Ainda com a ressaca boa do South Summit Brazil, que reuniu mais 23,5 mil pessoas de 55 países em Porto Alegre, a capital gaúcha comemora nesta terça-feira (26) os seus 252 anos se consolidando, definitivamente, como um dos principais destinos de inovação da América Latina, e caminhando para se tornar uma referência global.
Iniciativas como Instituto Caldeira, Tecnopuc e o próprio South Summit Brazil, catapultadas pela lógica de colaboração instituída pelo Pacto Alegre e outros projetos que estão sendo realizados na cidade, contaminam positivamente o ambiente para que a inovação comece, de fato, a transbordar para toda cidade.
“A edição 2024 do South Summit Brazil teve uma amplia presença global, com delegações do mundo inteiro em Porto Alegre. O mercado brasileiro é um grande ativo para startups do mundo todo e South Summit Brazil e, consequentemente, a nossa capital, acabam sendo a porta de entrada do mercado brasileiro para outras nações”, avalia o CEO do South Summit Brazil, Thiago Ribeiro.
A mesma visão é corroborada pelo secretário de Inovação de Porto Alegre e coordenador do Pacto Alegre, Luiz Carlos Pinto da Silva. “Hoje somos, de fato, um dos hotspots de inovação da América Latina, e com referências globais, atraindo delegações de outras cidades que estão vindo para cá com o intuito de entender esse momento de Porto Alegre”, analisa.
Mas, o que tem feito a cidade avançar tanto nos últimos anos? O crescimento da cultura de menos ego e competição para uma lógica de construção conjunta, para que todos se beneficiem juntos dos resultados, é, sem dúvida, um passo importante. Mudança não se faz sem atitude.
Aliados a isso está uma presença mais atuante de projetos liderados por empresários e de mais agilidade das universidades para destravar o desenvolvimento da inovação localmente.
Do ponto de vista da visão da gestão pública, Luiz Carlos cita a política de Living Lab POA, para abrir o ambiente público para ter soluções inovadoras que, segundo ele, já é a mais exitosa do País. São mais de 75 propostas de Prova de Conceito (POCs) em andamento, o que está levando a inovação para dentro do setor público. “Quase todo órgão hoje tem alguma interação com startups, o que fará com que sejamos cada vez mais protagonistas”, projeta.
Porto Alegre também é uma das primeiras cidades brasileiras a adotar mecanismos do Marco Legal das Startups bem como a aprovar e a lançar o POA Prospecta, que traz uma lógica de licitações especiais para esses projetos.
Um exemplo é o que está acontecendo no DMLU com foco em uma limpeza urbana mais eficiente. Quinze empresas de cinco estados se candidataram e quatro foram escolhidas para desenvolver projetos para sensorizar e, assim, controlar as equipes de limpeza e equipamentos bem como desenvolver dashboards para facilitar a tomada de decisões.
Porto Alegre também é uma das referências em transformação digital, no fomento das govtevhs (startups voltadas para o setor público) e em tecnologias inclusivas. “Temos tentando incluir a comunidade e mostrar que inovação não é uma bolha, é um cobertor”, ressalta.
Outro foco da cidade tem sido trabalhar para melhorar o ambiente para startups, reduzindo tempo de licenciamento e criando políticas tributárias para redução de impostos. É o caso da redução de ISS para inovação e saúde e do IPTU e ITBI para empresas da economia e criatividade do Quarto Distrito.
“Porto Alegre é uma cidade cada vez mais amigável para as startups”, diz. A capital gaúcha subiu 25 posições ano passado, e também foi o ecossistema de inovação que mais cresceu de acordo com Startup Blink e um dos 15 melhores da América Latina. O secretário de Inovação acredita que a cidade tenha hoje 1 mil startups ou negócios inovadores.
“Estamos criando um novo futuro para a cidade a partir da inovação, que é um meio para melhorar a qualidade de vida das pessoas, gerar mais chances para as pessoas fazerem parte da nova economia, manter empregos de qualidade e gerar novos negócios em Porto Alegre”, conclui o secretário de Inovação da capital gaúcha.