupo internacional foi implantado e já está trabalhando. Liderado por Santiago Uribe, da Universidade de Antióquia, em Medellín, conta ainda com o coordenador do Escritório de Resiliência de New Orleans (EUA), Jeff Hérbert, embaixadores da Água na Holanda, Henk Ovink e Meike van Ginneken, o diretor do Escritório de Resiliência de Rotterdam, Arnoud Molenaar, e o diretor da OMI da ONU, área de migrações, Marcelo Pisani.
Também foi criado o Comitê Científico de Emergência Climática, com a presença de pesquisadores e especialistas gaúchos de diferentes áreas de conhecimento, para assessorar e acompanhar a implantação do Programa de Emergência Climática e Ambiental do RS.
A forma como o Rio Grande do Sul reagiu a essa tragédia ambiental foi constrangedora. Não estávamos minimamente preparados para isso, uma falta de coordenação entre todas as instâncias muito preocupante. Se formos pensar, mesmo agora, passadas essas semanas dessa crise, ainda não está definida claramente a governança e os planos de contingência são inexistentes”, critica.
O Desafio, explica o gestor, foi criado com o intuito de mobilizar as forças da quádrupla hélice, que atuam no contexto do Pacto Alegre. O objetivo é fazer frente, de forma ecossistêmica, aos desafios atuais, atuar na mitigação dos efeitos das enchentes e na construção de uma nova visão de futuro da cidade e do Estado.
Esses episódios ambientais tendem a acontecer mais frequentemente. Precisamos ter planos de contingência preparados, governança pública e da sociedade sobre como atuar, prevenindo migrações forçadas e desordenadas das pessoas, e com uma oferta assistencial para as pessoas bem planejada. E, depois de superarada essa fase de desespero de salvar vidas, reativar a vida social, o trabalho e a economia”, aponta.

As principais ações do Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente:

  • Prevenir a migração forçada;
  • Ofertar assistência e proteção às pessoas;
  • Facilitar a migração como estratégia de adaptação das pessoas afetadas;
  • Melhorar a resiliência das comunidades atingidas;
  • Contribuir com a reativação da atividade econômica

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