Empresas de semicondutores recuperam confiança, aponta KPMG

Por Patricia Knebel

Semicondutores são o principal componente da economia conectada
Depois de um período nebuloso em função da escassez de componentes, que ainda persiste, aliás, mas com menos intensidade, o setor de semicondutores recuperou o otimismo. A maioria (81%) dos executivos líderes de empresas de semicondutores ouvidos pela KPMG e pelo Global Semiconductor Alliance (GSA) estimam que as receitas das suas empresas crescerão no próximo ano.
Metade deles espera que o crescimento seja superior a 10%, e 23% prevendo um crescimento de mais de 20%. Além disso, 64% também preveem que as receitas do setor crescerão no próximo ano, com 19% estimando uma alta superior a 10%.
Os semicondutores, analisa Márcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul, representam o componente mais importante da economia global conectada e a base do mundo contemporâneo.
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“Os problemas decorrentes da sua escassez causaram impactos em todo o mundo. Ainda assim, a boa notícia é que este segmento continua cada vez mais forte e capaz de fornecer produtos altamente relevantes para a sociedade avançar em telecomunicações, nuvens, serviços, plataformas, aplicações, Internet das Coisas, e aplicações eletrônicas dos automóveis”, ressalta.
A 18ª edição anual da pesquisa “Perspectivas do setor global de semicondutores” ouviu 151 executivos globais de empresas de semicondutores, a maioria delas com receitas anuais superiores a US$ 1 bilhão.
O setor automotivo será o principal impulsionador de receitas dessas empresas no próximo ano, podendo atingir US$ 200 bilhões de dólares anuais até meados dos anos 2030, e ultrapassar US$ 250 bilhões até 2040. As comunicações sem fios, há muito tempo vistas como o mais importante vetor de receitas da indústria, ocupam o segundo lugar nas perspectivas para 2023. Internet das Coisas, Computação em Nuvem, e Inteligência Artificial estão em terceiro, quarto e quinto lugares, respectivamente, em termos de importância.
A escassez de componentes
Os bons ventos chegam junto com a perspectiva da normalização no fornecimento de semicondutores - 65% dos executivos acredita que essa escassez diminuirá em 2023, e 15% avaliando que oferta e procura já estão em equilíbrio para a maioria dos produtos. Apenas 20% pensam que a escassez persistirá até 2024 ou mais.
Considerando que a indústria de semicondutores é cíclica, a pesquisa perguntou ainda quando os respondentes pensam que o próximo excesso de oferta de semicondutores ocorrerá, com 24% dizendo que já isso já existe, e 31% que será em 2023. Outros 36% consideram que o excedente acontecerá entre 2024 e 2026, enquanto 9% acreditam que a procura continuará aumentando e que não haverá excesso nos próximos quatro anos.
O que persiste, segundo o estudo, é a falta de mão de obra. “Essa continua sendo uma prioridade crucial já que será o maior problema enfrentado pela indústria de semicondutores nos próximos três anos”, projeta Felipe Catharino, sócio-diretor líder do segmento de Tecnologia da KPMG no Brasil.