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Mercado Digital
Patricia Knebel

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Publicada em 07 de Abril de 2024 às 19:22

Para Flow, IA apoiará produção, distribuição e monetização de conteúdo

Sarah destaca alta aceitação dos brasileiros ao formato de podcast e videocast

Sarah destaca alta aceitação dos brasileiros ao formato de podcast e videocast

Flow/Divulgação/JC
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Primeiro podcast com mais de 1 milhão de espectadores simultâneos, podcast mais pesquisado do mundo em 2022, primeiro videocast de grande audiência do Brasil. O Grupo Flow nasceu a partir do consagrado Flow, apresentado por Igor Coelho, mas hoje avança como um ecossistema de mídia que conta com diversos negócios dedicados à creator economy envolvendo tecnologia, conteúdo, mídia, produção, educação e publicidade. Prova de que conseguiu retomar o rumo depois de um período turbulento quando, em 2022, precisou desligar um dos seus fundadores (Monark) em função de falas nazistas e viu os patrocinadores abandonarem o barco. Hoje, o Estúdios Flow, formado por projetos como Flow S.A., Flow News Vênus e Ciência Sem Fim, soma mais de 70 horas de conteúdo semanais e uma grade com uma média de 40 conteúdos. A CEO do grupo Flow, Sarah Buchwitz, participou do podcast Sounds of South Summit, uma iniciativa do Jornal do Comércio em parceira com o Instituto Caldeira e a Radiativa. Confira agora alguns trechos deste bate papo.
Primeiro podcast com mais de 1 milhão de espectadores simultâneos, podcast mais pesquisado do mundo em 2022, primeiro videocast de grande audiência do Brasil. O Grupo Flow nasceu a partir do consagrado Flow, apresentado por Igor Coelho, mas hoje avança como um ecossistema de mídia que conta com diversos negócios dedicados à creator economy envolvendo tecnologia, conteúdo, mídia, produção, educação e publicidade. Prova de que conseguiu retomar o rumo depois de um período turbulento quando, em 2022, precisou desligar um dos seus fundadores (Monark) em função de falas nazistas e viu os patrocinadores abandonarem o barco. Hoje, o Estúdios Flow, formado por projetos como Flow S.A., Flow News Vênus e Ciência Sem Fim, soma mais de 70 horas de conteúdo semanais e uma grade com uma média de 40 conteúdos. A CEO do grupo Flow, Sarah Buchwitz, participou do podcast Sounds of South Summit, uma iniciativa do Jornal do Comércio em parceira com o Instituto Caldeira e a Radiativa. Confira agora alguns trechos deste bate papo.

Mercado Digital – O Flow é uma grande referência no Brasil em podcast, um mercado que explodiu nos últimos anos. A que você atribui esse sucesso?
Sarah Buchwitz – O Flow é realmente um fenômeno, e não apenas o Flow Podcast, que fala todo mês com 20 milhões de brasileiros, mas também o Grupo Flow. Nós nascemos de um podcast, e hoje somos um grupo com diferentes verticais de conteúdo que fala com 60 milhões de pessoas por mês. Então é muita gente. Uma grande parte da população brasileira ouve ou assiste o Flow em alguma plataforma. E esse fenômeno acontece exatamente porque a gente conseguiu ir se adaptando, se modernizando e trazendo novos conteúdos como games, esporte, conteúdo corporativo, ciência e entretenimento.
Mercado Digital – Tem um estudo que mostra que o Brasil é o terceiro maior consumidor de podcast do mundo. O formato, realmente, caiu no gosto do brasileiro.
Sarah - É interessante mesmo. O brasileiro se adaptou muito com o formato, principalmente no momento da pandemia, quando as audiências cresceram mais de 300%. E continuam crescendo – em 2023, o aumento foi superior a 23%. O podcast é uma forma fácil de aprender alguma coisa diferente, temos muitos videocasts e podcasts no Brasil, muita diversidade, então, sempre terá algum programa debatendo algum assunto que você tenha afinidade. Essa é a primeira coisa. A segunda é o formato leve, muito próximo do jeito do brasileiro conversar. E também tem o fato da disponibilidade em diferentes plataformas. O brasileiro adotou muito rápido, por exemplo, o YouTube, assim como as outras plataformas de áudio. O sucesso deste modelo é resultado disso tudo.
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Mercado Digital – Como tem sido a diferença no consumo hoje de videocast em comparação com o podcast no Brasil?
Sarah - No caso do Grupo Flow, o videocast está crescendo mais. Hoje estamos mais presente no YouTube, que é uma plataforma de vídeo, do que no Spotify. Nossas audiências são maiores nas plataformas de vídeo. Um dado de mercado importante é que a audiência, por exemplo, do YouTube, está crescendo mais nas TVs conectadas, por isso, a tendência de consumir vídeo vai ser cada vez maior. Antes a gente tinha o celular como a maior plataforma de crescimento de videocast, e agora a TV conectada que tem a maior aceleração. Esse é o indicativo de o quanto o conteúdo em vídeo acaba tendo um apelo diferente para o consumidor brasileiro, mas sem deixar de lado o áudio.
Mercado Digital – A escolha do canal varia muito de acordo com a ocasião?
Sarah – Exato, varia de acordo com o que você está fazendo. Se o consumidor está fazendo a sua atividade física, talvez não consiga ver o vídeo, mas ele está lá ouvindo. Ou um momento de descontração em casa, que ele quer realmente descansar, aí liga ali o YouTube e consome esse conteúdo de uma forma mais compartilhada até dentro da própria casa.
Mercado Digital – Conteúdo é cada vez mais estratégico para as marcas hoje em dia. Como você enxerga esse movimento de cada vez mais empresas e empreendedores construírem suas estruturas de podcast e videocast e replicarem esse modelo?
Sarah – Essa é a beleza da internet, diminuir as barreiras para que todos possam se expressar de alguma forma. A chave é a qualidade do conteúdo. A tecnologia pode variar muito, você pode ter um estúdio muito simples ou uma alta tecnologia como a gente tem no Flow. Faz diferença, faz. Mas faz menos diferença do que o tipo de conteúdo que você traz. As próprias plataformas já têm ferramentas para fazer com que esses creators possam criar o seu próprio podcast muito rapidamente.

