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Patricia Knebel

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Publicada em 07 de Fevereiro de 2024 às 20:07

Nossa tese são startups que agreguem valor ao negócio, avalia Randon

Executivo conta que a empresa já tem sete investidas no seu portfólio

Executivo conta que a empresa já tem sete investidas no seu portfólio

Patricia Knebel/Divulgação/JC
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Mesmo em cenário de contenção dos investimentos, decorrente de fatores como a alta dos juros, a interação entre empresas tradicionais e startups mantém-se cada vez mais relevante. Para o presidente da Randoncorp, Daniel Randon, essa conexão permite que as organizações tenham contato não apenas com a inovação, mas participem do desenvolvimento dos novos negócios e da formação de talentos. No final de 2023, a Randoncorp foi reconhecida entre as principais companhias brasileiras que se conectam com iniciativas de inovação aberta pelo Ranking 100 Open Startups 2023.
Mesmo em cenário de contenção dos investimentos, decorrente de fatores como a alta dos juros, a interação entre empresas tradicionais e startups mantém-se cada vez mais relevante. Para o presidente da Randoncorp, Daniel Randon, essa conexão permite que as organizações tenham contato não apenas com a inovação, mas participem do desenvolvimento dos novos negócios e da formação de talentos. No final de 2023, a Randoncorp foi reconhecida entre as principais companhias brasileiras que se conectam com iniciativas de inovação aberta pelo Ranking 100 Open Startups 2023.
Mercado Digital – Como você analisa o cenário atual para investimentos em startups?
Daniel Randon – Macroeconomicamente, os últimos anos acabaram sendo de elevação dos juros no mundo. O próprio Brasil chegou a juros perto de 3%, período em que tínhamos uma facilidade de obtenção de capitais, o que levou a um boom de investimentos em startups. Nos últimos anos, para conter a inflação, acabamos vendo um aumento dos juros. Agora é um momento em que se começa a ter uma visão dos juros em queda. Passando essa fase difícil dos últimos dois anos, sem dúvida, isso reforça a possibilidade de uma retomada de investimentos maiores em startups, até porque startup é um projeto: espera-se um retorno no médio ou longo prazo.
Mercado Digital – Mesmo com juros altos, a expectativa é positiva para essas conexões?
Daniel Randon – As expectativas são boas porque, quando a gente olha o mundo das startups, cada vez mais as empresas, as organizações e os próprios setores público e privado têm buscado alternativas de colaboração para resolver projetos ou melhorar processos. No caso da Randoncorp, estamos com uma história de 75 anos de empresa e desde 2017 iniciamos essa caminhada de contatar startups até hoje. Nos últimos três a quatro anos, temos feito investimentos em startups tanto diretamente, via nosso fundo, a Randon Ventures, como através de outros fundos parceiros.
Mercado Digital – Você percebe um nível maior de maturidade das empresas que vocês estão buscando investimento?
Daniel RandonA questão do dinheiro mais escasso faz com que as escolhas se voltem para projetos em que acreditamos ter um retorno maior. Ao mesmo tempo, retomam-se alguns projetos que foram deixados de lado pelas próprias empresas ou startups. Então, por isso, eu acho que existe esse momento que as pessoas começam a estar um pouco mais otimistas, mas é sempre um desafio, porque os juros ainda estão altos. Quando o custo do capital começa a reduzir, outros projetos que não estavam viáveis começam a se tornar viáveis.
Mercado Digital – O que a companhia busca ao se conectar com as startups?
Daniel Randon – No caso da Randoncorp, o investimento é mais baseado em negócios que agreguem valor para a companhia, olhando não somente como um investidor que busca o retorno. Então, a gente avalia o projeto, se está dentro do nosso conceito de soluções para o transporte, se nós podemos incrementar negócios via Randoncorp ou dos seus canais ou dos seus parceiros. Se o projeto é viável, está dentro dos nossos valores e pode contribuir ou no incremento de negócios, melhorar um serviço ou a competitividade junto ao nosso cliente, aí é uma tese de investimento que é aprovada. Mas nós temos um funil grande. De três mil startups que olhamos, chegamos a umas 80 em todo processo de governança e due diligence até chegar ao investimento. Hoje investimos em sete startups, como minoritários.
Mercado Digital – Para este ano tem alguma perspectiva em termos de números de aportes?
Daniel Randon – A gente tem circulado um pipeline em algumas startups. Vamos avaliando e seguindo o processo até chegar ao comitê executivo e aprovar, se estiver dentro dos limites dados pelo conselho. Agora, se for um valor acima aí tem que subir para o conselho e seguir todo o trâmite de governança que a empresa tem. A gente fica muito feliz por ver cada vez mais uma gama de oportunidades de negócio.
Mercado Digital – Estamos em um momento em que os CVCs (Corporate Venture Capital) estão crescendo muito. Você, como um gestor de uma grande empresa tradicional que está se transformando, como avalia a importância desse movimento para essas empresas que não são da nova economia?
Daniel RandonAcho que o mais importante para nós é olhar o ecossistema. Temos o exemplo do Instituto Caldeira, que é um grande movimento, onde tem várias empresas conectadas acompanhando as tendências e oportunidades de negócios. O CVC contribui dentro dos ecossistemas. Para as empresas, principalmente tradicionais, é uma oportunidade ímpar de estarmos aqui investindo. Precisamos respirar esse ecossistema, acelerando projetos e fomentando algo que a gente sempre fala: as pessoas. O foco é atrair, cada vez mais, esse capital, que são as pessoas, e isso só se faz com ecossistemas de inovação. Porto Alegre tem sido um exemplo com o próprio Instituto Caldeira, South Summit Brazil e o Gramado Summit. Na região da Serra, temos o Instituto Hélice, em Caxias do Sul, e o Instituto Aliança, no Norte do Estado, além de outros ecossistemas, junto com universidades, com o setor público e o setor privado.
Mercado Digital – A Randoncorp está com um espaço no Caldeira, qual a expectativa de vocês?
Daniel Randon – Estamos muito felizes com a Rands, que é uma das nossas verticais da Randoncorp. Essa área de serviços, para nós, tem sido muito importante, mas, principalmente, fazer parte disso. Estamos há muitos anos falando com o próprio José Galló, o Marciano Testa e com o Pedro Valério, do Caldeira, e agora viemos para cá. Estamos muito felizes em poder participar deste ecossistema. Para a Randoncorp é importante. Estamos com 30 unidades industriais e nossos produtos chegam a mais de 120 países; não tem como não estar aqui dentro do Caldeira nesse ecossistema de inovação que representa uma das grandes oportunidades de crescimento sustentável no nosso Estado. É um orgulho poder estar aqui. O nosso propósito é conectar pessoas e riquezas, gerando prosperidade.

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