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Jaime Cimenti

Jaime Cimenti

Publicada em 16 de Abril de 2025 às 18:48

A história da matemática em nova versão

A vida secreta dos números

A vida secreta dos números

EDITORA PLANETA/DIVULGAÇÃO/JC
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Jaime Cimenti
A matemática molda quase tudo o que fazemos. Mas, apesar de sua reputação como o estudo de verdades fundamentais, as histórias que nos contaram sobre ela estão muitas vezes erradas, distorcidas, como foi o caso do mapa do século XVI, que ampliava a Europa à custa da África, da Ásia e das Américas.
A matemática molda quase tudo o que fazemos. Mas, apesar de sua reputação como o estudo de verdades fundamentais, as histórias que nos contaram sobre ela estão muitas vezes erradas, distorcidas, como foi o caso do mapa do século XVI, que ampliava a Europa à custa da África, da Ásia e das Américas.
A vida secreta dos números (Editora Planeta, 304 páginas, R$ 89,90, tradução de Rafael Rocca dos Santos e revisão técnica de Cleber Haubrichs), de Kate Kitagawa, ex-professora de Harvard e especialista em História da Matemática, e Timothy Revell, jornalista e matemático não praticante e editor-executivo da britânica New Scientist , apresentam uma nova história global da matemática e de seus pioneiros desconhecidos.
A partir de extensas pesquisas e com o objetivo de contar uma nova versão revisada da história da matemática, os autores escreveram a obra para reconstruir os passos que trouxeram a ciência aos dias de hoje, focando nos episódios que acabaram excluídos da narrativa conhecida. Claro que nenhum livro consegue corrigir todos os erros ou contar uma história realmente completa, mas o mérito da obra é mostrar que a matemática é uma ciência infinitamente mais profunda, ampla e rica do que sempre se pensou. Na obra, os autores mostram não só as grandes contribuições dos matemáticos conhecidos, mas também revelam mentes brilhantes que tinham ficado no esquecimento. Os autores revisam as visões tradicionais, marcadas por um eurocentrismo histórico.
Mostrando a diversidade cultural e a inovação que estão no cerne da matemática, o livro promete mudar a maneira como entendemos um dos saberes mais fundamentais da história do pensamento.
"A matemática hoje é um amálgama inspirador de conceitos de todo o mundo, que teve início em um grupo de destruidores de fronteiras matemáticas, pessoas que ignoravam as limitações que a sociedade lhes impunha por causa de sua raça, gênero e nacionalidade", escreveram Kate e Timothy, resumindo o espírito deste livro que quer possibilitar aos leitores novas visões de matemática, de pessoas e de mundo.
 

Lançamentos

a crônica não mata

a crônica não mata

/ARQUIPÉLAGO/DIVULGAÇÃO/JC
Viva a várzea - Segundo Tempo (Bá Editora, 112 páginas), com textos de Flávio Dutra, Felipe Vieira, Juarez Fonseca , Eduardo Bataglia Krause e outros, é a continuação do primeiro livro e resgata histórias incríveis do futebol varzeano, como a Copa Ajax, a Paquetá e o Campeonato Praiano. Tem causos do Rio de Janeiro, Paraná e até da Austrália. Imperdível.
O Ciclo de Vida Corporativo (Editora Intrínseca, 624 páginas, R$ 139,90), de Aswath Damodaran, "o decano da valuation", professor da Universidade de NY, é um guia definitivo para o crescimento, o comportamento e o valor corporativos. Ele ensina a otimizar gestão e decisões de investimento. Obra essencial para executivo e investidores que buscam criar valor.
A crônica não mata - notas do isolamento (Arquipélago, 144 páginas, R$ 59,90), de Luís Henrique Pellanda, escritor, jornalista e consagrado cronista, autor de O macaco ornamental e O caçador chegou tarde, entre outros, apresenta crônicas envolvendo os tempos da pandemia de Covid-19, com olhar sensível de cronista enclausurado.
 

