No Rio Grande do Sul, são cerca de 315 abrigos ativos no momento. Em Porto Alegre, mais de 100 locais de acolhimento, números que se modificam a todo momento devido à velocidade com que a enchente vem impactando as cidades.
Integrar as ações de ajuda é fundamental. “Nunca havíamos enfrentado um momento como este, e sentimos a necessidade de uma solução que integrasse com agilidade as informações que estão sendo geradas pelos abrigos para atender de forma eficiente às demandas”, comenta o coordenador do Pacto Alegre e secretário de Inovação de Porto Alegre, Luiz Carlos Pinto da Silva.
A Prefeitura de Porto Alegre lançou um desafio para o mercado de tecnologia da cidade, e foi atendida. Desenvolvedores, analistas de dados, cientistas de dados e programadores, por meio da Associação dos Usuários de Informática e Telecomunicações do Rio Grande do Sul (Sucesu-RS), se reuniram de forma voluntária para desenvolver alternativas e acabaram atendendo às necessidades de outras regiões do Estado.
Os grupos estão trabalhando desde sábado (4) no desenvolvimento de três soluções: Ajuda RS, Abrigos RS e Apoio a Enchentes. Os times estão atuando de forma presencial, no Tecnopuc, no espaço do NAVI – Hub de Inteligência Artificial e Ciências de Dados. Uma das equipes está responsável pelo Ajuda RS, que é um sistema que conecta as necessidades dos abrigos com as doações disponíveis em tempo real.
"É papel da Sucesu estar ao lado dos profissionais de tecnologia, principalmente quando eles estão desenvolvendo soluções para dar mais eficiência ao trabalho realizado pelo governo e pela sociedade civil num cenário de tragédia”, destaca Luiz Henrique Portella, presidente da Sucesu-RS.
Neste início da iniciativa, um grupo de voluntários está se conectando com os locais de acolhimento por meio virtual e presencial.
Outro grupo do Ajuda RS atua de forma presencial, desenvolvendo e alimentando o sistema com informações recebidas. Em paralelo, os desenvolvedores estão criando as automatizações para trazer mais agilidade nas conexões de necessidades e doações.
“Do início do trabalho até hoje já avançamos muito na agilidade das atualizações, conectando de forma mais efetiva as doações com quem está precisando no momento”, diz Caroline Vanzellotti, uma das líderes do Ajuda RS.
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sistema Abrigos RS vai integrar as informações a respeito dos abrigos para que os órgãos públicos tenham acesso aos dados em tempo real sobre os desabrigados. “De um desafio nasceu uma rede de apoio de dezenas de profissionais em diferentes lugares, e estamos desenvolvendo uma solução para conectar diferentes iniciativas que surgem de forma orgânica”, afirma
Filipe Toledo, que atua como um dos coordenadores do projeto.A Prefeitura com um módulo baseado nas suas demandas de operação interna. Para
Liana Rigon, que atua no apoio à central de abrigos do governo municipal, o
módulo de gestão interna para abrigos oferecido pelo Abrigos RS vai trazer uma importante contribuição para acompanhar a jornada do desabrigado e as necessidades nos abrigos cadastrados na prefeitura.
Durante o trabalho, o grupo percebeu a necessidade de conectar os abrigos à sociedade. O coletivo de profissionais contatou o Ministério Público do RS, a Sucesu-RS, a empresa Gx2 e a PUCRS para ter acesso ao código de um aplicativo que conecta as necessidades de crianças de lares à sociedade.
A partir dessa fonte, foi gerado o aplicativo Apoio Enchentes RS, que vai conectar abrigos à população, profissionais liberais e empresas. “A proposta é que seja equivalente à lógica do Tinder, mas conectando abrigos com a população, que terá acesso de forma atualizada sobre as necessidades de cada lugar. Por outro lado, as pessoas e profissionais liberais poderão cadastrar como querem ajudar”, explica Melissa Trevisan, uma das lideranças do projeto. O aplicativo está em processo de aprovação nas apps stores e em breve estará disponível para o público.