Mercado Digital – Como foi a sua transição, de CMO premiada em multinacionais para abraçar esse desafio de sair do mercado mais tradicional para uma empresa que nasceu já na nova economia?
Sarah – O Flow chegou de uma forma totalmente inusitada. Estava nos meu coração e nos meus planos mudar de carreira. Eu fui para ser entrevistada no Flow. E aí, no caminho, eles estavam me mostrando as instalações e o Andre Gaigher, que era o CEO naquela época, falou: “Estamos procurando uma CEO. Mas é difícil achar alguém no mundo corporativo que tenha coragem de largar para vir para cá”. Eu sai de lá, fiquei com isso na cabeça e mandei uma mensagem no Linkedin para ele. Foram meses de conversa até que eu decidi sair da Mastercard e ir para o Flow. Estou super feliz. Sou economista de formação e trabalhei em multinacionais americanas nos últimos 20 anos, sempre no marketing, como a PepsiCo do Brasil e a Mondelez. Morei nos Estados Unidos por dois anos, onde eu atuei com o time global da PepsiCo. Depois eu voltei para o Brasil fui para a ESPN. E então me tornei a CMO da Mastercard. Eu fui muito feliz nesses seis anos. Realmente fui premiada, fui reconhecida, deixei um legado na marca. Mas chega aquela hora que você fala assim: “Acho que já cumpri o que me desafiei a fazer”. Senti que chegou o momento de aprender coisas novas, desbravar novos mundos e construir novos legados. E foi aí que o Flow veio. As pessoas falam: ‘Nossa, mas foi uma mudança tão drástica’. Eu falo: Não, não foi, porque eu sempre trilhei o caminho de CEO, era uma coisa que eu esperava, eu me preparei para ser CEO. Estudei inovação em Israel, na Dinamarca. E estar como CEO de uma empresa de mídia, para quem já foi marketing, não vou dizer que é mais fácil, porque é um grande desafio, óbvio, mas eu sei pensar como os anunciantes, que é de onde vem a minha maior receita. Então a minha trajetória de marketing para estar num grupo de mídia faz muito sentido para mim pelo menos, porque fazia parte de uma construção.
Mercado Digital – Como você enxerga o futuro desse negócio?
SarahO nosso futuro passa primeiro por arrumar a casa. Fazer o básico muito bem e se preparar para uma expansão e para uma escala, abraçando todas as novas tecnologias. Nesse curto prazo, o meu grande desafio é escalar, trazer mais dinheiro, trazer mais conteúdo. Como é que a gente vai fazer isso no médio e no longo prazo? Também usando novas tecnologias. Fala-se tanto de inteligência artificial e eu vejo um impacto muito grande disso no nosso negócio, tanto na forma de construir o conteúdo, quanto na forma de distribuir e monetizar. Então, sim, estamos muito atentos a como a Inteligência Artificial pode fazer com que a gente seja mais eficiente, que possa melhorar o que a gente já produz, em termos de vídeo, de arte, de criação. Ser mais inteligente na forma de distribuir também, e entender, que acho que é o grande desafio que a gente tem pela frente, como é que tudo isso vai ser monetizado.

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