Páscoa, Pessach, Passagem

A Páscoa é o momento mais adequado do ano para pensar em vida, morte, renovação, renascimento e futuro. Com exceção de suicidas fora de si, alguns praticantes de esportes radicais, pessoas com doenças terminais, homens e mulheres abandonados por seus amores e os que se metem com mulheres de lutadores de UFC, no fundo ninguém quer morrer. Como diz a canção do Gonzaguinha, as pessoas não querem a morte, querem só saúde e sorte.
Pensando bem, é melhor nem pensar muito na morte. Melhor dar uma de menino assustado assobiando no escuro para disfarçar e espantar o medo. A ressurreição de Jesus Cristo é a eterna, milenar inspiração para a gente sacudir a poeria e dar a volta por cima, todos os dias, se preciso for.
Para os hebreus, o Pessach, a Páscoa Judaica, está profundamente ligado com a saída dos escravos judeus do Egito, e seu significado maior é o de ser uma passagem. O pão sem fermento, o osso de cordeiro, o ovo, as ervas amargas, o vinho e outros alimentos altamente simbólicos são utilizados para venerar os antigos e a história. Em 2017, na Catedral Metropolitana, em Porto Alegre, houve uma celebração histórica da Páscoa. Na cripta da Catedral houve um culto e um jantar que reuniu católicos e judeus. Bonita a ideia, que se repita a celebração e que outros eventos semelhantes unam pessoas, povos e religiões diversos.
Para os católicos, os ramos de palmeira, o cordeiro, o círio pascal, o peixe, os ovos e o coelho, especialmente, simbolizam com força a ressurreição de Cristo e nos dão a ideia da eternidade e da circularidade da vida, especialmente pela natureza e formato do ovo. Neste mundinho onde estamos obrigados a estar até o último suspiro e nesta vida-barca onde estamos juntos e misturados, queiramos ou não, pensar em passagem e renovação é questão de sobrevivência, mas deve ser,também, na medida do possível, razão de esperança e alegria.
Nós morremos e vivemos toda hora, todo dia. Mario Quintana poetou "minha morte nasceu quando eu nasci" e versejou que não sabia qual o dia do encontro definitivo com ela. A graça triste que é a vida, cheia de dor e prazer, alegria e tristeza, derrotas e vitórias, caminhos e descaminhos, mortes e vidas, perdas e ganhos e o infinito, principalmente na Páscoa nos mostra que o presente, o momento e o aproveitamento dele com amor, alegria e esperança, é o que temos de melhor a fazer nessa passagem breve. Passagem que para muitos, infelizmente,é ainda mais breve que para a maioria. Mesmo com noventa ou cem anos dá para pensar que a vida é bela, mesmo sendo rápida.
Pois é, tudo e todos merecem renascer, reflorir, principalmente o Internacional, a grande seleção colorada campeã de tudo, de verdade e outras coisas mais. Acho até que o manto sagrado vermelho é uma homenagem ao Mar Vermelho, que os hebreus atravessaram para deixar para trás a escravidão do Egito. Me lembro que o saudoso coirmão Paulo Sant'Anna registrou certa ressurreição do Inter e disse que o Inter era também uma entidade otomano-judaica.

A propósito...

É verdade, o Inter é ecumênico, democrático e um exemplo de união e paz especialmente para seus afortunados torcedores. O Inter muitas vezes renasce em grenais, ao lado do imortal lutador coirmão, que é um baita parceiro e valoriza os triunfos do Time do Povo. Tomara que a ideia da ceia e do culto havido na Catedral em 2017 se repita e ocorra também em outros locais, celebrando entendimento, paz, solidariedade e um mundo com pessoas menos briguentas. Feliz Páscoa e ótimos renascimentos aos meus queridos leitores, especialmente os tricolores, que estão sempre renascendo nas minhas lembranças. Ando meio esquecido, mas ainda lembro do que esqueço e aí vou adiante. (Jaime Cimenti)
 

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