Estudo mapeia as 10 healthtechs mais promissoras do mundo

Paris, São Paulo, Houston e Nova York são algumas das cidades que reúnem as 10 startups de saúde mais promissoras do mundo segundo um levantamento realizado pela Connext Health, hub global de curadoria e inovação em saúde. O estudo ainda destaca tendências, insights e análises relevantes sobre as oportunidades de inovação na área.

Metade das healthtechs que se destacou no levantamento atua com Inteligência Artificial (AI). Nesse nicho, estão as empresas Tech2Heal (França), Sofya (Brasil), Braincheck (EUA), Mamotest (Argentina) e Melax Tech (EUA).

Outro ramo identificado foi o de health care, com três startups selecionadas: Immertec (EUA), Bloom Care (Brasil) e Centivo (EUA). A área de biotecnologia conta com uma no top 10, a IND: In Diagnostics (EUA), assim como o segmento medical device, representado pela Corveus Medical (EUA).

"Esse estudo traz um mapeamento deste mercado e informações necessárias para que as empresas possam ir além, conhecendo e se conectando com tecnologias e startups cutting edge em nível global", aponta o fundador da Connext Health, Cristiano Englert.

 

A Connext Health, que fez a pesquisa, nasceu em Porto Alegre e é liderada pelo empreendedor gaúcho e médico Cristiano Englert, que há muitos anos atua no mercado de digital health. Com uma rede de advisors presente em Houston, Miami, San Francisco e Tampa (EUA), Lisboa (Portugal) e Toronto (Canadá), atua como um hub global de curadoria e inovação em saúde. A empresa já desenvolveu projetos para grandes companhias mundiais, como a Roche, e recentemente, durante o Health Meeting Business & Innovation, lançou a Connext Health Platform.

A Costco Wholesale, rede de varejo presente em mais de 800 localidades no mundo, anunciou uma parceria com a Sesame para oferecer aos seus membros serviços de saúde com taxa fixa - incluindo cuidados primários virtuais.

A Sesame, que conta com Google Ventures e General Catalyst como investidores, registrou um crescimento de 40% no número de funcionários ano após ano, aponta a CB Insights.

Esse é mais um movimento nos Estados Unidos de gigantes do varejo se unirem a players de cuidados primários com a saúde. Em 2021, o Walmart adquiriu a MeMD. Em fevereiro deste ano, a Amazon anunciou a aquisição da One Medical por US$ 3,9 bilhões e, em maio, foi a fez da rede CVS comprar a Oak Street Health por US$ 10,6 bilhões.

Com isso, os varejistas se aproximam ainda mais dos seus clientes e passam a competir no mercado de saúde, altamente potencial.

Uma das healthtechs referência no Brasil no desenvolvimento de programas de saúde mental para empresas, a Vittude conduziu uma pesquisa que revelou que 10,4% das mulheres estão enfrentando níveis graves ou extremamente graves de estresse. Esse índice é mais elevado do que o observado nos homens, em que esse sintoma aparece em 6,66% dos casos.

No âmbito da saúde mental, essa disparidade persiste. O estudo, que contou com respostas de mais de 24 mil pessoas, também constatou que elas (15,72%) experimentam crises de ansiedade severa em maior proporção do que eles (9,90%).

Outro ponto relevante destacado na publicação é que 10,17% das mulheres sofrem de depressão grave ou extremamente grave, uma taxa consideravelmente superior à dos homens (8,07%). Esses números se devem à acumulação de tarefas e responsabilidades na esfera pessoal e profissional. "Algumas ações das organizações, mesmo que inconscientemente, agravam o problema da saúde mental, gerando impactos reais. Sabemos que culturalmente elas ainda são as principais responsáveis por diversas funções domésticas", aponta a CEO da Vittude, Tatiana Pimenta.

A Vittude atende mais de 170 clientes, como Grupo Boticário, Banco do Brasil, Olist e SAP. São mais de 600 mil pessoas beneficiadas por suas soluções. A empresa já recebeu mais de R$ 40 milhões em investimentos.

O mercado brasileiro ainda enfrenta uma longa caminhada para que a Inteligência Artificial seja amplamente aceita na saúde, mas os dados do relatório intitulado "Uma Análise da Inovação e Tecnologia no Setor de Saúde", do Distrito, plataforma de tecnologias emergentes da América Latina, apontam que o avanço da IA no campo médico representa uma revolução na saúde.

Ao menos no curto e médio prazo, a atenção das soluções devem se direcionar para as problemáticas mais evidentes do setor, como a medicina diagnóstica e aos processos de gestão e gerenciamento da saúde. No total, US$ 65,62 milhões foram investidos em startups brasileiras focadas em Inteligência Artificial na saúde.